Coronavírus: '97% dos doentes se recuperaram', diz médico francês
Já são dois meses de epidemia e pesquisadores do mundo todo ainda se perguntam: como age exatamente o novo coronavírus, o Covid-19? O repórter Álvaro Pereira Júnior conversou com a médica brasileira que, esta semana, participou do debate na Organização Mundial da Saúde.
O que será que foi discutido nessa reunião a portas fechadas, na Organização Mundial da Saúde, na Suíça? O Fantástico foi até o Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo, para falar com uma infectologista que estava lá. E que participou de um encontro, por videoconferência, com os médicos chineses que estão na cidade que é o centro da epidemia.
A doutora Anna Levin foi um dos 400 cientistas do mundo todo convidados para essa reunião de emergência, que tinha duas prioridades: “a primeira é tentar conter imediatamente essa epidemia. E a segunda, que é um pouquinho mais tardio, é tentar conseguir drogas e vacinas, mas isso não acontece de imediato”.
Os coronavírus se hospedam, normalmente, nos morcegos. Mas, às vezes, esses vírus sofrem mutações, e acabam "pulando" para o ser humano — ou diretamente, ou usando algum outro animal como intermediário. Quando alguém se infecta, pode passar o vírus para outras pessoas, que passam para mais gente, e assim pode começar uma epidemia.
O médico francês Philippe Klein é diretor de uma clínica em Wuhan e conversou com o Fantástico pela internet. Quando começou a epidemia, ele poderia ter ido embora de volta pra França, mas o doutor Klein escolheu ficar para atender pacientes: “É muito importante dizer que, até agora, 97% dos doentes infectados se recuperaram”.
O doutor Philippe vive há seis anos em Wuhan. Desde que a epidemia começou, a clínica onde ele trabalha não está funcionando. Agora, o médico percorre as ruas vazias da metrópole, visitando, em suas casas, os europeus que ficaram para ver se está tudo bem, e para que ninguém precise, de fato, se internar num hospital.