Pinhalense tem recorde de vendas e prevê ano positivo
A Pinhalense, líder global em máquinas para processamento de café, deve superar este ano o recorde em vendas do ano passado, segundo o presidente da empresa, Reymar Coutinho de Andrade. Em entrevista ao Broadcast Agro, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, ele cita a alta das cotações do grão, que estimula o produtor a investir na propriedade. A companhia também tem conseguido driblar a esticada nos custos de produção, principalmente com aço, matéria-prima na fabricação dos equipamentos.
A empresa obteve faturamento recorde de R$ 200 milhões no ano passado. “Este ano, mês a mês, o resultado tem sido 15% superior ao observado em 2020. Para o segundo semestre, acreditamos na continuidade do aumento da demanda, por causa dos bons preços do café e porque se espera que em 2022 a safra do produto no Brasil seja a maior de todos os tempos”, diz Coutinho de Andrade.
O presidente da Pinhalense considera que a escalada do preço do aço ainda é um desafio, sem um cenário de reversão. “Houve uma sequência de reajustes de preços dos produtos, há muito não visto pelos clientes”, lamenta. Pior: esse quadro impediu a venda dos produtos por prazo dilatado, que podia ser em até 6 meses e agora caiu para, no máximo, 3 meses.
A principal saída para a crise no financiamento são operações de barter, em que o cafeicultor compra o equipamento com o compromisso de pagar com o produto, em até três safra futuras. “Em junho, em uma semana, durante evento no Espírito Santo, os cafeicultores trocaram mais café por máquinas do que no mês inteiro de maio”, conta Coutinho de Andrade. E salienta: o produtor de café robusta (conilon) está mais capitalizado do que quem produz arábica, já que o volume da safra tem sido estável, ao contrário do arábica, que enfrenta safra bienais (alternância anual de safra maior e menor).
Outra questão que desestruturou a linha de produção da Pinhalense foi o afastamento de colaboradores que testaram positivo para covid-19, afetando a capacidade de produção, que foi compensada com a contratação de mais mão de obra. O presidente da empresa destaca que todos os protolocos sanitários, como distanciamento e uso de máscaras, são respeitados na empresa.
Além disso, como se trata de uma metalurgia, os trabalhadores no chão da fábrica usam obrigatoriamente Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “Infelizmente, houve casos de covid-19, que podem ter ocorrido inclusive de fora para dentro da fábrica. O importante é que não perdemos ninguém por óbito”, observa ele, salientando que a companhia tem cerca de 800 colaboradores.