Os últimos dois pregões foram positivos para o café arábica
Depois da forte alta de 4% com recompras de fundos na quinta-feira, o contrato de café arábica no julho fechou com queda de 0,42% cerca de 0,95 cents a 227,15 cents, acompanhando a queda das commodities agrícolas ( exceção do suco de laranja ) nas bolsas de Nova York e Chigado, pressionadas por uma onda de aversão ao risco que dominou a sessão. A perspectiva de novo aumento na taxa de juros nos Estados Unidos fez o mercado optar por ativos mais seguros, como os títulos do tesouro americano, reduzindo suas posições em papéis de maior risco, caso das commodities agrícolas.
O volume de negócios foi somente de 20.939 lotes em relação aos pregões anteriores, com julho variando de 225,35 cents a 230,40 cents, não tendo força para buscar a primeira resistência do dia em 232,13 cents e ficando bem distante do primeiro suporte em 220,83 cents. Na segunda-feira, o primeiro suporte está em 224,87 cents a primeira resistência em 229,92 cents. Os estoques certificados aumentaram 5.419 sacas para 1.105.535 sacas, ampliando a alta do mês de abril para 25.419 sacas.
Para José Roberto Marques da Costa da Agnocafé, os últimos dois pregões foram positivos para o café arábica, recuperando 50% das perdas dos últimos 8 pregões na quinta-feira e uma queda de somente 0,95 cents no pregão de hoje diante da forte desvalorização de 4% da moeda brasileira ante ao dólar, com os fundamentos positivos sustentando, sem estes fundamentos a queda em NY seria muito maior como aconteceu com as outras commodities.
" Até o pregão de quarta-feira, os participantes estavem baseando em gráficos técnicos, buscando novas mínimas para entrar comprando e tentando maximizando os lucros, até as inevitáveis coberturas de posições climáticas devido a entrada inverno no Brasil. Para surpresa do mercado, no pregão de ontem chegou a mínima de 217,60 cents depois começou forte cobertura que levou a 228,60 cents, variação de 11,30 cents. Para mim,ainda está cedo para as coberturas climáticas, ou alguns grandes fundos de investimentos tiveram informações meteorológicas antecipadas e precocemente começaram estas coberturas, ou a queda de produção na Colômbia e Honduras estão começando a refletir no mercado", diz José Roberto.
"Depois de uma significativa recuperação na quinta-feira, verificamos a manutenção de alguns intervalos interessantes e até mesmo a busca do referencial de 230,00 cents. Graficamente verificamos que há uma consistência técnica. A isso se soma os temores em relação às chuvas que atingem a Colômbia e que estão afetando várias zonas produtoras de café. Com isso, o mercado pode ter espaço para se manter sustentado", disse um trader.
O Site Agnocafé vem alertando ao mercado sobre possível queda acima do previsto da safra de café na Colômbia devido as fortes chuvas estão nos afetando muito e comprometendo a produção deste primeiro semestre. Nos últimos 12 meses a produção foi de 12,9 milhões de sacas, queda de 16%, mas tudo indica que a queda será bem maior. Cabe lembrar que na Colômbia existem 603 municípios produtores de café, a maioria afetada pelas ondas de chuvas deste outubro do ano passado, o que resultará em redução e na quantidade de grãos que estará disponível para exportação.
Nos próximos 45 dias, com a entrada do inverno no Brasil, os fundos deveram aumentar suas posições compradas antecipando futuras entradas de massas polares, segundo os meteorologistas serão 3 frandes massas polares, com aconteceu no ano passado. Os dados da CFTC referente ao dia 19 de abril ( terça-feira ) mostra queda de 25,4% nas posições líquidas compradas de fundos para 22.094, sendo 32.739 posições compradas e 10.646 posições vendidas. A 12 meses atrás, os grandes fundos possuíam 40.001 posições compradas e depois de 45 dias eles passaram 61.452 posições compradas.
“Os rápidos movimentos de sobe e desce na ICE em NY refletem interesses de curto prazo de fundos e especuladores. Operadores derrubam as cotações do café em NY, lastreados em uma possível queda de consumo na Rússia e na Ucrânia”, argumentou, em relatório, o Escritório Carvalhaes, especializado no mercado cafeeiro.