Depois reavaliação da safra pelos fundos, café arábica valoriza 7,4% em NY
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos futuros de café tiveram alta pelo terceiro dia consecutivo depois a reavaliação de alguns dos grandes investidores sobre a safra que está sendo colhida no Brasil. O vencimento de julho valorizaram 2,85 cents ( 1,2% ) fechando a 229,45 a cents por libra-peso, próximo a máxima do dia e durante a semana valorizou 13,60 cents. Os estoques certificados diminuíram 3.157 sacas para 1.078.766 sacas e no mês de maio acumula queda de 40.964 sacas.
O volume de negócios atingiu 29.055 lotes e julho variou de 224,40 cents a 229,90 cents ( maior nível desde 22 de abril ), mas não chegou a primeira resistência em 230,43 cents, mas setembro rompeu a importante média de 100 dia em 228,40 cents e no dia quinta-feira ultrapassou a média de 200 dias em 219,30 cents.
Desde terça feira o site Agnocafé está informando, que grandes fundos internacional estão começando a rever os números da safra deste ano do Brasil e tudo indica que o número da safra está entre 50 a 52 milhões de sacas e acrescentou que foi uma grande surpresa que deve refletir mudança de tendência.
Na analise de ontem foi mencionado que os grandes fundos de investimentos começaram a migrar para o mercado de café não em função das entradas de massas polares, mas com informações atualizadas sobre o andamento da colheita de café e a frustação dos cafeicultores de várias regiões pelos primeiros resultados.
Forte redução no Cerrado Mineiro e Oeste de São Paulo, na Mogiana queda de 40% em relação a safra de 2020 e Sul de Minas, principal região de café do Brasil, a queda deve ficar em média 25% em relação ao ano passado que foi uma safra baixa. A continuação da alta nesta sexta feira teve dar mais credibilidade a esta frustação.
Depois da reavaliação, os três pregões operam em alta, os contratos de café arábica valorizaram 7,4% saindo de 213,65 cents para 229,40 cents alta de 15,80 cents, com setembro rompendo dois importante níveis da media de 200 dias em 219,30 cents da média de 100 dias em 228,40 cents e o mais importante fechando acima deste nível e próximo a máxima do dia.
Caso não aconteça nenhum fundamento externo negativo para o mercado de café, pelo fechamento tecnicamente muito positivo de hoje, o viés de alta deve continuar na terça-feira ( segunda-feira não funciona devido ao feriado nos EUA ) com a primeira resistência em 231,50 cents e com tendência na busca acima de 235,00 cents, o chamado pela Agnocfé de " divisor de água".
Na semana onde NY desvalorizou 13,55 cents, o relatório de traders mostrou um migração dos fundos para outras commodities e mantendo praticamente estáveis suas posições vendidas. Ainda não começou a inevitável cobertura de posições compradas em função das entradas das massas polares durante o inverno.
Os dados do dia 24 de maio, revela queda de 16,6% nas posições líquidas compradas de fundos para 17.770 lotes. Os grandes fundos possuíam 17.770 posições líquidas compradas sendo 26.547 posições compradas e 8.804 posições vendidas, queda de 3.400 lotes de posição comprada e alta de apenas 162 lotes na posição vendida.
Hoje teve duas notícias positiva para o mercado, a primeira vem dos ganhos do primeiro trimestre da empresa chinesa de cafés Luckin Coffee revelaram um aumento na receita de quase 90%, apesar das rígidas restrições do Covid-19 e de uma economia em desaceleração, Além de alcançar seu primeiro lucro desde seu lançamento, a empresa também encerrou o primeiro trimestre com 6.580 lojas na China, superando a Starbucks que atualmente possui cerca de 5.650 pontos de venda no país, informou a CNN Business.
A segunda foi a entrevista do gerente geral da Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), Roberto Vélez, ao jornal El Nuevo Dia, ele confirmou que a Agnocafé está alertando a vários meses sobre queda expressiva de safra devido ao clima. chuvoso "... Tinha que ser entre 12 e 12,5 milhões de sacas de café de um potencial de 14,5 que a Colômbia tem, mas os números que estão saindo são ainda mais preocupantes. Acredito que teremos entre 11,5 e 12 milhões de produção", disse
Segundo alguns analista, o tempo seco no Brasil direcionou os negócios. Previsões meteorológicas apontam para chuvas abaixo do nível normal na próxima semana nas zonas produtoras do país. A ONS confirmou hoje a tendência de queda para o mês de junho, projetando para região de café chuva em 72% da média histórica em junho;
O Climatempo não menciona chuva para as principais regiões de café nos próximos 15 dias, segundo o site, uma frente fria avança devagar e causa chuva persistente sobre a Região Sul. No sul do Paraná, estimam-se mais de 150mm. A precipitação também alcança o sul do Mato Grosso do Sul e o oeste e sul de São Paulo até meados da semana que vem.
Posteriormente, entre os dias 03 e 09 de junho, a chuva espalha mais pelo Brasil. Além do Sul e de partes de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, há previsão de chuva fraca no sudoeste de Goiás e em parte de Mato Grosso. Não há previsão de frio intenso pelos próximos 15 dias nas áreas produtoras, apesar de um declínio mais acentuado de temperatura previsto por volta do dia 07 de junho entre o sul do Paraná e o Rio Grande do Sul.
Veja comentário de outros analistas
Carlos Mera, chefe de pesquisa de mercado de commodities agrícolas do Rabobank em Londres, não vê, porém, uma tendência tão forte de valorização. “Na ausência de um evento climático significativo, os preços tendem a cair”, disse ele à Dow Jones Newswirews.
Jim Roemer, especialista em agricultura e autor do boletim Weather Wealth, disse também à agência que não há uma grande chance de a safra brasileira ser devastada em 2022/23, como ocorreu com a anterior. “As chances de duas geadas significativas, principalmente durante a La Niña, e grandes geadas consecutivas são muito, muito improváveis”, afirmou.
Além disso, ao que parece, a demanda por café está menor que o previsto. “Certamente, esperávamos que o crescimento fosse maior do que a tendência atual tem mostrado”, disse. Roemer prevê um crescimento de 2% no mundo em relação a 2021/22 até o momento, abaixo da projeção anterior, de 3,5%. Entre as razões para essa estimativa de demanda estão a guerra da Ucrânia e os lockdowns que a China adotou para conter a covid-19.
A Agnocafé deseja a todos um ótimo final de semana