Conscientes de safra baixa em 2023, cafeicultores ficam fora do mercado físico
Santos, sexta-feira, 25 de novembro de 2022
Só agora, final de novembro, agências internacionais de notícias começam a constatar e relatar aos operadores no exterior, a frustração da próxima safra brasileira de arábica 2023, o que agrônomos e cafeicultores brasileiros já vinham afirmando desde o início de outubro. Esta semana, correspondentes no Brasil da agência Reuters informaram que: “Cafeicultores e especialistas brasileiros reduziram as expectativas em relação à safra do próximo ano no maior produtor mundial, após uma evolução pós florada predominantemente negativa em muitas das áreas que eles supervisionam.
Segundo eles, as expectativas iniciais de aumento da produção no ano que vem agora parecem distantes, com perspectivas convergentes para uma safra de tamanho semelhante à colhida neste ano. Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, maior cooperativa de café do Brasil e maior exportadora do país, disse à mídia local esta semana que a nova safra será semelhante em tamanho às duas anteriores, ambas impactadas por condições climáticas adversas”.
Depois de semanas de queda, os contratos de café em Nova Iorque tiveram uma semana de alta. Hoje, os contratos para março bateram em US$ 1,6705 na máxima do dia e fecharam a sexta-feira a US$ 1,6505 por libra peso, em alta de 230 pontos. Acumularam alta na semana de 995 pontos. Na sexta-feira passada, encerraram o dia a US$ 1,5510 por libra peso, acumulando queda de 1 300 pontos na semana. Na anterior, esses contratos caíram 565 pontos.
Aparentemente, os operadores no exterior estão se convencendo de que em 2023, o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, não terá uma safra de ciclo alto de arábica. Os cafeicultores brasileiros, que já estão conscientes deste fato, não aceitam a queda dos preços nos últimos meses e permanecem fora do mercado físico, vendendo apenas o mínimo possível do que resta de seus baixos estoques, para fazerem frente a compromissos mais próximos.
Os estoques de café certificado na ICE Futures US, em Nova Iorque, subiram hoje 7.189 sacas. Estão em 557.938 sacas. Há um ano eram de 1.680.887 sacas, caindo neste período 1.122.949 sacas.
De acordo com informações do site internacional Barchart, mais de 456.000 sacas de café estão sendo avaliadas pela ICE Futures Exchange. "Isso está alimentando especulações de que são cafés velhos retirados dos estoques da ICE para reclassificação e recertificação antes de entrar novamente nos armazéns da ICE como novos estoques de café", afirmou a publicação (fonte: site “Notícias Agrícolas”).
O dólar fechou hoje em alta de 1,90 % a R$ 5,4110. Ontem encerrou o dia a R$ 5,3100 em baixa de 1,17 %. Na sexta-feira passada encerrou a semana a RS$ 5,3750.
O mercado físico brasileiro de café arábica permaneceu calmo por toda a semana. Os compradores subiram e diminuíram suas ofertas acompanhando os movimentos na ICE Futures US em Nova Iorque e do dólar frente ao real. O interesse vendedor foi sempre pequeno. Nas bases de preço oferecidas não aparecem vendedores. Foi pequeno o volume de negócios fechados.
Até dia 25, os embarques de novembro estavam em 2.186.092 sacas de café arábica, 39.545 sacas de café conilon, mais 144.210 sacas de café solúvel, totalizando 2.369.847 sacas embarcadas, contra 2.090.682 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 25 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em novembro totalizavam 2.923.241 sacas, contra 2.825.760 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 18, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 25, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 995 pontos ou US$ 13,16 (R$ 71,22) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 18 a R$ 1.102,77 por saca, e hoje sexta-feira dia 25 a R$ 1.181,37. Hoje, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 230 pontos.
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