Alerta aos cafeicultores:La Niña volta a ganhar força e avançara pela primavera
Péssima notícia para os cafeicultores dos dois maiores produtores de café arábica, no Brasil devido a influencia climática com chuva abaixo da média nas principais regiões de café nos próximos meses e na Colômbia com a maior intensidade das chuvas .
A La Niña segue atuando no Oceano Pacífico Equatorial neste fim de julho e volta a se intensificar depois de ter enfraquecido nas últimas semanas após o trimestre de outono ter transcorrido sob a La Niña mais forte desde 1950. Modelos numéricos indicavam que no final de junho e em parte de julho o fenômeno enfraqueceria para voltar a ganhar força no fim de julho e durante o mês de agosto, prolongando a sua atuação ao menos até a primavera.
LA NIÑA SEGUIRÁ NA PRIMAVERA
De acordo com o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), o atual episódio de La Niña que já dura dois anos está longe de terminar no Pacífico Equatorial. O fenômeno seguirá atuando no que resta deste inverno e vai prosseguir durante a primavera, podendo se estender ao começo do verão de 2023. Os mais recentes dados dos modelos apontam a presença da La Niña no Pacífico durante todo o segundo semestre, compreendendo a primavera e o começo do próximo verão.
Conforme a última projeção da Universidade de Colúmbia, em parceria com a NOAA, para o trimestre agosto a outubro, importante época para o café que precisa de umidade devido a florada, há probabilidade de 68% de La Niña e 31% de neutralidade. De setembro a novembro, o trimestre da primavera, 70% de La Niña e 29% de probabilidade de neutralidade. Entre outubro a dezembro, 69% de La Niña e 29% de neutro. E entre novembro e janeiro, no período crítico para o milho, 63% de La Niña e 33% de neutralidade.
Já no trimestre de verão, de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023, as probabilidades são de 55% de La Niña e 39% de neutralidade, o que é pouco conforto para o produtor rural. No trimestre de janeiro a março, importante para a cultura de soja, as probabilidades são de 43% de La Niña e 50% de neutralidade.
Por sua vez, no trimestre de fevereiro a abril, a estimativa atual é de 26% de probabilidade de La Niña e 64% de neutralidade. Por fim, no trimestre de outono de 2023, de março a maio, apenas 13% de La Niña, 72% de neutralidade e 15% de El Niño.
De acordo com dados da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a La Niña no outono meridional deste ano foi a mais intensa desde 1950. Conforme a série histórica da agência, desde 1999 o trimestre de inverno não começava com o Pacífico Equatorial tão frio.
A La Niña foi responsável no último verão por uma estiagem que quebrou a safra agrícola nos três estados do Sul do Brasil e em parte do Mato Grosso do Sul com perdas de dezenas de bilhões de reais e uma queda acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola. No outono, trouxe uma estação mais fria do que a média e contribuiu para a mais intensa onda de frio em maio no Brasil Central desde 1977 com geada até no Sul da região amazônica e em Brasília. No Nordeste, foi fator para as chuvas extremas no litoral da região.