Projeção indica forte retração de 30% na exportação de café em abril
Por José Roberto Marues da Costa
Depois um um dia história em volume quando foram negociadas 122.004 lotes, o equivalente a mais 34,5 milhões de sacas, o volume desta sexta-feira atingiu 66.380 lotes com julho tendo queda de 2,90 cents fechando a 191,50 cents, varia 190,80 cents a 197,75 cents, sem força para buscar o primeiro suporte de 188,77 cents e a primeira resistência em 199,07 cents, acumulando alta de 9,80 cents na semana. Os estoques certificados ficaram estáveis em 710.687 sacas e na semana caíram 19.972 sacas.
Em mercado tecnicamente sobrecomprado, as valorizações expressivas do café nesta semana abriam espaço para uma realização de lucros que foi limitada nesta sexta-feira, depois que maio não consequiu ultrapassar a máxima de quinta-feira em 199,70 cents chegando a máxima de 199,65 cents, investidores entraram realizando lucro, para o mercdo é positivo descarregando os indicadores técnicos sobrecomprados, que levou a mínima de 192,85 cents, encontrado novas recompras e fechando a 193,50 cents e no after hours acima de 195,00 cents.
Devido a vários fundamentos positivo no mercado com forte desequilibor entre oferta x demanda, esse o cenário pode dar um novo impulso ao café arábica. “Se os preços ultrapassarem 2,04 cents, o mercado poderá atingir o próximo nível técnico de 2,19 cents, visto pela última vez no início de outubro do ano passado", destaca Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, à Dow Jones Newswires.
O relatório da CFTC divulgado hoje, referente a 11 de abril, mostra forte mudança dos grandes fundos de suas posições líquidas vendidas para líquidas compradas no maior nível dos últimos 6 meses. Neste período a variação de maio passou de 174,85 cents a 190,50 cents, alta de 15,65 cents. Segundo os números apresentados, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 10.907 posições líquidas compradas sendo 28.147 posições compradas e 17.240 posições vendidas. Neste período aumentaram 7.837 suas posições compradas e diminuíram em 3.412 posições vendidas. Devido a entrada nos próximo meses de massas polares nas regiões de café a tendência é o aumento das posições comprados dos fundos nas próximas semana podendo chegar a 25 mil possições líquidas compradas.
As exportações totais de café do Brasil somaram 3,088 milhões de sacas em março, queda de 19% ante mesmo mês do ano passado, refletindo a entressafra e os estoques reduzidos após duas colheitas menores em 2021 e 2022, disse Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O volume de café verde embarcado em março chegou a 2,78 milhões de sacas, queda de 19,4% na comparação anual, diante de desempenhos negativos tanto nas exportações da variedade arábica quanto do robusta. As vendas internacionais de arábica caíram 19,3% para 2,67 milhões de sacas, enquanto as de robusta baixaram 20,9%, para 107.267 sacas, de acordo com o Cecafé.
Para Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, os embarques do Brasil em patamar abaixo de 3,5 milhões de sacas preocupam. “Diferentemente de fevereiro, um mês de Carnaval e menos dias úteis, o mês passado foi ‘cheio’. Esses dados aquém do esperado assustam os investidores, que se perguntam se o Brasil terá café disponível para atender a demanda do Hemisfério Norte”, diz Bonfá.
Além da queda das exportações dos principais produtores, outro fundamento que está dando sustentação está no aumento do consumo de café em todas as regiões do globo. O café ganha força no imenso mercado chinês, cadeias de lojas e cafés de nicho surgiram em todo o país. Daxue Consulting, uma empresa de pesquisa de mercado, informou que o mercado de café da China deverá consumir 10 xícaras de café per capita este ano, enquanto o valor total do mercado de café da China chegará a US$ 32 bilhões até 2025, com uma estimativa crescimento anual composto de 22%. O consumo na Alemanha atingiu um nível recorde. No total, uma média de quase quatro xícaras por bebedor de café são atualmente consumidas per capita por dia, conforme relatado pela Associação Alemã do Café.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de abril, até dia 14 foram embarcadas 817.787 sacas de café, alta de 6,7% em relação ao mês de março e a emissão de certificados de origem chegaram a 998.098 sacas, queda 21,2%, ante ao mesmo período do mês anterior. Pela projeção de emissões de certificados, os embarques em abril deve ficar em 2,140 milhões de sacas, queda de 30,7% ante a março.
Na segunda-feira a GCA (Green Coffee Association) deve informar os estoques de café do EUA em março, em fevereiro estavam em 6.104.962 sacas. A média ponderal dos últimos cinco anos indicam queda de 68 mil sacas e estoques em 6,087 milhões de sacas. O maior estoque de março foi em 2018 em 6,567 milhões de sacas e menor em 2021 de 5,679 milhões de sacas.
Segundo o analista de mercado Marcelo Fraga Moreira, em seu artigo há três semanas, mencionou "o novo quadro de 'oferta x demanda' o mercado está sentado em um barril de pólvora! Qualquer nova notícia referente à queda na produção em outra origem (por menor que seja) e/ou algum evento climático no Brasil (o inverno está chegando) poderá ligar o pavio e fazer esse mercado explodir!"
