Acre desenvolve seminário sobre café em áreas degradadas nesta terça
“Uso da cafeicultura como alternativa de recuperação de áreas degradadas em Capixaba/AC" é o tema do seminário que será realizado, nesta terça-feira, 30 de novembro, pela Embrapa Acre em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e a Federação dos Trabalhadores Rurais do Acre (Fetacre). A programação do evento começa às 8 horas e se estende até às 17 horas, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capixaba-AC.
“Tendo em vista a degradação do solo em muitas propriedades rurais, vamos mostrar aos agricultores técnicas de recuperação do solo e cultivo desenvolvidas pela Embrapa, voltadas para a cultura do café que possibilitam o aproveitamento de áreas já abertas ou degradadas a fim de evitar a abertura de novas áreas de floresta para o cultivo do grão”, explica o analista Daniel Lambertucci, da Embrapa Acre.
De acordo com Celso Luís Bergo, pesquisador da Embrapa Acre e um dos palestrantes do seminário, a região do município de Capixaba possui solo bastante propício para o plantio do café. "É um solo plano, profundo e com uma estrutura nem muito argilosa e nem arenosa. A única desvantagem é a acidez do solo, por isso é necessário fazer a correção com calcário. Mas estas e outras informações vamos repassar no seminário”, conta Bergo.
O presidente da Fetacre, Antonio Sergioni de Freitas Paiva, está animado com a realização do seminário e diz que também é papel do sindicato apoiar iniciativas que tragam informação e conhecimento técnico para os agricultores. "No caso do cultivo de café de forma sustentável, será de grande valia, pois os produtores vão aproveitar e recuperar áreas que já estão abertas, sem necessidade de derrubar a floresta. Isso é um ganho ambiental para todos nós", explica.
Antônio acrescenta que nove famílias de Capixaba já se reuniram para cultivar café em uma área de 10 hectares. "Será uma experiência piloto. Esperamos que, no futuro, seja um testemunho de que o café tem potencial para cultivo nesta região e promove melhoria de renda para os agricultores familiares", acrescenta.
A representante do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Jarlene Gomes considera o seminário uma oportunidade de aprendizagem. "Com conhecimento das técnicas utilizadas no plantio e cultivo do café, os agricultores familiares podem fazer melhor uso do solo de áreas já degradadas. Dessa forma, o café entra como mais uma alternativa econômica e viável para esses produtores", ressalta.
A programação inclui palestras com pesquisadores e técnicos de várias instituições: Wagner Alvarez (Viveiro Amazon Coffee), Celso Bergo (Embrapa Acre), Paulo Márcio Beber e Cristhyan Alexandre Carcia de Carvalho (Viveiro Agro Yaco), Gerson Souza de Aguiar (Comunello Insumos Agrícolas), Alexsandro Lara Teixeira (Embrapa Rondônia – palestra virtual) e Márcio Muniz Albano Bayma (Embrapa Acre).
Entre os temas que serão tratados no evento estão: café Robustas Amazônicos como alternativa de recuperação de áreas degradadas em pequenas propriedades rurais"; aptidão de solo e clima para o cultivo do café canéfora; implantação da lavoura e qualidade de mudas; nutrição equilibrada para a cultura do café; e construção de um “Programa de incentivo à cafeicultura de Capixaba".