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No mercado spot, café brasileiro negociado nesta semana acima de 190 cents


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam em queda  refletindo um movimento de correção técnica após as altas recentes, com a realização de lucro pela segunda vez no últimos 12 pregões. Durante a semana  chegou a máxima de 184,20 cents ( maior nível desde 27 de outubro de 2022 ) e nos últimos 18 pregões, desde 11 de janeiro, teve a forte valorização de 28,90 cents, saindo do nível de 143,90 cents a 172,80 cents nesta sexta-feira. 

Além do dólar  que provocou quedas generalizadas praticamente em todas as commodities, com resultado do relatório de empregos (“payroll”) dos Estados Unidos referente a janeiro surpreendeu o consenso do mercado ao mostrar criação de empregos e salário médio por hora mais fortes e uma queda da taxa de desemprego a um nível mais baixo do que o esperado por analistas. Como resultado, nos mercados domésticos, que já operavam pressionados após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com críticas ao Banco Central e ao nível das metas de inflação, o dólar voltou a ganhar força  variando no dia 1,98%, fechado próximo a máxima a R$ 5,1480, variou de R$ 5,0509 na abertura a R$ 5,1511 próximo ao fechamento.

Em mercado ainda tecnicamente sobrecomprado, março desvalorizou 5,10 cents, fechando a 172,80 cnts, variando de 172,05 cents a 177,90 cents, rompendo os dois primeiros suporte em 175,85 cents e 173,80 cents, bem diferente do pregão da quarta e quinta que não tiveram força para romper o primeiro suporte e a primeira resistência. Os estoques certificados de café na ICE Futures US ficaram estáveis em 872.853 sacas. Segundo a Cecafé, até 03 de fevereiro foram embarcadas 2.718.315 sacas referente o mês de janeiro. Na segunda-feira, os três primeiros suporte estão em 170,60 cents, 168,40 cents e 164,75 cents e a três resistências em 176,46 cents, 180,10 cents e 182,30 cents.  

 Apesar da queda de dois pregões nesta semana, os fundmentos não mudaram com mercado preocupado com a futura escassez tanto do arábica com o conilon no curto e médio, que está incentivando os fundos a cubrir suas posições já que os prêmios físicos no Brasil atingem o nível mais alto das últimoas década ( desde  o ano de 2011 ), que fez voltar próximo pico recente de três meses ( acima de 184 cents)  com sinais de que a oferta disponível no Brasil está diminuindo rapidamente. Durante esta semana tiveram negócios com café arábica ( 15% ) no Sul de Minas com prêmios de 15 pontos que representando fechamento no nível acima do nível de 190,00 cents em NY

A valorização das ultimas semanas vem da preocupação com a escassez no curto prazo e meio prazo influenciado pela a venda em "conta gota" dos produtores brasileiros, que atualmente é países produtor que tem produto suficiente para abastecer o mercado e a cada dia que passa os preços spot para café brasileiro vão aumentando. O mercado interno está totalmente comprador com produtores vendendo o suficiente para quitar os compromissos mais imediatos . As ofertas entre R$ 1.150 a R$ 1.170  não estão atraído os produtores e devem começar a vender lotes mais significativos em volume acima de R$ 1.200 a saca.

Os produtores brasileiros têm evitado negociar o grão para tentarem conseguir preços melhores, e isso já aumenta os questionamentos sobre os estoques do país, diz Eduardo Carvalhaes. “A dúvida é se esses estoques não são menores do que o mercado imagina. Um volume menor em mãos de cafeicultores torna mais lógica a decisão”, diz, em relatório.

Bem diferente dos levantamentos históricos das safras anteriores onde a diferença ultrapassada 10 milhões de sacas, pelas ultimas previsões de safra dos " Rally da Safras de Arábica 2023", da Conab , Volcafé e hoje da Comexim estão chegando a um número em comum pelos últimos estimativas de safra do Arábica. Para Agnocafé  este é um fato inédito o consenso em torno de 40 milhões de sacas da safra de café arábica.

A divisão de café da ED&F Man disse em um relatório  que a oferta global de café provavelmente ficará aquém da demanda em 3,8 milhões de sacas na próxima temporada, e que os grãos de café robusta podem sofrer perdas recordes. déficits em meio à demanda crescente. O déficit ocorre depois que a demanda na atual temporada excede a oferta em 4,5 milhões de sacas.

A Volcafe alerta para defícit por mais um ano "Este seria um terceiro déficit consecutivo sem precedentes. Esperamos que o período mais apertado comece em agosto de 2023 e continue em 2024, com os estoques globais, especialmente de robusta, caindo para mínimos recordes. Além do déficit de robusta, o Brasil também deve produzir menos arábica com a empresa estimando em 40,5 milhões de sacas, cerca de 9 milhões s menos que a estimativa anterior.
 
