Pesquisadores lançam livro com caracterização de 41 genótipos do café conilon
Um grupo de pesquisadores do Núcleo de Excelência de Pesquisa em Café Conilon, cuja base é o Laboratório de Pesquisas Cafeeiras da Ufes do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (campus de São Mateus), acaba de lançar o livro Registro fotográfico e caracterização de 41 genótipos de Café Conilon, disponível em PDF na internet e também com 500 exemplares impressos.
Resultado de pesquisas para o desenvolvimento tecnológico nas áreas de melhoramento, fisiologia e manejo do Coffea canephora cv. Conilon, o livro traz dados e imagens dos principais genótipos de café conilon plantados no Espírito Santo e no sul da Bahia. Além do registro fotográfico, os materiais genéticos foram caraterizados por meio de parâmetros biométricos e agronômicos que também são apresentados na obra.
As informações disponíveis são, por exemplo, sobre características biométricas e foliares, características de frutos, densidade média de comprimento radicular dos genótipos em seis profundidades de solo, cultivares registradas pela Ufes, caracterização individualizada dos genótipos, fotografias de plantas mostrando a morfologia externa aérea e dos frutos com referência métrica.
“A Ufes vem contribuindo de maneira significativa para a melhoria da cadeia produtiva do conilon/robusta, por meio da formação profissional e do desenvolvimento de novos processos e tecnologias que promovam a evolução da cafeicultura no estado. Essa obra é resultado desse comprometimento com o ensino, a pesquisa e a extensão no tema café”, afirma o professor Fábio Luiz Partelli, um dos autores do livro, professor e diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufes.
Ele assina a obra junto com o mestre em Agricultura Tropical e técnico agrícola da Fazenda Experimental do Ceunes Gleison Oliosi e com os estudantes da Ufes Henrique Oliveira (cafeicultor e estudante do curso de Engenharia Agronômica); Henzo Salvador (cafeicultor e aluno do curso de Agronomia) e Willian Gomes (biólogo, doutorando em Genética e Melhoramento).
Produção capixaba
De acordo com levantamento publicado no livro, a produção brasileira na safra 2019-2020 ultrapassou 67 milhões de sacas, sendo cerca de 70% atribuída ao café arábica e 30% para o café conilon/robusta. Embora a produção de C. canephora no Brasil seja menor que a de arábica, tem sido observada uma evolução significativa na cultura, ampliando seus números a cada ano. O estado que mais contribui para esse avanço é o Espírito Santo, com 64% de participação na produção nacional, seguido por Rondônia e Bahia, com 17% e 14,8%, respectivamente.
Segundo o professor Partelli, o trabalho que resultou no livro contou com o apoio de muitos agricultores, que atuaram no manejo da lavoura e disponibilizaram os brotos. Também contribuíram com a pesquisa os programas de Pós-Graduação em Agricultura Tropical (campus de São Mateus) e Genética e Melhoramento (campus de Alegre) e universidades parceiras no Brasil e no exterior, além das seguintes instituições: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes); Mutua/ES; Senge; Microquímica Tradecorp; Defesa Agrícola; AgroCP, Basf; Viveiro Marinado; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café (Cetcaf); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes); Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel); Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac) e Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi).