Ainda com a perspectiva de chuvas, café tem nova retração na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com retração, ainda que regulares. Ao longo de todo o período de trabalho, a posição dezembro se manteve abaixo do referencial de 130,00 centavos de dólar por libra peso, não demonstrando contar com maior tônus comprador. O pregão desta quinta se mostrou bastante esvaziado, com vários players se posicionando de lado. Apenas cerca de 24 mil lotes trocaram de mãos ao longo de toda a sessão. As atividades técnicas continuam na ordem do dia para o café, com os operadores ficando no aguardo da chegada das chuvas ao cinturão cafeeiro do Brasil. Muitos operadores já trabalham com a perspectiva de que a retomada das precipitações nas regiões cafeeiras brasileiras já estaria devidamente precificada e que a continuidade das perdas no terminal seria o resultado também de uma fraqueza gráfica, uma vez que o mercado não vem tendo êxito em romper ao menos as resistências mais básicas. O mercado físico brasileiro teve um dia totalmente travado, com vendedores e compradores continuando a divergir consideravelmente nos volumes pedidos para a aquisição e para a venda, respectivamente. Nesta quinta, a ideia de preços para bons cafés do sul de Minas Gerais foi de 460 reais.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve desvalorização de 85 pontos, com 128,50 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 129,70 centavos e a mínima de 127,50 centavos, com o março registrando oscilação negativa de 85 pontos, com 132,10 centavos, com a máxima de 133,15 centavos e a mínima de 131,10 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, para grãos robustas, o novembro teve retração de 1 dólar, com 1.949 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 3 dólares, com 1.928 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por novos acionamentos de venda, pressionando ainda mais o terminal. Se há alguns dias o dezembro flertava com níveis acima dos 140,00 centavos, agora vive às voltas com a falta de força de buscar o patamar básico de 130,00 centavos. Essa nova pressão no terminal se mostra ainda atrelada à questão da possível chegada das chuvas ao cinturão cafeeiro do Brasil. Esperadas há um bom tempo, as precipitações vão poder ao menos minimizar o quadro de estresse hídrico do solo e garantir a abertura de floradas mais vigorosas. Alguns dos analistas avaliaram que as chuvas estão sendo lidas por parte dos players como a finalização dos problemas para as lavouras, o que estaria estimulando as liquidações. Muitos especialistas, no entanto, já trabalham com a perspectiva de que a estiagem deve se refletir na safra de 2018. A abertura dos trabalhos desta quinta em Nova Iorque se deu com pequena alta, mas as compras voltaram a se mostrar bastante limitadas. A máxima não foi além dos 129,70 centavos e rapidamente os vendedores passaram a se mostrar mais eloquentes. A mínima atingiu os 127,50 centavos. No segmento externo, o dia foi próximo da estabilidade para as bolsas de valores nos Estados Unidos, com as commodities softs tendo avanço para algodão e açúcar e retração para cacau, suco de laranja e café.
"Novamente estamos operando sob bases técnicas, ainda que boa parte das vendas recentes estejam um tanto quanto ligadas à questão climática no Brasil. Chamou a atenção o novo relatório do Commerzbank, que indicou que a tendência é termos uma melhora de preços para o café. O banco trabalha com a perspectiva de a libra ir para um nível próximo de 145,00 centavos no primeiro trimestre do ano que vem. Isso estaria relacionado à perspectiva de déficit na produção e também aos problemas que deverão ser registrados no Brasil devido à atual estiagem", indicou um trader.
A nova previsão do Climatempo nesta quinta-feira para os próximos seis dias mostra aumento no acumulado das chuvas no Sul de Minas, Mogiana, Oeste de São Paulo e Zona da Mata, entre dia 29 de setembro a 04 de outubro. A maior intensidade de chuva será na região do Mogiana chegando a 100 milímetros. No Sul de Minas e Oeste de São Paulo o acumulado pode chegar a 90 milímetros. No norte do Paraná a 85 milímetros, Triângulo Mineiro e Cerrado 65 milímetros. Zona da Mata a 40 milímetros e sul de Espírito Santo a 10 milímetros.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de setembro, até dia 26, foram embarcada 1.515.288 sacas de café, média diária de 58.280 sacas, alta de 32,5% em relação às 1.143.325 sacas embarcadas ao mês de agosto. Deste total, 1.385.059 sacas foram de arábica, 17.753 sacas de conillon e 112.476 sacas solúvel.
Os estoques certificados de café na ICE Futures US tiveram alta de 804 sacas, com 1.806.221 sacas.
Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 129,70, 130,00, 130,50, 131,00, 131,50, 132,00, 132,15, 132,50, 133,00, 133,50, 133,65-133,70, 134,00, 134,45-134,50 e 135,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 127,50, 127,00, 126,50, 126,00, 125,50, 125,00, 124,50, 124,00, 123,50, 123,00, 122,50, 122,00 e 121,50 centavos por libra.
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