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"Fui até o meio do Rio Piracicaba e não molhei os sapatos", diz jornalista


O Rio Piracicaba amargava, nesta quarta-feira (9), por volta das 15 horas, uma vazão de 22,80 metros cúbicos de água por segundo (m3/s) e profundidade de 1,09 metro, no trecho que corta da cidade, conforme a Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CTMH) dos Comitês PCJ. "Fui até o meio do Rio e não molhei os sapatos", disse o fotojornalista da Gazeta de Piracicaba, Mateus Medeiros. "Vi pássaros mortos, cascudos, um pouco de espuma. A água está muito escura e com cheiro forte", descreveu. Ele conseguiu caminhar no leito do Rio pelas pedras, próximo à Passarela Pênsil.

Cena triste. Trecho abaixo da Passarela Pênsil, na Rua do Porto: leito de pedras

Crédito: Mateus Medeiros

Cena triste. Trecho abaixo da Passarela Pênsil, na Rua do Porto: leito de pedras

A estiagem castiga o Rio Piracicaba e causa indignação aos moradores que veem um filete de água escorrendo entre as pedras do Salto, um dos principais pontos turísticos da cidade. Ao longo do Rio, surgem os bancos de areia e muitas pedras. Uma situação que deve se agravar ainda mais diante da previsão meteorológica trimestral (setembro, outubro e novembro) de chuvas um pouco abaixo das médias históricas na Região, segundo técnicos PCJ.

Alexandre Vilella, coordenador do CTMH, informa que estão sendo descarregados do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ 12 m3/s, uma das maiores vazões já praticadas, sendo 10 m3/s no rio Atibaia e 2 m3/s no rio Jaguari, a pedido da Câmara Técnica.

"A Região como um todo está vivenciando uma severa estiagem desde o início do período seco, somando-se a isso, o aumento de 5% a 10% do consumo urbano, durante a pandemia, e as altas temperaturas que também aumentam a demanda", observou. De acordo com Vilella, desde o início do período seco de gestão do Sistema Cantareira, 1º de junho, já foram utilizados 78 bilhões de litros para manter as condições mínimas de quantidade e qualidade nos Rios.

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