Depois de 11 anos, tubarões começam a sentir novamente "cheiro de sangue"
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos futuros do café arábica tiveram uma forte alta nesta sexta-feira, influenciado pelo La Niña, gráficos técnicos em mercado que começou a ficar sobrevendido nesta semana e com grande ajuda das declarações do presidente da Cooxupé sobre a decepção com a safra atual e a indefinição da próxima safra devido ao clima nas regiões de café.
Em mercado sobrevendido, os contratos de café arábica em NY abriram com forte alta e nos primeiros cinco minutos, dezembro rompeu a primeira resistência em 225,62 cents e durante o pregão rompeu a segunda em 229,03 cents, variando de 224,10 cents a 230,20 cents e não tendo força para buscar a terceira em 231,52 cents, fechando a 228,50 cents, alta de 6,3 cents ( 2,8% ). Os estoques certificados diminuíram 8.648 sacas para a 615.822 sacas e no mês setembro já caíram 56.763 sacas.
Pelos dados da CFTC divulgados referente ao dia 06 de setembro, mostra queda de 6,51% nas posições líquidas compradas de fundos para 28,752 lotes. Segundo os números apresentados, os grandes fundos possuíam 28.752 posições líquidas compradas sendo 38.888 posições compradas e 10.136 posições vendidas. No relatório anterior, referente a 30 de agosto, eles tinham 30.754 posições líquidas compradas sendo 40.278 posições compradas e 9.324 posições vendidas. Queda de 2.002 posições contradas e alta de 812 de posições vendidas.
Durante o pregão de quinta-feira começou aparecer sinas de mercado sobrevendido, quando dezembro não consequiu buscar o primeiro suporte do dia em 220,47 cents fazendo a mínima de 220,70 cents, tudo indicava de poderia acontecer uma reversão com na última vez que o mercado ficou sobrevendido( 3 semanas atrás ) operando abaixo de 215,00 cents, depois houve forte reversão que levou a máxima de 242,95 cents no dia 25 de agosto que deixou o mercado fortemente sobrecomprado.
Caso não houver nenhum interferencia externa e com ajuda dos vários funamentos positivos a tendência será a continuação da recuperação na próxima semana rompendo a primeira ( 231,50 cents ) e a segunda resistência ( 233,70 cents ) e buscar 235,00 cents e durante a semana pode buscar a máxima do mes passado.
A entrevista de ontem do presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Mello deixou os investidores muito preocupados e em alerta em um mercado ultimalmente muito inseguro. A impressão deixada pelo presidente da maior coperativa de café do Brasil, foi que ele tentou minizar no máximo a situação gravissíma em que se encontra o setor de café e principalmente os cafeicultores brasileiros. Ele espressou sua surpresa e sobre a forte queda da safra atual bem acima do esperado no campo e também no beneficiamento, mas sem nencionar porcentangem de quebra de safra, também do baixo volume de café que está entrando nos armazéns da cooperativa. Ele alertou para um quadro bem indefinido sobre a safra do próximo ano devido ao clima.
Os negociantes disseram que as preocupações permanecem sobre as condições de seca, principalmente devido à continuação do evento climático La Nina. "Com os meteorologistas antecipando a continuação das condições climáticas do La Nina até o final de 2022, destacamos um aumento do risco de alta nos preços do café devido à seca e ao estresse nas safras", disse a Fitch Solutions em nota.
A estiagem prejudicou a safra de 2022 e já ameaça o potencial produtivo do ciclo de 2023 em diversas regiões brasileiras, segundo a Fundação Procafé. A entidade diz que é cedo para estimar eventuais perdas, mas, “caso não ocorram chuvas significativas até meados de setembro, a situação ficará mais crítica do que já está.”
De acordo com Marcelo Moreira, da Archer Consulting, outros grandes fornecedores de café para o mundo, como o Vietnã e a Colômbia, também estão produzindo e exportando menos. Dados da Federação de Produtores de Café da Colômbia indicam um recuo de 21% nos embarques do país em agosto. Moreira acredita que a demanda global crescerá entre 1% e 1,5% no ciclo — menos que os 2% projetados pela Organização Internacional do Café (OIC), mas o suficiente para que os estoques fiquem bastante justos novamente.
Fazendo uma panoramana geral do mercado de café nos últimos meses percebesse uma extagnação nos preços dos contratos no intervalo de 210 a 230 cents em um quadro de aumento crescente do déficit que pode chegar a ser histórico nos próximos meses.
Até agora o mercado está sendo regida por uma orquestra bem afinada comandada pelos pequenos fundos, especuladores do dia a dia, traders e grupos financeiros com a ajuda de grande parte da mídia que insistem ainda em tocar a tecla de uma safra atual de 60 milhões de sacas e de 70 milhões de sacas na próxima. Neste período, os grandes fundos ( tubarões ) mantiveram suas posições em torno de 35 a 40 mil posições compradas e sem interferencia esperando um momento certo.
Com forte interferencia do terceiro ano do La Niña que aumento para 91% de chance ficar nos próximo meses segundo informações do Centro de Previsão Climática do Serviço Nacional de Meteorologia do EUA. Com a queda de safra dos principais produtores tanto de café arábica ( Brasil, Colômbia e Honduras ) e o conilon (Vietnã ) e nesta semana a declaração do presidente da maior cooperativa de café do Brasil do grave momento em que o mercado está passando, tudo indica que nas próximas semanas deveremos finalmente sair deste intervalo com os grandes fundos de investimentos ( tubarões ) aumentando gradualmente suas posições compradas.
A orquetra vai começar adesafinar, com maestro não vendo luz no fim do túnel e no radar nenhuma mudança no clima nos próximos meses e deve começar a ficar desorientando com presença e aproximação dos tubarões estão começando a sentir cheiro de sanque depois de 11 anos.
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