Gigante francesa Total compra Zema Petróleo, com 280 postos
Há muitos anos com os mesmos grandes grupos na liderança, o mercado de distribuição de combustíveis no Brasil passa por um chacoalhão em 2018 com a chegada de novos competidores internacionais de peso. Foram três grandes negócios neste ano atraindo ao país as tradings Glencore e Vitol e a petroleira CNPC. Agora é a vez da gigante francesa Total. O grupo de petróleo, que tem receita anual de US$ 140 bilhões e é avaliado em US$ 150 bilhões na Bolsa de Nova York, fechou a compra da Zema Petróleo, depois de muito namorar esse segmento no Brasil.
Com planos de longo prazo para o país, a Total escolheu como porta de entrada a companhia fundada pela família do governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema, do Partido Novo. A empresa tem receita anual da ordem de R$ 2,5 bilhões, atende a uma rede com 280 postos e possui uma fatia de mercado de pouco menos de 1%.
A Zema Petróleo tem bases de distribuição em Barra do Garça e Cuiabá (MT), Uberlândia, Uberaba e Betim (MG), em Paulínia, Bauru, São José dos Campos e Ribeirão Preto (SP), em Senador Canedo (GO) em Duque de Caxias (RJ) e em Brasília.
Conforme o jornal Valor Econômico apurou, 60% do volume vendido pela distribuidora é destinado aos postos que até então levam o sobrenome do novo governador e que devem, a partir da operação, adotar a marca da Total. Os demais 40% comercializados atendem unidades classificadas como "bandeira branca", que não possuem contratos de exclusividade para abastecimento e nem usam a marca de nenhuma grande distribuidora.
O valor de compra da Zema Petróleo não foi informado. Segundo analistas do setor, as transações no segmento de distribuição costumam variar entre um múltiplo de 7 vezes e 8,5 vezes o Ebitda anual (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No caso em questão, significa um intervalo de R$ 390 milhões a R$ 500 milhões para a aquisição.