Medida de socorro pode prorrogar até R$ 70 bi em dívidas rurais
O Ministério da Agricultura estima que as parcelas de financiamentos de crédito rural de custeio e investimento que podem ser contempladas pelas prorrogações anunciadas hoje somam cerca de R$ 70 bilhões em todo o país.São contratos com vencimento no primeiro semestre deste ano e que estão passíveis de renegociação a partir das medidas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Mais de um milhão de produtores estariam aptos a pedir o alongamento dos prazos. Grande parte deles, no entanto, já quitou as parcelas ou vai manter a previsão de pagamento, como no caso de quem cultiva grãos e está com boa liquidez.
O ministério ainda não calculou o custo total dessas operações, que será bancado sem o uso de recursos equalizados no primeiro momento.
egundo o diretor do Departamento de Financiamento e Informação da Pasta, Wilson Vaz de Araújo, esse é um número total que não reflete, na prática, o volume que será prorrogado. Isso porque, acredita ele, cerca de 30% dessas parcelas já foram pagas e um montante considerável será quitado por produtores, principalmente de commodities, que tiveram safras boas.
"Muita gente já pagou e quem está com liquidez vai pagar, pois pode pegar um pré-custeio, tem um novo plano safra pela frente”, disse o diretor do ministério ao jornal Valor Econômico.
Só no Banco do Brasil, são mais de um milhão de contratos de crédito rural com vencimento até a metade deste ano.
O CMN autorizou a prorrogação das parcelas de custeio e investimento de produtores rurais de todo o país como uma forma de amenizar os efeitos da pandemia no novo coronavírus. Prestações vencidas e não pagas ou a vencer até o dia 14 de agosto entram nessa modalidade e serão alongadas até 15 de agosto.
O ministério ainda não calculou o custo que as renegociações vão gerar. No primeiro momento, elas não vão impactar em gastos ao Tesouro Nacional ou “comer” recursos do Plano Safra, por exemplo.