Como diferentes tipos de café afetam seu corpo e sua mente
Se você gosta de café, nada mais delicioso que o primeiro gole pela manhã. É muito bom, mas isso é o menos importante: a cafeína dá um golpe de energia que te vai manter energizado o dia todo.
A maioria dos estudos indica que o café faz bem para a saúde -- desde que você não exagere (ou seja, tome mais de seis xícaras por dia). O café é associado à redução dos riscos de doença cardíaca, derrames e diabete do tipo 2. E algumas pesquisas indicam que ele pode até mesmo reduzir o risco de depressão.
Então sabemos – ainda bem – que não temos de abrir mão do café. Mas a maioria dos fãs da bebida pode ter passado dos limites uma vez ou outra, seja sentindo tremedeiras, ansiedade ou dor de estômago. E isso não é legal.
Se você quer continuar curtindo seu café diário sem os possíveis efeitos negativos, continue lendo – podemos ter as respostas para você.
Vamos falar de cafeína
Antes de mais nada, toda pessoa tem um organismo diferente, e cada um deles metaboliza a cafeína à sua maneira. Uns podem tomar quatro xícaras de café depois do almoço e dormir à noite sem problema nenhum; outros sentem taquicardia e ficam acordados a noite inteira com essa mesma quantidade.
"A cafeína tem vários efeitos fisiológicos no organismo, e um dos mais potentes é a capacidade de estimular o sistema nervoso simpático a produzir adrenalina nas glândulas adrenais", diz a nutricionista Tamar Samuels ao HuffPost. "A adrenalina é um hormônio poderoso, que é parte da resposta de 'lutar ou fugir'. A liberação de adrenalina na corrente sanguínea aumenta a pressão arterial, a frequência cardíaca e a respiratória, todos fatores que contribuem para a sensação de 'tremedeira' que algumas pessoas têm depois de tomar muito café."
Como regra geral, quanto mais cafeína tiver seu café, mais provável que você apresente um desses sintomas. Curiosamente, associamos o espresso a um choque de cafeína, mas um espresso duplo na verdade contém muito menos cafeína (cerca de 150 mg, espresso) que um copão de 450 ml de café tradicional do Starbucks (330 mg).
E a acidez?
A cafeína pode ser aquela descarga de energia que seu cérebro precisa para funcionar de manhã, mas ela também pode afetar seu aparelho digestivo.
"Pessoas que têm inflamação nos tecidos do esôfago, estômago ou intestino podem ser especialmente sensíveis a bebidas ácidas como o café", afirma Samuels.
Se é o seu caso, considere tipos de café menos ácidos.
"Um estudo indica que o espresso e outros cafés com torrefação escura podem irritar menos. Eles contêm um composto produzido durante a torra que pode reduzir a produção de ácidos no aparelho digestivo", diz Samuels.
Aquele café com 'aditivos'
Outra coisa que complica o café são os 'aditivos' que acrescentamos. Colocar leite demais, por exemplo, pode aumentar a acidez do café.
Também adicionamos açúcar, adoçantes, manteiga, óleo MCT... Tudo isso afeta nosso corpo e nosso cérebro de alguma maneira.
"No caso do café Bulletproof [preparado com manteiga e óleo MCT], o MCT pode aumentar o metabolismo e dar a sensação de clareza mental, mas também causar indigestão", explica Samuels.
"Cafés com açúcar adicionado podem levar a ganho de peso e potencialmente aumentar o risco de diabetes tipo 2", diz ela. "Tudo depende da pessoa e do que funciona para cada organismo."
Alternativas ao café
Se você não se entende com o café, tudo bem – há várias opções igualmente deliciosas que podem trazer o benefício da cafeína, sem os efeitos colaterais. O chá japonês matcha, por exemplo, contém cafeína e um composto chamado L-teanina, responsável por uma sensação de "calma vigilância".
Se você gosta do sabor do café, mas não curte cafeína, a nutricionista Stacy Leung sugere experimentar raiz de chicória. "Trata-se de uma erva que pode ser usada para preparar uma bebida de sabor parecido com o do café, com a vantagem de não conter cafeína", diz ela ao HuffPost.
Para muita gente, o café faz parte da rotina sagrada das manhãs. Você não precisa abrir mão desse ritual – basta encontrar uma alternativa para começar seu dia com um choque de energia.
Este texto foi originalmente publicado no HuffPost US.