 " A Indonésia, terceiro maior produtor mundial de Robusta, terá sua menor safra em 10 anos na próxima safra, devido aos estragos causados ​​pelo excesso de chuvas nas principais regiões produtoras.  Isso vai pesar no déficit mundial dessa variedade, que deve dobrar e chegar a 5,6 milhões de sacas na próxima temporada" dia a Vocafé.

Segundo a Organização Internacional do café em seu relatório desta semana informa que última estimativa provisória para a produção total no ano cafeeiro de 2021/22 permanece inalterada em 167,2 milhões de sacas, uma redução de 2,1% em comparação com 170,83 milhões de sacas no ano cafeeiro anterior.  O consumo mundial de café deverá crescer 3,3%, para 170,3 milhões de sacas de 60 kg em 2021/22, em comparação com 164,9 milhões no ano cafeeiro de 2020/21.  Em 2021/22, estima-se déficit de 3,1 milhões de sacas.

Somente a Rabobank  estima em suprávit na tempora 2023/24. O banco holandês  vê um pequeno superávit de  1,6 milhão de sacas no balanço global de oferta de café em 2023/24, abaixo da estimativa anterior de 4 milhões de sacas.  A safra do Brasil foi estimada pelo banco em 67,1 milhões de sacas para 2023, em comparação com 63,2 milhões de sacas em 2022.  A demanda global total de café em 2023/24 foi estimada em 173,2 milhões de sacas, enquanto a produção foi projetada em 174,8 milhões de sacas 

A nova safra de café (2023/24) do Brasil foi projetada nesta sexta-feira para atingir 64 milhões de sacas, ou um aumento de 10,2% em relação à safra anterior, segundo estimativas divulgadas pela trader de café Comexim e acrescentou "que espera que as exportações do país na nova temporada cresçam 12,6% em relação à safra anterior, para 41,5 milhões de sacas."

A Comexim estima que a produção brasileira de café arábica crescerá 15,8% em 2023/24 em relação à safra anterior, para 41,3 milhões de sacas, enquanto vê a produção de café robusta crescer apenas 1,3%, para 22,7 milhões de sacas. E empresa revisou para baixo sua estimativa para a atual safra brasileira de 2022/23 para 58,05 milhões de sacas, de 63,2 milhões de sacas projetadas inicialmente. "Talvez estivéssemos originalmente um pouco otimistas demais na recuperação e subestimamos os impactos climáticos", disse sobre a revisão.

A Comexim projeta estoques apertados para a nova temporada, que começa em julho, em apenas cerca de 1 milhão de sacas, mas vê potencial para uma produção maior no Brasil na temporada 2024/25 e espera um aumento de 500.000 sacas no consumo brasileiro de café para 22 milhões de sacas em 2023/24. O Brasil é o segundo maior consumidor de café, depois dos Estados Unidos.

Em 2022, a produção de café peruana atingiu 234,2 mil toneladas ( 3,903 milhões de sacas ), apresentando uma redução de 14% em relação às 272 mil toneladas registradas em 2021, informou o gerente do Conselho Nacional do Café (JNC), Lorenzo Castillo Castillo. Ele destacou que essa queda na produção se deve aos efeitos das mudanças climáticas, presença de pragas (como ferrugem e olho-de-galinha), bem como ao processo de estresse que vêm sofrendo as lavouras, que 70% completaram sua produção adequada e estão em declínio, o que afeta a economia de centenas de milhares de produtores.

Sobre os destinos do café peruano, o principal mercado continua sendo os Estados Unidos, seguido de Alemanha, Bélgica, Colômbia, Holanda, Canadá, Suécia, Reino Unido, Itália, entre outros.  A Colômbia é o quarto destino com cerca de 384 mil sacas, destinados a cobrir o seu défice devido à baixa produção, o que lhes permite cumprir os seus contratos futuros que as empresas desse país têm. No ano de 2022, a Colômbia importou somente do Brasil e Peru cerca de 2,084 milhões de sacas, 19% de sua produção anual e tudo indica que em 2023, Brasil e Peru devem exportar para a Colômbia 3 milhões de sacas.

Ótimo final de semana a todos

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  • Três Pontas
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    Miúdo 14/15/16 R$ 2420,00
    Safra 23/24 15% R$ 2370,00
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    Safra 23/24 15% R$ 2370,00
    Safra 23/24 20% R$ 2360,00
    Duro/Riado 15% R$ 2240,00
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    Safra 23/24 20% R$ 2360,00
    Safra 23/24 30% R$ 2340,00
    Duro/Riado 20% R$ 2210,00
  • Guaxupé
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    Safra 23/24 25% R$ 2350,00
    Duro/riado 25% R$ 2200,00
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    Conilon T. 7 R$ 1890,00
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