Café: importância para a economia e também para a saúde
Se tem um alimento com o DNA brasileiro, só pode ser o café. Diz a lenda que, em 1727, o sargento-mor Francisco de Melo Palheta embarcou numa missão para conseguir mudas de café, produto que já tinha grande valor comercial, a pedido do governador do Estado do Grão-Pará.
"Lendas dizem que a primeira muda veio clandestinamente para o Brasil, em 1727"
Para isso, ele fez uma viagem à Guiana Francesa e se aproximou da esposa do governador da capital Caiena. Assim, conseguiu dela uma muda de café-arábico, que foi trazida clandestinamente para o Brasil.
Tão importante para a economia brasileira, o café também traz benefícios à saúde, quando consumido em quantidades pequenas. A nutricionista sergipana Amanda Souza explica que a bebida é saudável, desde que consumida em quantidades dosadas.
“O café faz bem sim para a saúde, a composição dele, além de conter cafeína, que é um neuro estimulante e ajuda na percepção de foco e melhorar a disposição, tem compostos bioativos, por ser derivado de uma planta, como carbeferol e cafestol, que ajudam no funcionamento celular, melhoram a produção de energia e previnem algumas doenças também”, comenta.
É importante medir a quantidade, uma vez que a cafeína é conhecida por causar dependência. O ideal é consumir, em média, três xícaras de café ao dia, “que dá um total de 400 ml, é considerada boa dentro de uma quantidade que não vá trazer consequências, como a agitação, hiperatividade, aumento da ansiedade etc. Mas isso é muito individual, porque algumas pessoas são mais sensíveis à cafeína, por metabolizarem mais lentamente a cafeína e ela ficar mais presente no sangue, e tem outras que não, metabolizam rápido e não passam por esse desconforto”, explica Amanda.
Na verdade, o grande vilão do café não é bem a cafeína, e sim os acompanhamentos que colocamos junto à bebida, como o açúcar por exemplo.
“Se a pessoa tem um consumo excessivo de café em longo prazo e adiciona açúcar, isso não é legal. Porque além de se manter neuro estimulado o tempo inteiro, tem a ingestão do açúcar, que traz malefícios, prejuízos de funcionamento celular, podendo ser um gatilho para doenças, por exemplo”, comenta a nutricionista.
Apesar de ser positivo ter algum estímulo, é preciso tomar cuidado com problemas psicossomáticos. A nutricionista conta que pessoas que sofrem de distúrbio de ansiedade e hiperatividade podem sofrer consequências com o consumo excessivo do café: “pessoas mais ansiosas e imperativas que fazem uma ingestão excessiva de café também podem sofrer com isso. O nosso hormônio do cortisol, do estresse, pode criar uma resistência e reduzir sua produção, por conta do consumo excessivo da cafeína, que é neuro estimulante e acaba estimulando os hormônios adrenérgicos. Cria-se essa resistência, que pode trazer fadiga e cansaço, ao invés do estímulo”.
Também quem sofre de problemas no estômago ou no intestino, deve considerar suspender a ingestão da bebida. Algumas pessoas que têm gastrite ou a síndrome do intestino irritável, por essa mucosa do trato intestinal estar mais sensível, pode prejudicar justamente por esse estímulo do café e acabar como irritante de mucosa.
Hoje, o Brasil é o maior exportador de café do mundo, responsável por mais ou menos um terço da produção mundial.