La Niña e El Niño são fenômenos que ocorrem na porção central e leste do oceano Pacífico Equatorial e envolvem a interação da atmosfera com o oceano a partir do aquecimento acima do normal (El Niño) ou do resfriamento acima da média (La Niña) da água do mar. São fenômenos de escala global. A mudança na temperatura da água do mar causa alterações no padrão de ventos e de pressão atmosférica em diversas regiões do planeta, o que modifica o padrão de chuva e de temperatura em várias áreas.
Critérios
Não é apenas o esfriamento ou o aquecimento acima do normal que determinam um evento La Niña ou um El Niño. Há uma série de critérios definidos por climatologistas que precisam ser respeitados para que se possa afirmar que está ocorrendo um dos fenômenos. Um deles é a persistência da temperatura abaixo do normal (La Niña) ou acima do normal (El Niño) por cinco trimestres consecutivos. Além disso, é preciso observar se as respostas, os efeitos na atmosfera destas modificações da temperatura da água do mar já estão ocorrendo. Outra análise importante que é acompanhada pelos climatologistas é se os modelos probabilísticos oceano-atmosféricos de simulação do clima tendem a confirmar ou não para o futuro as condições (resfriamento ou aquecimento da água no centro-leste do Pacífico Equatorial) observadas no tempo presente.
Como descobrir se há condições de La Niña?
Durante o mês outubro de 2017, por causa do excesso de chuva no Sul do Brasil e aumento da chuva no centro-norte do país, começou a circular pela imprensa especializada e público em geral, que o planeta estava sentido a influência do fenômeno La Niña.
No início de novembro de 2017, através do monitoramento da temperatura da água do Pacífico na região conhecida tecnicamente como Niño 3.4, a NOAA (em inglês, National Oceanic and Atmospheric Administration), no seu boletim semanal de análise das condições de El Niño ou de La Ninã, afirmou que a situação era de "La Niña Advisory". Isto quer dizer que o mês de novembro de 2017 deve ser o primeiro mês no qual efetivamente a temperatura da água do mar na região NIño 3.4 ficará abaixo de 0,5°C negativos. O trimestre setembro-outubro-novembro também será o primeiro com anomalia abaixo de 0,5°C negativos.
Eventos de El Niño e La Niña de 2005 a 2017 (até outubro)
O meteorologista Alexandre Nascimento comenta que "é preciso ter cautela porque para dizermos que estamos em La Niña, não basta termos só a água do Pacífico Equatorial com temperatura abaixo do normal. Até o outubro, a anomalia negativa ainda não tinha nem chegado ao valor de -0,5°C, que é o mínimo para começarmos a pensar em La Niña. É preciso que as condições obedeçam os critérios estabelecidos."
Pacífico Equatorial centro-leste está resfriando desde meados de 2017
O que é o status de La Niña Advisory? O Brasil já está sentindo o reflexo do resfriamento do Pacífico Equatorial centro-leste? A La Niña poderá ser confirmada no verão 2017/2018? Confira a entrevista com Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo especialista em previsão climática.