Genaro Cahuana, o Puno que se tornou o melhor produtor de café do mundo
Genaro Cahuana Quispe, conquistou a medalha de ouro com sua marca de café Candelaria, no VI Concurso Internacional AVPA de Cafés Torrados na Origem, realizado em Paris (França).
Vencedora. Cahuana foi premiado com a medalha de ouro pelo seu café Candelaria. O evento foi realizado na França. Entrou na selva de Puno desde 2015 para produzir este produto. Devido ao afastamento de seu vilarejo Pilcopata, na selva Sandia, quem o conhece diz que ele pode nem saber que é o vencedor do prêmio.
O prêmio coloca Puno, mais uma vez, como a região produtora de café orgânico. Distanciamento é o custo que os cafeicultores pagam para produzir café em terras virgens, muitas vezes longe de todos os tipos de comunicação. De acordo com a Cecovasa, empresa que coleta o café produzido nos vales da Sandia, a previsão é que no final do ano envie 16 mil quintais do grão para o mercado internacional. O valor gira em torno de 8 milhões de dólares.
A Europa é o mercado do café Puno. Lá termina 40% da produção da selva de Puno. Em seguida vêm os Estados Unidos, que representam 30%. A diferença acaba nos países asiáticos.
Genaro Cahuana não é o único produtor do café Puno que, graças aos seus esforços, tem conquistado reconhecimento. Na mesma competição, Prudencio Ochochoque Mamani, conquistou a medalha de ouro com a marca Sandia Cofee. Já Juan Tito Quito, obteve o prêmio de qualidade na categoria gourmet com sua marca Yana Uya Coffee.
O concurso internacional foi organizado pela Agência de Valorização dos Produtos Agrícolas (AVPA) de Paris. Participaram 200 marcas de café de 25 países, como Camarões, República do Congo, EUA, Etiópia, Indonésia, Quênia, Filipinas, Togo, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, México, Brasil, Colômbia, entre outros
O reconhecimento dos três produtores levou-os quando estavam no meio da vegetação. A República procurou entrevistar os vencedores. Seus colaboradores mais próximos garantiram que demoraria dias para contatá-los porque suas fazendas estão longe do sinal de telefone e internet.
Talvez antecipando o quão difícil é estabelecer comunicação devido à localização de sua área de trabalho, Cahuana Quispe, no final de setembro de 2020, redigiu um questionário onde premonitóriamente expressou seu desejo de alcançar tal reconhecimento.
"[Meu sonho é] ser o melhor produtor de cafés especiais da minha região (Puno)", escreveu ele com sua própria caligrafia ao se inscrever no Atipanaku, um concurso nacional para reconhecer os melhores cafés especiais do Peru. Ele não esteve presente diretamente, mas foi representado por sua esposa Nilva Paye Laura.
No questionário de doze perguntas, ele afirmou que a motivação para entrar na produção de café é sua esposa e filhos. Junto com eles “decidimos pela aventura de produzir cafés especiais”, garantiu.