Nesta semana, o mercado está repleto de notícias que deve, acender o pavio, queda acima do esperado das exportações brasileiras em março e projeção de queda acentuada de 30% para abril, retração da safra e dos embarques da Colômbia, No Vietnã, além do pouco estoques remanescentes, há a tendência da verificação da entrada do fenômeno El Niño intenso, que deverá provocar estiagem nas zonas produtoras do maior produtor mundial de conilon.
Tal fenômeno provavelmente deverá influenciar negativamente no volume de chuvas nas regiões de café do Brasil, com precipitações bem abaixo da média histórica no segundo semestre. Segundo informação meteorólogicas, teremos quatro intensas massas polares e a primeira deve ser na primeira quizean de maio e as outras em junho e maio. Mas o produtor deve se atento como clima seco e temperatura alta no segundo semestre de 2023 que pode provocar uma redução acentuada de produtividade.
Os números divulgados pela Cecafé e pela Federacafé nesta semana confirmam queda de produção dos dois principais produtores mundiais de café arábica, o que está refletindo nas exportações dos últimos meses do Brasil e Colômbia. Pelos dados da Federação colombiana de café, a produção de 2023 atingiu 11,065 milhões de sacas, a menor safra desde 2014.
Nos três primeiros meses de 2023, os embarques de café desses dois países atingiram 13,9 milhões de saca, queda de 16,8% ante a 16,7 milhões do mesmo período de 2022, o que representa 2,8 milhões de sacas a menos. A queda de safra do Brasil e Colômbia, indicam retração de 5,6 milhões de sacas no primeiro semestre de 2023
Além da queda mundial da exportação do café arábica, os últimos dados também mostram uma tendência de queda de safra dos dois principais produtores de conillon, que representam 7 milhões de sacas a menos. No Vietnã, a retração deve ficar em 5 milhões de sacas, devido à redução da área de plantio do café com a migração dos cafeicultores para outras culturas mais lucrativas. A baixa de produção da Indonésia deve ficar em 2 milhões de sacas, influenciada por problemas climáticos. O mercado de café do Vietnã foi atingido por uma escassez de grãos, já que os cafeicultores quase não tinham grãos para oferecer, indicaram comerciantes na quinta-feira (13 de abril), enquanto os cafeicultores indonésios se abstiveram de vender, esperando que os preços subissem no futuro próximo.
Os revendedores disseram que o mercado está sendo sustentado por ofertas apertadas do Vietnã. "Os cafeicultores não têm quase nada para vender enquanto ainda há demanda", disse um trader do cinturão cafeeiro do Vietnã. Os revendedores disseram que também há preocupação de que as condições de seca com a entrada de El Niño intenso no Vietnã possam prejudicar as perspectivas para a safra 2023/2024.
Escolha a estimativa de safra que mais de agrada, pois tem estimativa para todos os setores, não se esqueça que o mercado é soberano
O Brasil deverá produzir 55,7 milhões de sacas de café em 2023, aumento de 6,5% em relação a 2022, estimou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o café arábica, o IBGE estimou 38,5 milhões de sacas, aumento de 13,4% ante o ano anterior. “Para 2023, a bianualidade da safra deveria ser negativa, mas como não houve problemas climáticos durante o inverno de 2022, aguarda-se um aumento da produção”, comentou o relatório. Para o café conillon, a estimativa da produção é de 17,2 milhões de sacas, aumento de 2,9% em relação ao mês anterior e declínio de 6,3% em relação ao ano anterior
A produção brasileira de café 2023/24 deve atingir 66,65 milhões de sacas, aumento de 13% sobre a temporada anterior, projetou nesta segunda-feria ( 10 ) a consultoria Safras & Mercado, com base em sondagem junto a cooperativas, produtores, tradings, entre outras fontes. A Safras projeta que a produção de café arábica do Brasil crescerá 21% em 2023/24 em relação à safra anterior, para 43,5 milhões de sacas, enquanto vê a produção de café robusta crescendo apenas 1%, para 23,15 milhões de sacas. A Safras disse que manteve o número dentro do intervalo que vinha trabalhando entre 65 milhões e 67,10 milhões de sacas, porém mais próximo da banda superior.
A safra brasileira de café 2023/24, cuja colheita está começando, parece em boa situação e capaz de oferecer bons rendimentos, indicando que é razoável uma visão de consenso de mercado de uma produção em torno de 65 milhões de sacas de , informou um relatório nesta sexta-feira (14). Segundo a consultoria CTA (Coffee Trading Academy), com sede na Flórida, cujo analista Igor Bragato percorreu algumas áreas cafeeiras na semana passada, a safra brasileira de café 2023/24 “não baterá nenhum recorde, mas parece ser uma melhora substancial em relação a 2022/23 e um ano bom para período de bienalidade negativa”.