República Dominicana recebe doação para combater ferrugem do café
A União Europeia doará 1,8 milhão de dólares nos próximos anos para o enfrentamento da ferrugem do como e os efeitos da mudança climática no café na República Dominicana, destacou o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. A iniciativa é parte do Procagica (Programa Centro-americana para a Gestão Integrada do Café), coordenado pelos chefes de Estado da América Central e República Dominicana ante a incidência dessa enfermidade que ataca os cultivos cafeeiros. O projeto também busca apoiar ao menos mil pequenos produtores de café em sete províncias dominicanas para fazer frente a eventuais condições adversas originadas pela mudança climática. De acordo com a informação, trabalha-se na transferência de tecnologias aos produtores e produtoras, implementação de um sistema de alerta prévia para o manejo adequado das pragas e informação de mercados e fortalecimento das organizações de produtores ligadas ao setor de café. Será implementado um componente com a finalidade de contribuir a abordar a mudança climática e seus efeitos ambientais, através da adoção e aplicação de medidas de adaptação, mitigação e redução de risco de desastres ambientais em zonas cafeeiras da República Dominicana. Ao mesmo tempo, está previsto apoiar a produção de café na renovação de cafezais velhos e deteriorados, manutenção de cafezais que já estão em produção e melhorar a diversificação dos sistemas de produção de café. Além dessas ações se trabalhará na capacitação de técnicos de campo para que melhorem suas capacidades técnicas ao momento de oferecer assistência aos produtores e se avaliarão os sistemas de alerta prévio para o manejo adequado de pragas e de informação de mercados, com a finalidade de complementar e fortalecer essas importantes áreas de ação do setor cafeeiro. A produção de café na República Dominicana tem um papel muito importante em nível econômico, social e ambiental, recordou o Instituto, que lamentou que 755 dos produtores e suas famílias têm receitas baixas e desses os mais pobres se encontram nas zonas montanhosas onde existem as melhores condições para o cultivo de café de alta qualidade. "A maioria desses produtores, não somente tem suas necessidades básicas não satisfeitas, mas também é parte da população mais vulnerável às variações climáticas", indicou o comunicado. Várias regiões da República Dominicana foram afetadas pela ferrugem do colmo. Essa enfermidade é causada por um fungo que produz dois tipos de esporos. Os primeiros, mais comuns, são produzidos em abundância na face inferior das folhas. O segundo tipo é formado eventualmente em lesões velhas. A disseminação ocorre pelo vento, gotas de chuva, pelo homem, insetos e outros animais que entrem em contato com a lavoura. Após a disseminação quando atingem a face inferior das folhas germinam em 3 a 6 horas sob temperaturas entre 21 e 25ºC e condições de elevada umidade ou água livre. O fungo penetra e os sintomas iniciais surgem 7 a 15 dias após a penetração. O desenvolvimento da doença está intimamente relacionado à ocorrência de chuvas, sendo que sua incidência cresce do início para o fim das chuvas, atingindo o pico no final das águas.