NY pode começar a operar acima de 200 cents na próxima semana
Por José Roberto Marques da Costa
Os contratos futuros de café arábica fecharam em alta na bolsa de NY influenciado pela escassez do café ajudado por gráficos técnicos durante as últimas semanas e potencializado nos últimos pregões com a indicação da entrada em novo canal de alta em 187,00 cents a 193,00 cents, levando a busca das média móvel de 200 dias em 198,00 cents com tendência de começar novamente a operar acima de 200,00 cents na próxima semana tendo como fundamento principal a forte escassez no curto e médio prazo.
O volume de negócios atingiu 56.669 lotes, com maio valorizando 5,50 cents fechando a 185,75 cents, variando de 178,50 cents a 186,85 cents, ultrapassando as três resistências do dia em 182,13 cents, 184,02 cents e 186,83 cents fechando próximo a máxima do dia. Os estoques de certificaram diminuíram 8.374 sacas para 832.230 e nos últimos 30 dias caíram 18.124 scas, Sem nenhuma saca esperando certificação a tendência é de queda continua no curto prazo
Nos últimos pregões, os gráficos técnicos estão indicado um tendência positiva tendo como base a escassez de café no curto e médio prazo devido a fraca safra de café arábica em 2022 com reflexo direto nas exportações brasileira em 2023. Os embarque em fevereiro até dia 17 atingiu 1,061 milhões sacas, queda de 26,3%,e pela projeção em fevereiro as exportações devem atingir 2,160 milhões de sacas, queda de 24% em relação a janeiro e de 33,6% ante a fevereiro do ano passado
Na semana passada nível de suporte importante estava em 172,50 cents e no pregão de ontem ficou acima média móvel de 100 dias em 176,00 cents e apesar da grande maioria das commodities operando em queda hoje, café arábica saiu de 180,00 cents, rompeu facilmeente o nível de 184,00 cents que foi a máxima deste ano e fechando acima de 185,00 cents, maior nível desde 24 de outubro do ano passado.
Caso não aparece nenhum pressão mais relevante do segmento externo, tudo indica que na terça-feira pode romper as três primeiras resistências em 188,83 cents, 191,92 cents e 196,98 cents na buscar de 200 cents, o nível do começo da forte queda do ano passado no dia 12 de outubro, provocada pelos números das exportações de setembro que foram de 3,6 milhões de sacas, com a provável queda de 1,4 milhões de sacas em fevereiro de 2023.
O mercado é "soberano" e vai buscar um ponto de equilíbrio diante desta nova realidade que começou a cinco semanas atrás com a valorização de 33,20 cents nas cotações em NY. Os tubarões já começaram a sentir cheiro de "sangue" e tudo indica que a semana do Carnaval promete ser de fortes emoções para o café arábica em NY e conilon em Londres.
Segundo o estrategista técnico-chefe da SKCharting.com, Sunil Kumar Dixit em sua analise de quarta-feira, quando maio estava em 177,00 cents informou que o nível de 170,00 cents parece ser um suporte horizontal ativo que pode ajudar a se estabilizar acima da média móvel de 100 dias em 176,00 cents e do nível inicial de Fibonacci de 38,2% em 181,00 cents. O nível de resistência de curto prazo entre 187 cents e 193,00 cents e, se os compradores continuarem acima desse nível, é provável que haja um novo movimento em direção a média de 200 dias em 198,00 de 200 dias.
No gráfico diário, o Estocástico também é positivo para os compradores, já que o RSI diário aponta para cima. "O gráfico semanal mostra uma força relativamente semelhante, já que o rali de cinco semanas levou a uma quebra decisiva acima da alta de 175,00 cents. Por outro lado, o nível de resistência de médio prazo pode começar a se formar na EMA de 50 semanas em 190,00 cents, seguida pela EMA de 100 semanas em 197,00 cents, conclui Dixit.
Segundo Haroldo Bonfá, o aperto na oferta no curto prazo segue como aspecto fundamental altista. O momento é de entressafra no Brasil e os produtores estão retendo bem o café à espera de melhores condições no mercado. Mostram-se capitalizados e ainda há tempo até a colheita e entrada de cafés da safra nova 2023 no país. E acrescentou " a insegurança em relação a oferta é o principal fator que sustenta os preços. Além disso, o que tem acontecido é a insegurança em saber se está ganhando ou perdendo dinheiro. Neste período, tudo o que for falado pode não significar nada, a não ser que não embarque e não consiga de fato atender demanda".
