IFRO Campus Cacoal implanta unidade experimental de café
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal, instalou, na terça-feira (30), um ambiente demonstrativo para o cultivo de café. Chamada de Unidade Experimental de Café, a iniciativa foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri) e o Viveiro Laethe Clone.
O processo de plantio das quase 300 mudas cafeeiras do tipo clonal, variedade Conilon, envolveu alunos do segundo ano do Técnico Integrado em Agroecologia e do terceiro ano do Técnico Integrado em Agropecuária. Estes também serão responsáveis, junto aos técnicos e professores do instituto, pelo trato e manutenção da pequena lavoura instalada no campus.
“Nossa cidade é chamada de ‘capital do café’, então é justo que o IFRO represente, de fato, a comunidade e a cafeicultura da região. Nossa intenção é que essa unidade seja uma vitrine onde vamos receber o produtor, o comerciante ou mesmo a comunidade em geral, para conhecer a maneira que o IFRO produz”, explicou o chefe do Departamento de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (Diepe) do Campus Cacoal, Dierlei dos Santos.
Ele acrescentou que as mudas foram doadas por viveiristas da região e que serão cultivadas com bases agroecológicas. “Não haverá o uso de defensivos agrícolas. Além disso, estamos próximos a um ambiente natural, com mata ciliar e um rio a cerca de 80 metros deste espaço. Essa também é uma maneira de comprovar se este é um modelo adequado e que garanta rentabilidade produtiva”, destacou.
Importância Regional
O Secretário de Agricultura de Cacoal, Jorge Murer, também esteve no IFRO durante o plantio e destacou a relevância da Unidade Experimental para o município e a região. “O melhor café de Rondônia é o de Cacoal e nossa expectativa é dobrar nossa produção, alcançando algo entre 4 a 5 milhões de sacas no ano. A vantagem de termos o IFRO neste processo é ter um viés produtivo tecnológico desde o manejo da muda, passando pelo espaçamento, adubação, irrigação, poda e desbrota”, analisou.
Ele acrescentou ainda que o fato de os alunos estarem diretamente envolvidos no processo também traz benefícios diretos à produção cafeeira de Cacoal e região. “Na prática, isso aqui é uma sala de aula do café. Eles poderão vivenciar a experiência e colher um conhecimento que será, posteriormente, multiplicado nas propriedades onde estiverem empregados, fazendo com que esse know how aprendido no IFRO seja disseminado, favoreça a produção e coloque a cidade na dianteira tecnológica desta cultura”, disse.
Diretor-geral do Campus Cacoal, o professor Davys Sleman reconheceu a relevância do projeto para a comunidade externa, mas também pontuou os benefícios para os alunos. “Acreditamos que um projeto como esse contempla o que é a missão institucional do IFRO. Temos o ensino, com os estudantes vivenciando na prática a teoria de sala de aula; temos a pesquisa, com a análise produtiva dos diferentes clones e dos procedimentos de manejo ou plantio; e temos a extensão, com uma unidade que pode servir de modelo aos agricultores da região e que está aberta para visitas, aproximando o produtor rural da pesquisa e da ciência realizada por nossos alunos e servidores”, observou.
Processo Pedagógico
Vitória Tereza é aluna de Agroecologia do Campus Cacoal e participou, pela primeira vez, de um processo de plantio com mudas cafeeiras. “Gostei muito da experiência e da visão dos professores em nos propiciar essa oportunidade porque o café é muito importante para nossa economia e muito produzido em nossa região. Isso favorece nossa formação profissional e nos prepara para a necessidade do mercado”, contou.
Ela também ressaltou a satisfação de estudar em um ambiente onde pode aliar os fundamentos teóricos com a prática de campo. “Fico muito orgulhosa de estudar no IFRO, especialmente por essa vantagem de poder conciliar a teoria à prática. Mais do que ouvir, eu agora sei o que é plantar, sei da importância do espaçamento, sei como manejar a muda e vivenciei todo o processo. Então não é só ficar lá escrevendo em uma sala com quatro paredes, mas estar ao ar livre e saber como as coisas funcionam realmente”.
Engenheiro Agrônomo do IFRO, Campus Cacoal, Arnaldo Libório comentou que este é o objetivo quando se planeja uma Unidade Educativa de Produção (UEP) como a Unidade Experimental de Café. “Os alunos da formação técnica precisam dessa vivência e isso traz benefício não só para eles, mas para toda a cadeia produtiva. O café clonal é plantado em linhas, com diferentes clones que são resistentes a pragas, doenças e ao estresse hídrico. Um manejo adequado de poda, desbrota, irrigação e adubação, pode gerar um salto de 400% a 500% na produção de sacas, o que seria um ganho expressivo para todos os envolvidos, incluindo o IFRO como formador de uma mão de obra capacitada”, explicou.
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