CNC: coerência na estimativa de safra de café efetuada pela Conab
A produção cafeeira do Brasil fecha a safra 2022, ano de bianualidade positiva, com um volume de 50,92 milhões de sacas de café beneficiado, 6,7% acima da safra 2021. As informações são do 4º Levantamento da Safra de Café 2022, disponibilizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (15). Comparado com a de 2020, também de bianualidade positiva, o índice registra a redução de 19,3% ou 12,1 milhões de toneladas, justificada pelas adversidades climáticas, como o déficit hídrico e geadas durante o ciclo da cultura no país.
Com relação à área destinada à cafeicultura nacional em 2022, confirma-se um total de 2,2 milhões de hectares, sendo 1,8 milhão de hectares para lavouras em produção, com crescimento de 1,8% sobre a safra 2021, e 400,6 mil hectares de área em formação, o que resulta em um aumento de 0,6% de área total cultivada em comparação à safra passada. Das lavouras em produção, estima-se que 1,5 milhão de hectares foram dedicados ao café arábica e 389 mil hectares ao café conillon.
De acordo com o levantamento da Companhia, a produção também confirmou aumento nas duas espécies. O volume do tipo arábica é de 32,7 milhões de sacas, um acréscimo de 4,1% em comparação à safra anterior, enquanto a produção do conillon é de 18,1 milhões de sacas de café beneficiado, 11,7% a mais em relação à temporada passada.
O Conselho Nacional do Café (CNC) analisou os dados publicados e reitera a concordância com os números apresentados. “Como representantes da produção de café, sempre temos o cuidado de avaliar as informações, principalmente de produção e estoque, pois esses dados impactam diretamente nos preços de mercado. Novamente, acreditamos serem muito coerentes os números do 4º levantamento da Safra. A Conab continua muito próximo da realidade”, garante Silas Brasileiro, presidente do CNC.
Outra avaliação importante é o fato de que existem 400,6 mil hectares de café em formação. Nestes cafezais muitas plantas já estão produzindo suas segundas ou terceiras safras, contribuindo para o aumento no volume global de produção. “Essa análise é fundamental, visto que boa parte dos cerca de 18% de lavouras em formação estão produzindo e devem colaborar para um acréscimo, mesmo que pequeno, no número de sacas produzidas na safra corrente”, explica o presidente do CNC.
No que diz respeito à produtividade, o CNC aponta como tendência os altos índices de sacas por hectare do café conillon, principalmente com números representativos no Espírito Santo e em Rondônia. A produtividade média nacional de café será de 27,7 scs/ha, 4,8% maior em relação à safra anterior. A produtividade do café arábica está estimada em 22,5 scs/ha, aumento de 2,7% em relação à safra de 2021. Já a do café conillon está estimada em 46,8 scs/ha, 7,9% maior que a safra anterior.
Segundo Silas Brasileiro, o Conselho Nacional do Café age com bastante cuidado e não entra no mérito sobre mercado, nem sobre estimativa de safra. “Nosso foco é defender os interesses do produtor. O CNC não atua no mercado, nem faz estimativas de safra. No entanto, estamos sempre atentos às informações repassadas que podem gerar especulações, o que prejudica o cafeicultor”.
Ainda de acordo com o presidente da instituição o levantamento da Conab é o mais próximo da realidade. “Nos últimos três anos tivemos 53,5 milhões de sacas produzidas por ano em média no Brasil. Avaliamos que teremos, no mínimo, a repetição dessa média na safra 2022/2023. Fazemos questão de elogiar todo o zelo da Conab, a dedicação da equipe técnica da companhia e a liderança do Dr. Guilherme Ribeiro, que está lidando com muito profissionalismo com uma questão tão delicada”, elogia Silas Brasileiro, que completa acreditando que pelos levantamentos de campo realizados pelas cooperativas e associações vinculadas ao CNC, o volume produzido deve ficar entre 54 e 55 milhões de sacas.
Além da Conab, empresas privadas e corretoras também fazem análises de produção, publicando frequentemente estimativas de safra. A corretora brasileira Pine Agronegócios, por exemplo, divulgou um relatório estimando a safra 2023/24 de 54,36 milhões de sacas de 60 kg. “Esse é um número que cremos estar muito coerente, considerando todas as intempéries climáticas e dificuldades da produção de uma maneira geral. Quando vemos números muito fora da realidade, buscamos reagir imediatamente, para que a especulação não gere prejuízos para o cafeicultor. Este é um número preliminar, visto termos que acompanhar a evolução do que chamamos de ‘enchimento de grãos’, que acontece nos meses de janeiro e fevereiro, que podem refletir de acordo com os números estimados ou até em um leve aumento de produtividade.”, finaliza Silas Brasileiro.
Data: 16/12/2022 13:26 Nome do Usuário: Wellington Comentário: Acho que deve ficar próximo da safra de 2.022 torno de 50 milhões de sacas a produção de 2.023, muito estrago nas lavouras com chuvas de granizo e pegamento inferior a 50% nas lavouras