Descafeinado: relação desse tipo de café com a saúde do consumidor
Está claro, gostamos de café. Os números do consumo são gigantescos: os espanhóis tomam 4,5 quilos ao ano, ou seja, 3,6 xícaras por dia. Porém, já se sabe que a cafeína pode deixar muitas pessoas mais nervosas e, assim, há quem evite o café, especialmente na parte da tarde, quando seu efeito estimulante pode afetar o descanso noturno.
Optar pela versão descafeinada é uma opção menos drástica que a de prescindir totalmente do café e é um recurso frequente, como se depreende do fato de que 10% do consumo do café é de modalidade livre de componente estimulante. No entanto, há quem nem assim consegue se livrar do nervosismo provocado pelo café. Existe uma razão objetiva ou é algo sugestionável?
O descafeinado se consegue por meio da lavagem dos grãos de café em água, solventes orgânicos ou dióxido de carbono. Com qualquer desses procedimentos se consegue eliminar ao menos 97% da cafeína. Depois, os grãos são provados e moídos. O produto resultante é nutricionalmente idêntico ao origina, ainda que o sabor e o cheiro sejam mais suaves.
Portanto, o descafeinado não está totalmente livre da cafeína e em uma xícara de 150 mililitros há três miligramas de cafeína, frente aos 85 miligramas do café normal. Dado que a tolerância individual da cafeína seja muito variável — ainda que os adultos são não deveriam passar das 400 miligramas diárias (quatro xícaras) — e que o café nunca está totalmente "livre" da cafeína, está justificado o fato de que existem pessoas que prefiram não beber nada de café.
O preço da tranquilidade por não consumir nem uma gota de cafeína também é relevante. O café é um dos alimentos com mais antioxidantes e ainda que o descafeinado perca aproximadamente 15% da quantidade de antioxidantes, seu conteúdo segue sendo importante.
Os antioxidantes principais que há no café são os ácidos hicrocinámicos e os polifenóis e seu efeito na saúde inclui proteção frente ao câncer, enfermidades cardiovasculares e diabetes tipo 2, sendo que um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, aponta que o consumo de uma xícara diária de café reduz em até 7% o risco de contrair o diabetes.
Ao café descafeinado também se reconhece como um protetor do fígado e um alimento que pode reduzir os riscos da morte prematura.
Além de antioxidantes, também contem outros nutrientes importantes para o organismo, como o magnésio, potássio e a vitamina B3.
Os benefícios apontados para o descafeinados são quase idênticos aos atribuídos ao café normal, mas ele ainda possui alguns atributos exclusivos, como os relacionados com a acidez gástrica. Muitas pessoas referem a esse problema depois de tomar café, porém, em menor medida depois de beber o descafeinado. Além disso, pesquisas sustentam que beber ao menos suas xícaras de café descafeinado ao dia tem relação com um risco 48% menor de aparecimento do câncer do reto.
Fonte: Jornal El Confidencial, com tradução de Agnocafé.