Máquina de café expresso portátil Wacaco chega ao mercado português

A máquina de café expresso portátil Wacaco chegou ao mercado português pela mão da distribuidora portuguesa de marcas internacionais ecológicas COOLANDFUNCTIONAL. A marca, que nasceu em 2013 em Hong Kong, conta com a Worten, cadeia especializada em eletrónica de consumo e entretenimento do grupo Sonae, como parceiro estratégico para o lançamento no mercado português. O primeiro carregamento de máquinas e respetivos acessórios, que deverá chegar a Portugal no início de abril, seguirá, assim, para a Worten e também para o El Corte Inglés, as primeiras cadeias de distribuição a confirmar a aposta na máquina de café portátil no mercado português. A marca já havia feito um primeiro teste de vendas na filial portuguesa do El Corte Inglés através do distribuidor espanhol e “correu muito bem”.

João Mesquita, fundador da Collandfunctional, disse, em entrevista ao Hipersuper, que está em negociações com a Staples, a Radio Popular e a JOM para colocar a máquina à venda nestes estabelecimentos. O plano de expansão da Wacaco também integra pontos de venda especializados em lifestyle e gourmet, assim como surf shops e empresas que prestam serviços no setor de autocaravanas, entre outros. Além dos pontos de venda a retalho, João Mesquita também vai apostar no segmento profissional, através de uma parceria com um agente especializado. “Está a correr bem. O lançamento acaba por beneficiar do contexto em que vivemos, uma vez que a partilha da máquina de café nas empresas é desaconselhada”.

A start-up Wacaco foi criada em 2012 por Hugo Cailleton, mestre em design industrial. Antes de lançar no mercado a primeira máquina de café portátil, designada Minipresso, o fundador esteve durante vários anos envolvido na conceção e fabrico de máquinas de café expresso caseiras. Foi durante uma viagem de negócios que teve a ideia conceber uma máquina de café expresso portátil, depois de uma experiência menos positiva num bar de hotel. Regressado a Hong Kong, levou a cabo uma pesquisa para identificar a oferta de máquinas de café portáteis disponíveis, comprou amostras e testou os equipamentos. Não ficou satisfeito e encontrou muitas oportunidades de melhoria. “Eram muito pesados, tinham extrações menos conseguidas e eram caras considerando o seu uso ocasional. A partir deste dia, o objetivo passou a ser pensar, desenhar e conceber um aparelho fácil de transportar, com desempenho próximo às máquinas de casa, permitindo ao consumidor produzir um bom expresso em qualquer lugar com um custo mais baixo”, lembra João Mesquita. Depois de dez protótipos desenvolvidos para testar os mecanismos dos equipamentos, desde a extração ao design, nasceu a Minipresso. “Vinte meses após a viagem que mudou a vida de Hugo Cailleton, os moldes de injeção estavam em fabricação”.

Atualmente, a Wacaco comercializa três soluções sustentáveis que não necessitam de energia elétrica para funcionar nem dos tradicionais copos de plástico descartáveis para beber: a Minipresso, a Nanopresso, que representa uma upgrade do primeiro equipamento, e ainda a Pipamoka, um copo em aço inoxidável que permite tirar um café através do sistema de pressurização. Desenvolvidas para quem privilegia a vida outdoor e não dispensa um café, as máquinas são concebidas com materiais reforçados para resistir a choques e só necessitam de dois ingredientes para tirar um café: água quente e café, moído ou em cápsula. A Nanopresso, por exemplo, pesa cerca de 500 gramas e tem 20 cm de comprimento.  É um modelo totalmente mecânico e está disponível em duas versões, para café em cápsula ou café moído. À parte, são vendidos os acessórios para que os equipamentos possam operar com estes dois sistemas: café moído e cápsulas Nespresso e Dolce Gusto (o adaptador para estas últimas ainda não está disponível da Europa e deverá chegar ao mercado português em junho).

Como funciona?

“A Nanopresso tem um depósito para introduzir a água quente. Depois, insere-se no medidor o café e coloca-se no cesto do filtro. Para extrair o café basta rodar uma válvula, que sai para fora, e é dotada de um orifício por onde vai sair a bebida. Porque é que o café tem qualidade? Porque o circuito é muito curto. É só empurrar a válvula e dar à bomba, num movimento semelhante ao de encher um pneu. O café sai com muita qualidade e com espuma. Com o filtro cheio dá para extrair um café cheio ou dois cafés curtos. Para quem gosta de cappuccino, por exemplo, a máquina está preparada para levar um depósito adicional com mais capacidade”, explica o fundador da COOLANDFUNCTIONAL.

A Minipresso, a primeira máquina criada por Hugo Cailleton, é um pouco mais estreita, mas mais comprida e pesada. A bomba também tem menos força pelo que o tal movimento semelhante ao de encher um pneu xige um pouco mais de força. Também está disponível para café moído ou cápsulas.

Já a Pipa Moka é um copo de pressão que funciona num sistema de pressurização que faz lembrar a antiga técnica do café em balão. “Trata-se de um copo em aço inoxidável e térmico que mantém a bebida quente até cinco horas. Funciona da seguinte forma: colocamos o café no cesto medidor, colocamos o filtro, enchemos o copo com água quente e colocamos o tubo de pressão. O cesto cai rapidamente, demora cerca de três segundos a chegar ao fundo, fazendo um movimento de pressão em que a água empurra o café, passando pelo cesto. A tampa é isotérmica e não derrama”, detalha João Mesquita. As três versões e os respetivos acessórios estarão à venda no mercado português.

Até à data, a COOLANDFUNCTIONAL investiu 25 mil euros em equipamentos para comercializar no mercado português. “Como são equipamentos com muitos componentes, a pauta aduaneira cresce muito. Compramos stock de entrada, um contentor com produto para cerca de dois meses”, estima o responsável.  No que diz respeito ao posicionamento em preço, a Minipresso terá um preço de venda ao público de 56,99 euros, enquanto a Nanopresso custará 89,99 com a oferta da bolsa de transporte. “Um consumidor que beba três cafés em média por dia paga o investimento em cerca de dois meses e meio”, garante o responsável.

Em dois anos, o objetivo da distribuidora portuguesa é estar a vender entre 20 e 25 mil máquinas, o que representa vendas próximas de meio milhão de euros. “Porque a qualidade do café é boa, o conceito é inovador, o produto é funcional e podemos usufruir deste prazer em qualquer local. Não temos a ambição de substituir as máquinas de café nos espaços comerciais, não é esse o propósito, mas queremos que a máquina seja uma companheira de viagem para muitos portugueses”, explica João Mesquita.

A COOLANDFUNCTIONAL foi fundada em 2018 para distribuir uma marca holandesa de escovas de dentes de bambu no mercado português e espanhol. Atualmente, distribui na Península Ibérica as marcas Bellroy, Indosole, Merge 4, Mizu, The Bamboo Brush Society, Raen, Raw Elements, Slowtide, Sun Bum e Wacaco, esta última apenas com distribuição em Portugal.

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