Conheça o café exótico cujo quilo pode custar quase R$ 2.000
Grãos do Black Ivory são defecados, recolhidos, processados e ganham um sabor que mistura notas de chocolate, cardamomo, tabaco e fruta (Getty Creative)
•Pacote de 35g do café tipo Black Ivory, cujos grãos são defecados por elefantes, custa R$ 674;
•Outro café produzido da mesma maneira é o Jacu Bird;
•Processos de fermentação em animais, câmbio desfavorável e falsificação fizeram com que a procura por cafés exóticos diminuísse;
Que o brasileiro é fã de um café, ninguém pode negar. Frequentemente surgem novas máquinas e métodos de preparo. E não são raros os apreciadores que gastam fortunas em versões exóticas da bebida, como por exemplo, o café Black Ivory.
Os grãos desse tipo de café se originam de um processo muito peculiar: elefantes se alimentam dos grãos de café e ficam até 24 horas com eles no organismo. Quando são finalmente defecados, esses grãos são recolhidos, processados e ganham um sabor que mistura notas de chocolate, cardamomo, tabaco e fruta.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, "na loja online da Black Ivory Coffee Company, um pacote de 35 gramas, quantidade suficiente para apenas quatro xícaras de espresso, custa impressionantes R$ 674".
Outro café produzido de maneira similar é o Jacu Bird. Fabricado na região do Caparaó, entre Minas Gerais e Espírito Santo, o café serve de alimento à ave jacu, fermenta ao passar pelo seu sistema digestivo e então é "devolvido". A reportagem da Folha apurou que o pacote de 100 gramas do produto sai por R$ 116,80.
Embora a onda de cafés exóticos não seja exatamente uma novidade, os processos de fermentação em animais, o câmbio desfavorável e a falsificação fizeram com que a procura por esses produtos diminuísse. Em entrevista à Folha, Tiago de Mello, proprietário da cafeteria Pato Rei, em São Paulo, lembrou a fama do café indonésio Kopi Luwak, cujos grãos passam pelo sistema digestivo de um pequeno mamífero chamado civeta, mas ressalta que hoje ela não faz muito sentido.
"Surgiram denúncias de maus tratos, produtores criando animais em cativeiro e os submetendo a superalimentação para ter produção em escala. É algo que não faz sentido nesse momento, quando todos querem saber a origem do que compram".