Deslocamento de trabalhadores requer atenção na região de Garça
Preocupação é garantir o transporte seguro e manter higienização dos trabalhadores onde há processo manual.
Além de todas as questões que envolvem o momento mais importante para o cafeicultor – a colheita -, esse ano os produtores rurais de Garça vivem uma situação peculiar. Os trabalhos ocorrem em meio a pandemia do Coronavírus, que em algumas regiões pode interferir no deslocamento de mão de obra na colheita. Segundo o agrônomo Gustavo Guerreiro, o momento é de conscientização por parte do cafeicultor, e desafio é manter as atividades de maneira segura.
Apesar da região de Garça não contar mais com uma grande massa de trabalhadores vindos de outras regiões, especialmente do Paraná, ainda é grande o número de trabalhadores rurais empregados na “panha” manual, ou repasse de máquina. Ainda existem propriedades que pelo tamanho ou estrutura fundiária, até mesmo espaçamento do café, não permitem a colheita mecanizada. Nessas localidades a mão de obra é imprescindível.
São trabalhadores que muitas vezes são levados ao local de trabalho em vans ou kombis, e segundo Guerreiro, as medidas de proteção contra a Covid-19 devem ser obedecidas não apenas no transporte. “Há de se reforçar a necessidade de utilização de máscaras, disponibilização álcool gel para higienização das mãos, sem esquecer dos Equipamentos de Proteção Individual -EPIs - para quem vai trabalhar na colheitadeira, que é algo que há muito vem sendo exigido pela legislação trabalhista. Porém, esse ano precisamos criar nos produtores a necessidade da utilização desse tipo de cuidado”, enfatiza.
“Podemos dizer que hoje a máscara poderá ser um EPI necessário para que o colhedor utilize não somente no período de transporte, mas também no período que vai ficar em contato com outras pessoas e manter o isolamento social”, acrescenta o agrônomo.
Para ele, todo cuidado é pouco. “Infelizmente muitas pessoas ainda não tem a concepção de que é um problema sério e que pode afetar muitas pessoas. E de uma maneira geral, muitos que vão pra roça são de meia idade e idade avançada, justamente as que se enquadram no grupo de risco. Termos uma safra longa, que está em estágio inicial, mas temos que tomar todos os cuidados”, diz Guerreiro, salientando que o momento requer equilíbrio. Todo cuidado com a vida humana é importante, mas, no entanto, é necessário garantir o alimento que mantém o sustento das famílias e a comunidade em geral.