Dia do Café: Família Ruiz, uma das maiores produtoras do país
Com tradição de mais de 90 anos, amor de família de Bálsamo (SP) pelo café se reflete em milhares de hectares de área plantada e exportação para o mundo todo.
No dia 14 de março é celebrado o Dia Mundial do Café, produto do qual o Brasil é o maior exportador do mundo. E parte desta liderança é de Bálsamo (SP), cidade que tem quase 10 mil habitantes e abriga um dos grandes centros do café no país.
A produção começou há aproximadamente 90 anos, com a chegada dos imigrantes espanhóis ao Brasil, principalmente a família Ruiz. “Meus avós vieram da Espanha para o Brasil, pois na época [o país] recebia imigrantes para trabalhar na cultura do café. Foi assim que eles conseguiram adquirir o primeiro pedaço de terra. Eles viram o futuro do produto no país”, contou João Ruiz Lourenço Filho, administrador da empresa com sede em Bálsamo.
O negócio familiar se expandiu rapidamente e hoje possui uma área plantada de 9 mil hectares de café distribuídos em 22 fazendas. “Hoje somos o segundo maior produtor do Brasil e do mundo. Começou com meu avô em um negócio bem pequeno e foi crescendo ao longo dos anos com meu pai, aumentando nossas produções e as áreas ao longo dos anos”, explicou o empresário.
Qualidade é essencial
Para exportar, é preciso que o produto também seja de excelência. Por isso, no final da década de 80 a produção do noroeste paulista foi transferida para Minas Gerais por causa do clima, que favorece na qualidade do grão. Já Bálsamo abriga a empresa e os centros de distribuição. “O noroeste paulista era um grande polo cafeeiro, mas a região parou de produzi-lo por causa do clima. A mudança do local foi para melhorar a produtividade e a qualidade.”
Segundo o empresário, além de um clima favorável, a qualidade de um bom produto parte da plantação até o período pós-colheita, com controles e tratamentos importantes para o café. “Até nossa muda a gente produz. É preciso ter um trato cultural correto da planta e um pós-colheita para manter a qualidade, principalmente com um cuidado especial durante os processos de lavagem, secagem e beneficiamento do café”, explicou.
Isso se reflete principalmente nas vendas, pois 90 % da produção da família Ruiz é destinada para a exportação, como para franquias americanas de café. Os outros 10% são destinados ao varejo brasileiro, com o produto final já moído. Mas esta modalidade passou a ser usada pela empresa há dois anos, como forma de oferecer um bom produto também para os brasileiros. “Os produtos bons sempre são exportados. A ideia do varejo é agregar valor ao produto e manter a qualidade no país”, contou João.
Amor pelo café
Atualmente, o produto é a segunda bebida mais consumida no Brasil, perdendo apenas para a água. Toda a busca pela qualidade do café produzido pela família se resume em amor, que é passado de geração em geração pela família Ruiz.
“O café é a nossa paixão familiar. Já são três gerações e quero passar para os meus filhos. Eles já estão indo para as fazendas e pegando gosto pelo café. É um motivo de orgulho para nós”, completou João.