Empresas chinesas relatam dificuldade de pagar salários
Um número crescente de empresas privadas na China reduziu salários, atrasou pagamento de salários ou deixou totalmente de pagar os funcionários, dizendo que o custo econômico do coronavírus as deixou incapazes de honrar as obrigações trabalhistas.
Para desacelerar a disseminação do vírus que causou mais de 2.120 mortes e infectou cerca de 75 mil pessoas no país, as autoridades chinesas e grandes empregadores estimularam as pessoas a ficar em casa. Shoppings e restaurantes estão vazios; parques de diversões, cinema e teatro estão fechadas; viagens não essenciais estão praticamente proibidas.
O que é bom para a contenção do vírus tem sido ruim para os negócios. Com as aulas canceladas em uma escola de programação e robótica em Hangzhou, os funcionários vão perder de 30% a 50% de seus salários. O parque temático Lionsgate Entertainment World, em Zhuhai, está fechado, e os funcionários foram orientados a consumir seu período de férias remuneradas e se preparar para uma licença não remunerada.
“Uma semana de licença não remunerada é muito dolorosa”, disse Jason Lam, de 32 anos, que foi obrigado a tirar licença não remunerada de seu emprego de chef num restaurante sofisticado de Hong Kong. “Não tenho renda suficiente para cobrir os gastos neste mês.”
Em toda a China, as empresas estão dizendo aos funcionários que não têm dinheiro para eles - ou que elas não deveriam ter de pagar salário integral para funcionários em quarentena, que não comparecem ao trabalho.
É cedo para dizer quantas pessoas perderam salários em decorrência da epidemia, mas num levantamento com 9.500 trabalhadores feito pelo site chinês de recrutamento Zhaopin, mais de 33% disseram estar cientes dessa risco.