Arábica em NY cai para os menores níveis dos últimos 5 meses
Por José Roberto Marques da Costa
Ignorando todos os fundamentos, como a quebra de safra nos principais produtores de café arábica e robusta, inclusive a Colômbia que terá a menor safra dos últimos 10 anos, com os cafeicultores planejando um protesto porque o setor está prestes a ter quedas de produção a níveis como quando foi registrada em 2013 em uma situação já "insustentável", os investidores entraram surfando da onda da aversão a risco e com ajuda de gráficos técnico fechou no menor nível dos últimos 5 meses ( 27 de janeiro deste anos )
Com volume de 49.997 lotes, setembro teve queda de 5,40 cents fechando a 164,85 cents, variando de 164,05 cents a 169,95 cents, rompendo os três suportes do dia em 168,37 cents, 166,48 cents e 164,32 cents. Nos quatros pregões desta semana, a máxima do dia sempre foi a abertura, na terça-feira foi 181,60 cents e hoje foi 169,95 cents, variando na semana 17,55 cents acumulando perdas de 15,90 cents Os estoques certificados se mantiveram estáveis em 546.650 sacas.
Na análise da segunda-feira quando setembro estava no nível de 180,75 cents, indicava que poderia cair para uma faixa entre 173,15 cents a 173,90 cents, conforme sugerido por seu padrão de onda e uma análise de proporção. O contrato estava em uma onda c, que deveria cair para uma faixa de 163,00 cents a 173,90 cents, formada por seus níveis de projeção de 100% e 61,8%.
Além desse conjunto de níveis de projeção, a flutuação é controlada por um conjunto de retrações no aumento de 144,55 cents para US$ 201,75 cents com análise de retração indicando uma meta de 166,40 cents. Com ajuda da valorização global do dólar, a performance desta semana seguiu a risco que mostrava o gráfico técnico fechando abaixo de suporte importante entre 167 cents
Em um análise mais ampla, um analista os preços atingiram um pico de cerca de 260 cents em fevereiro de 2022, à medida que as preocupações com a oferta continuavam. Em seguida, caiu para 142 cents em janeiro deste ano. O café entrou modo de recuperação encontrando resistência em 205,98 cents e novamente voltou a recuar ficando na faixa de 175 cents a 190 cents e encontrado importante ponto de resistência em 193 cents em 23 de fevereiro.
Depois começou a operar abaixo de importantes médias móveis, formando que parece ser um padrão de cabeça e ombros, que geralmente indica um sinal de baixa. Os preços do café permanecerão em uma fase de consolidação entre 175 cents a 190 cents, à medida que os investidores observam as mudanças climáticas. Uma queda abaixo do nível de suporte principal em 167 cents que aconteceu hoje implicará que há mais vendedores dispostos a empurrar os preços abaixo de 150 cents até para a mínima do ano.
Segundo Eduardo Carvalhaes, o mercado físico brasileiro permaneceu calmo, praticamente paralisado, com poucos produtores dispostos a vender nas bases oferecidas pelos compradores. Os negócios fechados são sempre de produtores que precisam fazer caixa rapidamente para enfrentar as despesas de colheita, mas o volume é pequeno para esta época de início de safra. O volume de café da safra 2022 ainda em mãos de produtores é baixo. Os estoques de passagem da safra brasileira 2022 serão, com certeza, os menores em muitas dezenas de anos.
Segundo informações de Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), nos mês de junho, até dia 23 foram embarcadas 1.778.369 sacas de café ( 77.320 por dia ), alta de 22,7% em relação ao mês de maio. Pela projeção dos embarques diários em junho deve se exportada 2,7 milhões de sacas, alta de 10%
Preço do robusta no Vietnã R$ 57 acima do arábica da Colômbia
Com as recentes volatilidades da bolsa de NY e de Londres começa a refletir disparidade nos preços globais de café. com os preços robusta no Vietnã superior em R$ 57,00 arábica da Colômbia e somente R$ 53,00 abaixo ao arábica do Brasil, começo deste ano a diferença entre os dois superava R$ 500,00. Preço do arábica no Brasil cai para R$ 870, Colômbia para R$ 760 e preço do robusta no Vietnã sobe pra R$ 817,00
O preço de exportação de saca com 15% do café do arábica da Agnocafé ficou em R$ 990,00, queda de 2,94% ( R$ 30,00 ), no mês a queda acumulada foi R$ 120,00. Tirando em média 12%, preço interno recebido pelo produtor passou de R$ 900,00 para R$ 870,00 a saca.
