Histórico: autorizado o primeiro medicamento colombiano produzido com cannabis
Dois anos se passaram desde que as licenças de cannabis medicinal começaram a ser emitidas na Colômbia e, embora o setor seja lento, passo a passo com as regras, regulamentos, culturas e permissões, há algumas semanas ocorreu um marco que passou por culpa pela pandemia: a Invima apoiou a droga Neviot, do laboratório Procaps, a primeira do gênero no país.
Este é o primeiro e único canabidiol de grau farmacêutico aprovado pela Invima, com suporte científico fabricado na Colômbia, até então só tinha registro no Invima Sativex, do laboratório da GW Pharmaceuticals. O Neviot é recomendado para pacientes com epilepsia refratária e usa um componente não psicoativo da cannabis.
A doença
Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 65 milhões de pessoas sofrem de epilepsia em todo o mundo, o que a torna o distúrbio neurológico crônico mais frequente. Desse número, estima-se que 70% das pessoas com epilepsia poderiam viver sem convulsões se diagnosticadas e tratadas adequadamente, e considerou-se que 80% dos pacientes vivem em países de baixa e média renda
Embora os tratamentos atuais para pacientes diagnosticados possam controlar convulsões em cerca de 80% dos casos, os 20% restantes dos pacientes com epilepsia têm convulsões que não podem ser adequadamente controladas com os meios disponíveis atualmente, explicou o farmacêutico.
Reconhecendo esse cenário, a Procaps desenvolveu um medicamento à base de CBD (Canabidiol) para o tratamento de epilepsia refratária em pacientes com Síndrome de Dravet e Síndrome de Lennox Gastaut.
O CBD (Canabidiol) é um derivado canabinóide da planta da cannabis, encontrado em proporções variadas, dependendo da cepa. Embora habitualmente as pessoas comuns associem a maconha à dependência, esse componente não é psicoativo e seu uso é destinado a fins terapêuticos, graças à sua multiplicidade de benefícios como anticonvulsivante, antiinflamatório, ansiolítico, antioxidante, entre outros.
O CBD deste produto tem um efeito anticonvulsivante, reduz convulsões em pacientes com 2 anos de idade ou mais e, o mais importante, não produz um efeito psicoativo em pacientes. Deve-se notar que atualmente o uso de CBD em formulações padronizadas e controladas, para tratamentos de epilepsia refratária ou resistente a medicamentos em crianças e jovens, garantiu um efeito anticonvulsivante de até 50%.