A recuperação dos preços do café na Bolsa de Nova York, após baixas em janeiro, pode estar associada aos riscos de abastecimento devido às fortes chuvas no Brasil e na Colômbia, os dois principais produtores do grão arábica, disse o banco alemão Commerzbank em relatório enviado a clientes. Segundo a analista Thu Lan Nguyen, as exportações do Brasil e da Guatemala, que também é um importante fornecedor de café arábica, mostraram-se expressivamente menores no início do ano, embora isso também possa indicar uma demanda enfraquecida. Na comparação anual, as exportações caíram 18% no Brasil e 8% na Guatemala.
As exportações guatemaltecas no mês de janeiro caíram 8% em relação ao ano anterior, para 172.439 sacas, segundo dados da Anacafe (associação nacional do café da Guatemala). Desde o início da temporada 2022-23, em outubro, as exportações caíram 26% em relação ao ano anterior, já caindo há quatro meses consecutivos. A Guatemala é o segundo maior produtor e exportador da América Central depois de Honduras.
Segundo Cooxupé, a temperatura média dos últimos quatro meses tem contribuído para o desenvolvimento do cultivo do arábica, apesar da preocupação de alguns produtores com a disseminação de algumas pragas devido ao excesso de chuvas recentes. Segundo Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, o impacto do mau tempo dos dois anos anteriores deve frustrar as expectativas iniciais para a temporada 2023-24.
Dúvidas permanecem sobre a recuperação da produção na Colômbia, onde chuvas excessivas e falta de luz reduziram a produtividade nos últimos dois anos, enquanto a instabilidade política no Peru ameaça as perspectivas de um fluxo razoável de café na época da colheita.
Em mercado totalmente controlado pelos produtores brasilerios, os exportadores não estão consequindo repassar a valorização do café alegando que levam prejuízo devido as operações feito no ano passado e sem devidas travas com deságio de 10 cents a 15 cents. Os compradores alegam com os preços pedidos pelos produtores ficam acima de 10 cents a 15 cents o prêmio no café ante a bolsa de NY.
A quantidade de café verde armazenada nos portos dos Estados Unidos, maior consumidor mundial da bebida, caiu em 112.895 sacas no final de janeiro, para 6,26 milhões de sacas, foi a maior queda nos estoques desde outubro de 2021. Pela média ponderada dos últimos 5 anos indicava queda de 36,2 mil sacas. Os estoques média dos últimos 5 anos estava em 6,219 sacas, máxima de 6,667 milhões de sacas em janeiro de 2020 e mínima de 5,796 milhões de sacas em 2022. Veja abaixo os estoques e variação de janeiro
A Nestlé registrou um crescimento de vendas de um dígito alto para café em todas as marcas e mercados como parte das receitas resilientes do grupo em 2022, com as vendas da Starbucks em casa na América do Norte e Nescafé na América Latina com os principais desempenhos. Com base nos 12 meses encerrados em 31 de dezembro de 2022, a gigante suíça de alimentos e bebidas viu as receitas do grupo aumentarem 8,4%, atingindo CHF 94,4 bilhões (US$ 102,2 bilhões).
A Nestlé disse que o aumento das vendas foi impulsionado por um aumento médio de 8% no preço do produto, necessário devido a "níveis sem precedentes" de inflação e "tensões geopolíticas". A empresa disse que uma forte recuperação em seu canal fora de casa impulsionou as receitas de café, com as vendas de produtos Starbucks aumentando 13%, chegando a CHF 3,6 bilhões (US$ 3,9 bilhões).
O mercado interno continua muito travado durante toda a semana, com vendedores negociando somente o café para quitar compromissos imediatos. A melhor venda de desta sexta-feira foi um lote de café duro e boa qualidade com 15% do Cerrado Mineiro a R$ 1.250,00. No Sul de Minas e Mogiana foram alguns negócios entre R$ 1..190,00 a R$ 1.220,00.
O indicador de café do arábica bruto da Agnocafé com 15% cata da atual safra ficou em R$ 1.250,00, alta de 1,65% ( + R$ 20,00 ) e o indicador livre a R$ 1.220,00. No mês fica com alta de R$ 80,00, durante o ano 2023, alta acumulada de R$ 150,00. O indicador de café arábica do Cepea/Esalq ficou em R$ 1.157,53, alta 1,97% ( + R$ 22,38). No mês, o acumulado fica alta de 4,93% ( + R$ 57,04 ), no ano a alta chega a R$ 105,37.
Ótimo final de semana a todos
AGNOCAFÉ A 23 ANOS LEVANDO AOS SEUS CLIENTES O MÁXIMO DE INFORMAÇÕES DE TODOS OS SETORES DO MERCADO DO CAFÉ
Inserir Comentário