A falta prolongada de café robusta na mãos de cafeicultores e a pouco estoques internos que estão na mão de traders, provocou mais uma semana de alta no Vietnã. Nesta semana a saca de café foi negociada entre US$ 2,76 a US$ 2,85 por kg, que representa de R$ 791,00 a R$ 817,00 a saca 60 quilos.
Os preços de café tiveram forte queda nesta semana na Colômbia, além da queda em NY o peso colombino não está ajudando os cafeicultores, nesta sexta-feira a carga de café ( 125 quilos ) foi comercializada a 1.438.000 pesos que representa R$ 760,00 a saca de 60 quilos cerca de R$ 52,80 abaixo do custo de produção
Cafeicultores de Risaralda e Caldas anunciam greve por crise na produção
Até hoje, 23 de junho, a mídia da Colômbia não menciona a produção e exportação de café do mês de maio respeitando o silêncio da Federação Colômbia de Café e quando aprecem matérias referente a café faz referencia a exportação de janeiro a abril e parece que o mês de maio foi esquecido.
Os lideres dos cafeicultores estão revoltados pelo silencio da Fedecafé com relação a queda da safra com os sindicalistas planejam um protesto porque “ o setor está prestes a ter quedas de produção a níveis como quando foi registrada desde 2013, levando a situação insustentável”, afirmam dirigentes cafeicultores. “Levando em conta que neste momento os cafeicultores desta zona do país estão vendendo uma carga de café por 100.000 pesos ( R$ 110,00 ) abaixo dos custos de produção e que a rentabilidade para os pequenos cafeicultores é inferior a 3%”, acrescentam os cafeicultores.
Duverney Galvis, representante dos cafeicultores de Risaralda, explica que " diante do cruzamento de braços da Federação Nacional e de um Governo que é especialista em contar histórias sobre o café, a mobilização do sindicato é iminente". "Nós, cafeicultores colombianos, não conseguimos manter 10% da cadeia mundial do café, então o que estamos dizendo é que, se fizermos parte dos países produtores, deveríamos receber um pouco mais do que isso, e que nossos cafeicultores que estão aí escalando a serra e também os empresários que fazem um esforço enorme, então não devem ficar pendurados na ineficácia do estado e da Federação, nessas circunstâncias está se formando um protesto cafeeiro, por isso estamos fazendo reuniões preparatórias com cafeicultores e empresários de Risaralda e Caldas para tomar medidas drásticas", disse Duverney Galvis, um líder de café no departamento de Risaralda.
Mercado travado no Vietnã devido a falta prolongada de café
O comércio no mercado de café do Vietnã está travado interrompido devido a uma falta prolongada de grãos robusta, disseram traders na quinta-feira. Agricultores no planalto central, a maior área de cultivo de café do Vietnã, venderam grãos de 65.000 dong a 67.000 dong (US$ 2,76 a US$ 2,85) por kg, que representa de R$ 791,00 a R$ 817,00.
Os preços caíram esta semana, mas permaneceram altos", disse um trader do cinturão do café. Os comerciantes do Vietnã ofereceram 5% de robusta preta e quebrada de grau 2 a uma faixa premium de US$ 125 a US$ 170 por tonelada para o contrato de setembro, em comparação com a faixa premium de US$ 120 a US$ 140 na semana passada.
O café indonésio Sumatra robusta foi oferecido a US$ 350 por tonelada para o contrato de setembro desta semana, acima do prêmio de US$ 300 da semana passada. "O aumento no preço foi devido aos estoques limitados e muito poucos café estão entrando em Bandar Lampung.” disse um trader da região.
Devido a forte valorização de mais de 80% do café nos último 12 meses, a demanda por mudas de café tem aumentado na província de Dak Lak, nas Terras Altas Centrais do Vietnã. A comunidade Hoa Thang na cidade de Buon Ma Thuot, que é o maior centro de fornecimento de mudas na região de Central Highlands, está atendendo a mais clientes.
“Nos últimos anos, os preços do café foram vendidos a apenas US$ 1,48 o quilo ( R$ 425.00 a saca) , enquanto os custos dos insumos estão aumentando. Isso tem causado prejuízos aos agricultores. Então, muitas pessoas e famílias destruíram ou cortaram suas plantações de café, afetando o abastecimento”, observou Tung.
Dao Thi Hoang Nhi, representante da Quoc Cuong Ea Kmart Agro-forestry Company, disse que a demanda por mudas de café superou suas previsões. A empresa está sem mudas para vender.Cada muda de café é vendida por US$ 0,98, dependendo da variedade, acrescentou Nhi.