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Colombianos, o café que bebemos é importado, mas uma "façanha" da Fedecafé


O café que bebemos é importado. Mais uma "façanha" da Federação dos Cafeicultores

Por Aurelio Suarez Montoya

As importações de café verde não param de crescer desde 2019. Embora pareça incomum, dados oficiais indicam que desde aquele ano aumentou a chegada de outras origens, do Brasil (o maior), Peru, Equador, Honduras e Vietnã, e processado da Bélgica, Estados Unidos, Itália e Alemanha, que podem até ser reexportações nossas, torradas, sem descafeinação e moídas, solúveis, liofilizadas ou em várias outras.

Quem acreditaria que o café, primeiro produto agrícola de exportação, com meio milhão de famílias de pequenos agricultores e centenas de empresários rurais dedicados ao seu cultivo, em mais de 800.000 hectares, cerca de 400 municípios e 17 departamentos, contribuiria para o desequilíbrio do comércio externo? nos tempos adversos dos FTAs?

As importações de café somaram 74 milhões de dólares em 2019, 101 milhões em 2020 e 131 em 2021. Passaram de 44.149 toneladas para 63.451 e 131.538, respectivamente (Bloomberg-Dian). Até 2022, as importações cresceram 78%, "ultrapassando em muito os 2 milhões de sacas (de 60 quilos) pela primeira vez na história" (Fedecafé) e passando dos 400 milhões de dólares.

Quais são as razões para tamanha avalanche de café estrangeiro? Devido aos altos preços internacionais, os exportadores enviaram toda a produção para o mercado externo e impuseram o “tinto importado” para o consumo nacional, que beira a 2 milhões de sacas por ano. Não é só isso, as compras externas também servem para completar as exportações porque a safra nacional caiu, de 2019 para 2022, de 15 milhões de sacas para 11. Da mesma forma, o "incumprimento" de alguns cafeicultores, que não entregaram para os diferentes agentes, os valores prometidos no futuro levaram à armadilha de substituí-los por grãos estrangeiros camuflados, aproveitando também as flexibilidades introduzidas para colocar o “produto da Colômbia” no exterior. Eles arriscam o prêmio de qualidade que recebe o levedo colombiano, sua denominação de origem e fitossanidade, misturando espécies estrangeiras sem supervisão. A Colômbia se consolida "como importadora para autoconsumo" (Bancolombia). O que não se sabia é que a própria Federação dos Cafeicultores estava envolvida no mesmo!

A panela foi descoberta depois que a fábrica de sua propriedade, Café Buendía, rejeitou em julho de 2022 de outra subsidiária, a Almacafé, um lote comprado do importador de Huila, Guillermo Pineda, por 14,3 bilhões de pesos. Lá estava Tróia! Como se sabe, a Almacafé debulha café, como principal atividade registrada, e se encarrega da aquisição de produtos e subprodutos para exportação oficial, com recursos públicos do Fundo Nacional.

O motivo é vergonhoso: eram 7.000 sacas, como disse o gerente da Federação, Germán Bahamón, que continham "até 30% de canéfora", sem controles, que "não atendiam aos requisitos" (SEMANA, 16/06 /23). . Uma amostra da decomposição do mercado cafeeiro colombiano, no qual o "lixo" de qualquer origem, sem descartar a lavagem de dinheiro nesse comércio, encontra um porto seguro.

Nessa altura surgem algumas questões: será que a leveza dos compradores da Almacafé, da Huíla e à escala nacional, foi para desvendar o importador de outrora? Por que também foi comprado "a preço de um coproduto colombiano"? Por que o Conselho de Administração, no qual alguns membros titulares estão estabelecidos há anos, como o presidente, Iván Arango, "acabou de saber"? Por que Germán Bahamón fala da saída de alguns executivos, como a do gerente perpétuo da Almacafé, Octavio Castilla, se a decisão foi dar-lhe um prazo para processar a pensão? Qual é a política de compras da Almacafé, concentrada em um punhado de fornecedores com margens suculentas?

Porém, a pergunta mais relevante é: por que Germán Bahamón, em seu tardio relatório sobre o caso, há menos de 24 horas (SEMANA, 16/06/23), apóia secretamente a importação de café, que apenas encheu os cofres de terceiros ? Em desespero, decidiu-se vender – “puchas” e a um preço mais baixo – a canephora para consumo das famílias colombianas sem controle de segurança alimentar e o Almacafé, cujos lucros vêm diminuindo desde 2020, teve um prejuízo global (após impostos) de 3.243 milhões de pesos em 2022, devido à queda na margem operacional de 5.035 milhões em 2021 para 557, dez vezes menos (demonstrações financeiras).

Esta manobra incorre no já reconhecido prejuízo de dinheiro público de mais de 7.000 milhões de pesos, e o gerente Bahamón não pode ser cúmplice e deve ir denunciá-lo ao Ministério Público e à Controladoria, não basta um mero comunicado à imprensa. É um crime, não um erro.

Fonte: Proclama Del Cuaca

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