Este sapato impermeável é feito com resíduos de café e plástico reciclado
Sapato da linha Originals, da Rens, é feito com resíduos de café (Foto: Reprodução / Instagram @rensoriginal)
Quando parar para tomar o próximo cafezinho, olhe bem para a borra que sobra no final: ela pode se transformar em uma peça de vestuário. Mais precisamente, um par de sapatos sustentáveis. Pelo menos foi isso que a empresa filandesa Rens fez ao lançar um novo calçado inteiramente feito de borra de café e garrafas plásticas sustentáveis.
De acordo com a Organização Internacional do Café, os filandeses são o povo que mais consome café no mundo — 12 kg per capita por ano — e todos os grãos utilizados produzem uma quantidade enorme de resíduos, cerca de 14,4 toneladas por ano. Isso chega a corresponder a 13% do lixo alimentar anual do país.
"O resíduo de café é um resíduo biológico, mas produz muito metano, que é 32 vezes mais potente que o CO2. Então, o que fazemos aqui é apenas prolongar o ciclo de vida", diz o cofundador e CEO da Rens, Jesse Tran, ao Euro News.
A empresa desenvolveu a linha Originals com o material reciclado. Cada par contém 300 gramas de resíduos de café, o equivalente a 21 xícaras. Tran explica que a borra do café é misturada a bolinhas de plástico reciclado, criando um fio de poliéster de café.
O empreendedor teve a ideia em julho de 2017 e levantou € 486 mil (cerca de R$ 3 milhões, na cotação atual) via KickStarter. Em agosto do ano passado, uma nova arrecadação conseguiu € 300 mil (R$ 1,8 milhão), que ele pretende usar para criar a segunda geração de calçados de café, chamada de Nomad.
Para calçar esses tênis o consumidor precisa desembolsar cerca de € 96 (quase R$ 600). Apesar do alto valor, se comparado a produtos não sustentáveis, a empresa diz que os resultados têm sido bons. Inclusive, já há planos para peças de roupa que usem como matéria-prima itens que seriam jogados no lixo. “Seja qual for o produto que fizermos, aplicaremos a mesma fórmula, que é de material à base de resíduos. Pode ser resíduo de café novamente ou pode ser outra coisa", diz.