Favorecido pelo clima, preço do arábica sobe forte em julho
Julho foi marcado pelo expressivo avanço dos preços do café arábica. No início do mês, as cotações foram impulsionadas pelas previsões de frio e de seca nas regiões cafeeiras do Brasil. Apesar da menor umidade ser ideal para a colheita, muitos cafeicultores já estavam preocupados com a safra 2022/23 (bienalidade positiva), devido ao clima seco desde o fim de março.
Porém, foi no encerramento de julho que as altas nos preços se intensificaram, após a ocorrência de geadas na maior parte das regiões produtoras. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, operou acima dos R$ 1.000/saca de 60 kg entre 22 e 30 de julho, atingindo, no dia 26, o maior preço diário real desde janeiro de 2012, ao fechar a R$ 1.067,27/sc (valores deflacionados pelo IGP-DI de junho/21).
Entre 30 de junho e 30 de julho, a elevação foi de significativos 170,23 Reais por saca (ou de 20,1%). Para o robusta, as cotações também tiveram forte alta em julho, e o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima fechou o dia 30 a R$ 580,56/sc, elevação de 80,12 Reais por saca (ou de 16%) em relação ao dia 30 de junho. No dia 28 de julho, especificamente, o Indicador fechou acima de R$ 600/sc, o maior patamar real desde dezembro 2017 (os valores diários foram deflacionados pelo IGP-DI de jun/21).
Segundo pesquisadores do Cepea, as cotações da variedade foram impulsionadas por ganhos externos e pela retração de vendedores no spot nacional. Os futuros, por sua vez, foram influenciados por preocupações quanto à oferta global de café em 2022/21, após as geadas no Brasil, ainda que as lavouras de robusta não tenham sido afetadas pelo fenômeno.