Café registra nova sessão de perdas ligeiras no fechamento da semana na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com perdas ligeiras, em uma sessão regular e sem maiores novidades. A expectativa efetiva do mercado, do registro de chuvas no cinturão cafeeiro do Brasil, começou a se efetivar, entretanto, a maior parte dos participantes já ressalta que essa concretização está devidamente precificada. Tal precificação custou um preço considerável ao terminal. Até há pouco, a expectativa era de o dezembro buscar níveis superiores a 145,00 centavos, ao passo que neste instante nem sequer o patamar de 130,00 centavos consegue ser testado. Alguns operadores trabalham com a perspectiva de uma "normalização técnica" a partir da próxima semana, com a consolidação de um quadro de recuperação hídrica no Brasil, mas com a manutenção da preocupação de safras deprimidas no Brasil, estoques em uso e projeções pouco animadoras no que se refere à oferta para o ano exercício de 2018. "No mercado físico brasileiro, os compradores repassaram para suas ofertas as quedas na ICE e o resultado foi um mercado ainda mais retraído, com número baixo de negócios fechados. Esses negócios são sempre em lotes pequenos para resolver problemas de curto prazo do cafeicultor, que mostra muita preocupação com o estado geral dos cafezais", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal. A sexta foi travada no físico brasileiro, sem novidades efetivas. Nesta quinta, a ideia de preços para bons cafés do sul de Minas Gerais foi de 460 reais.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve desvalorização de 45 pontos, com 128,05 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 129,15 centavos e a mínima de 127,25 centavos, com o março registrando oscilação negativa de 45 pontos, com 131,65 centavos, com a máxima de 132,70 centavos e a mínima de 130,85 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, para grãos robustas, o novembro teve avanço de 19 dólares, com 1.968 dólares por tonelada, com o janeiro tendo valorização de 16 dólares, com 1.944 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pelo "mais do mesmo". As vendas especulativas se mantiveram mais ativas, ao passo que os compradores continuaram a se mostrar bastante reticentes. O dezembro rompeu o menor patamar de preço da sessão passada, em 127,50 centavos, ainda assim não se verificou uma continuidade mais efetiva de vendas. O mercado continuou atento ao clima no Brasil. Esta sexta-feira já mostrou uma mudança considerável nas condições, com o aumento da nebulosidade e diminuição, ainda que ligeira, da temperatura. Há a expectativa que precipitações de média intensidade devem ser registradas até a noite de domingo na maior parte do cinturão cafeeiro do país. A abertura do dia se deu com altas, mas, assim como verificado na sessão passado, o avanço se mostrou contido e a máxima não foi além dos 129,15 centavos. Pouco a pouco, os vendedores se mostraram mais consistentes e as baixas voltaram a se suceder. A mínima foi aos 127,25 centavos. No segmento externo, dia de altas modestas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, , com as commodities softs tendo uma sexta de ganhos para o cacau, suco de laranja e açúcar e baixas para café e algodão.
"Temos um mercado pressionado pela possibilidade de termos boas chuvas no cinturão cafeeiro do Brasil. É algo que já vinha sendo há muito esperado e isso vem sendo refletido no terminal. Vamos finalizando setembro com quedas sucessivas, rompendo intervalos muito importantes, como o de 140,00 e o de 130,00 centavos por libra. Graficamente, continuamos a verificar uma tendência de baixa, principalmente por nos distanciarmos de referenciais como as médias móveis de 50 e 100 dias, hoje em 135,35 e 134,40 centavos de dólar por libra", disse um trader.
As exportações de café do Vietnã apresentaram queda de cerca de 20,5% no período de janeiro a setembro, no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado. Entre janeiro e o final do mês corrente, o país asiático fecha o embarque de um total de 1,12 milhão de toneladas (18,7 milhões de sacas), informou o Departamento Geral de Estatística em um relatório nesta sexta-feira. A receita das exportações apresentou um incremento de 1,3%, em relação ao mesmo período de 2016, atingindo US$ 2,55 bilhões, segundo o relatório. Em setembro, as remessas de café do Vietnã são estimadas em 90 mil toneladas (1,5 milhões de sacas), patamar inferior às remessas de agosto, que atingiram 95 mil toneladas.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de setembro, até dia 26, foram embarcada 1.515.288 sacas de café, média diária de 58.280 sacas, alta de 32,5% em relação às 1.143.325 sacas embarcadas ao mês de agosto. Deste total, 1.385.059 sacas foram de arábica, 17.753 sacas de conillon e 112.476 sacas solúvel.
Os estoques certificados de café na ICE Futures US tiveram retração de 535 sacas, com 1.805.686 sacas.
Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 129,15, 129,50, 129,70, 130,00, 130,50, 131,00, 131,50, 132,00, 132,15, 132,50, 133,00, 133,50, 133,65-133,70, 134,00, 134,45-134,50 e 135,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 127,25, 127,00, 126,50, 126,00, 125,50, 125,00, 124,50, 124,00, 123,50, 123,00, 122,50, 122,00 e 121,50 centavos por libra.
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