Novo concurso de qualidade de café já tem datas definidas
O governo de Minas Gerais anunciou a realização do 17º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, em 2020. O lançamento foi feito pelo vice-governador Paulo Brant, nesta quinta-feira (9/7), durante um seminário on-line sobre cafeicultura, promovido pela Emater-MG em parceria com o Conselho Nacional do Café (CNC). Também participaram do evento o presidente do CNC, Silas Brasileiro; a secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Ana Valentini; o presidente da Emater-MG, Gustavo Laterza; e dirigentes das principais cooperativas ligadas à produção de café de Minas Gerais e São Paulo. O tema do seminário foi “Funcafé e a colheita de 2020”.
Os produtores interessados em participar do concurso de café devem preencher a ficha de inscrição e entregar as amostras concorrentes nos escritórios locais da Emater-MG até o dia 8 de setembro. A solenidade de encerramento, com anúncio dos vencedores, será em dezembro. A participação é gratuita. O regulamento completo do concurso e a ficha de inscrição estão disponíveis no site da Emater-MG e podem ser acessados clicando aqui.
“O concurso valoriza a qualidade e a diversificação do café mineiro. Ele também tem um caráter educativo. Aquilo que é desenvolvido no processo para a obtenção da qualidade, que caracteriza o concurso, é repassado, através dos extensionistas da Emater, para todos os produtores”, afirmou Paulo Brant.
Podem participar da competição produtores dos municípios mineiros, com amostras de café arábica, tipo 2 para melhor, colhidas neste ano. A lavoura de origem da amostra deve ser georreferenciada. O concurso tem duas categorias. A primeira é a Café Natural. Neste sistema, o café recém-colhido é levado para secar. A outra categoria é a do Café Cereja Descascado, Despolpado ou Desmucilado. Nestes tipos de café, após a lavagem, há uma separação dos frutos verdes e secos dos frutos maduros. Depois, eles passam por um descascador para só depois seguirem para secagem. No caso dos cafés despolpados e desmucilados, há ainda uma fase onde o produto passa por um tanque de fermentação.
A Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), informa que, durante a realização das etapas do concurso, todas as orientações das entidades de saúde sobre medidas de prevenção à Covid-19 serão seguidas e que, caso necessário, as datas poderão ser remanejadas por causa da pandemia.
O 17º Concurso de Qualidade dos Cafés será promovido pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Emater-MG e Seapa, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepe).
Os cafés concorrentes irão passar por análises físicas e sensoriais feitas por uma comissão julgadora formada por, no mínimo, dez classificadores e degustadores de café. No processo de classificação das amostras, será utilizada a metodologia da Associação de Cafés Especiais (SCA).
Serão analisados atributo como fragrância/aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, finalização, equilíbrio e avaliação global. A comissão julgadora fará a classificação das melhores amostras das duas categorias, de cada região cafeeira de Minas Gerais: Cerrado, Sul de Minas, Matas de Minas e Chapada de Minas. O produtor que obtiver a maior pontuação final, independentemente de categoria, será considerado campeão estadual.
Em 2019, o campeão estadual foi o cafeicultor Paulo Gomes, do município de Espera Feliz, região das Matas de Minas. O concurso contou com 1.411 amostras inscritas. Os vencedores comercializaram seus lotes de café com ágio de preços.
O seminário “Funcafé e a colheita de 2020” fez parte das atividades do Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Emater-MG e CNC, em maio deste ano, com objetivo de contribuir com extensionistas, pesquisadores, cooperativas e produtores para o desenvolvimento e o fortalecimento da produção sustentável da cafeicultura mineira e nacional.
O encontro on-line promoveu um debate sobre a colheita do café em Minas Gerais, a importância do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o setor, além de apresentar uma visão das cooperativas associadas ao CNC sobre temas relevantes para o atual momento da safra 2020.
O presidente da Emater-MG apresentou as ações realizadas pelos técnicos da empresa na área da cafeicultura e um panorama da situação da colheita no estado. Maior produtor do país, Minas Gerais deve colher entre 30,7 milhões e 32 milhões este ano. Gustavo Laterza também destacou a parceria da empresa com o CNC e com as cooperativas. “Esta parceria é importante para levar o conhecimento, as oportunidades e as políticas públicas para fomentar a atividade produtiva do café. Também fomentamos a cultura do associativismo e do cooperativismo junto aos produtores”, disse.
O presidente do CNC fez uma apresentação sobre o Funcafé, que neste ano tem um orçamento de quase R$ 6 bilhões para investimento em pesquisa, custeio e ordenamento da oferta de café, além de apoio à indústria e à exportação. Ele afirmou que o acordo com o governo de Minas Gerais vai contribuir para a melhor gestão das propriedades do estado. “De um lado o conhecimento técnico da Emater para baixar custos, ser mais produtivo e ter mais qualidade. Do outro lado, os recursos disponíveis. Uma associação que dá muito certo”, afirmou Silas Brasileiro.
A secretária Ana Valentini ressaltou o trabalho feito pelas instituições vinculadas à Seapa junto aos produtores de café. “É um trabalho que a Emater tem feito com brilhantismo. Também a Epamig, com a pesquisa que ajuda que o setor cresça e o IMA, que contribui muito com o produtor na certificação dos produtos”.
O seminário, nesta quinta-feira, também contou com as participações do diretor-superintendente da Expocaccer, Simão Pedro de Lima; do diretor-secretário da Cocapec, Saulo Faleiros; do presidente da Cocatrel e da Central Coccamig, Marco Brito; do presidente da Cooxupé, Carlos Augusto de Melo e do presidente da Minasul, José Marcos Magalhães.
O seminário foi a segunda ação deste ano na parceria firmada entre a Emater-MG e o CNC. A primeira foi a elaboração de uma cartilha com orientações de prevenção ao coronavírus durante a colheita do café. O material traz recomendações a produtores e trabalhadores rurais para se prevenirem e evitarem a propagação da Covid-19, e permitir a colheita nos cafezais, sem impactar a saúde dos envolvidos.