Cepea: Preços do arábica subiram com força em outubro
ARÁBICA
Os preços do café arábica subiram com força em outubro no Brasil, completando 12 meses de avanço consecutivo. No dia 29, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.256,27/saca de 60 kg, expressiva elevação de 119,33 Reais/saca (ou de 10,5%) em relação ao encerramento de setembro. No dia 26 de outubro, especificamente, o Indicador atingiu R$ 1.270,07, recorde nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996. Já em termos reais, este foi o maior patamar desde 3 de maio de 2011 (os valores foram deflacionados pelo IGPDI de setembro/21). A forte alta esteve atrelada à valorização dos futuros da variedade e à relativa retração de vendedores no spot nacional. No mercado externo, as cotações seguem impulsionadas por preocupações com a oferta global do grão. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato Dezembro/21 terminou o dia 29 a 203,95 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 5,1% em relação ao último dia útil de setembro.
No Brasil, ainda que o aumento nos preços do arábica tenha atraído uma parte dos vendedores ao mercado ao longo do mês, os volumes negociados foram baixos. E um dos motivos para esse cenário é o fato de que produtores já detêm uma menor quantidade de café nas mãos, devido ao alto volume de entregas realizadas até outubro e da menor produção neste ano. Segundo dados levantados junto a colaboradores do Cepea, de 55 a 65% da safra 2021/22 já havia sido comercializada até o final de outubro, em termos nacionais. No campo, os ânimos de produtores melhoraram após as boas chuvas ocorridas no mês. Agentes consultados pelo Cepea indicam que o clima favorável vem auxiliando na recuperação das plantas e no pegamento das flores em parte das lavouras. No entanto, em outras regiões, problemas de pegamento foram relatados, especialmente nas praças mais severamente prejudicadas pelas geadas. No geral, ainda é incerta a dimensão do impacto do clima desfavorável até setembro sobre a produção em 2022/23.