Secretaria de Agricultura emite alerta de geada para 63% dos municípios mineiros
Produtores de café de Minas Gerais devem estar atentos mais uma vez. A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) emitiu um alerta de novas geadas em Minas a partir de quarta-feira (28). O aviso é válido para 541 municípios, ou seja, 63% das cidades do Estado.
O Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (SIMGE), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), alerta que a nova onda de frio intenso afetará com maior intensidade as mesorregiões do Sul de Minas, Triângulo, centro/sul das regiões Central e Metropolitana, Oeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata.
A previsão é que 541 municípios mineiros registrem de 10°C até temperaturas negativas com geadas moderadas a fortes. Os modelos meteorológicos de previsão de tempo apontam para a ocorrência de temperaturas negativas de forma generalizada no Sul de Minas e Campo das Vertentes nas madrugadas dos dias 30 e 31 julho.
Minas enfrenta a pior geada em 27 anos. O fenômeno natural provocou perdas em diversos cultivos, mas especialmente nos cafezais, um dos produtos mais importantes da economia no Estado. Estima-se que a geada da semana passada possa ter reduzido a produção em 30%.
Orientação para cafeicultores
Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e da Embrapa Café elaboraram um material que orienta cafeicultores sobre o que fazer após as geadas. O texto traz recomendações para o levantamento dos danos e sobre as ações necessárias no momento e a médio e longo prazo.
Segundo os especialistas, por enquanto nenhuma intervenção deve ser feita na lavoura. Primeiramente, porque ainda vem uma nova onda de frio e o período histórico de ocorrência de geada ainda não terminou, apesar de no mês de agosto a ocorrência ser menor. Podar agora deixaria as plantas mais expostas ao esfriamento.
Em segundo lugar, não se sabe a dimensão do dano nas plantas. O ideal é esperar por aproximadamente 30 a 60 dias, após o frio passar e se ter maior certeza de como e onde atuar. Segundo os especialistas, se pode esperar as primeiras chuvas e até mesmo a florada para se ter mais certeza do prejuízo na safra de 2022.
O material explica que, no momento, o produtor deve quantificar seus prejuízos para fazer suas contas focando no fluxo de caixa e orçamento para o próximo ano. O levantamento deve conter a área afetada na propriedade e a classificação da intensidade dos danos nas lavouras. Com o levantamento em mãos, o produtor deve readequar seu planejamento agrícola de acordo com o dano provocado pela geada e gastar o mínimo possível nas áreas mais afetadas.
Enquanto não é possível mensurar o prejuízo, o ideal é que as adubações e controles fitossanitários sejam reduzidos nas áreas com maior redução de safra. Normalmente, será um manejo de lavoura com poda tipo decote ou mais drástica.