Fazendas do ES procuram 1.500 jovens para trabalhar
Foi o tempo em que trabalho rural era coisa de caipira. A figura do matuto, que costumava ilustrar a atuação no campo, deixa de ser realidade, com a chegada da tecnologia nas fazendas, para maior produtividade, segurança e qualidade.
Há ainda a necessidade de transformar dados em informações estratégicas, quadro que leva o agronegócio capixaba a precisar do reforço de 1.500 profissionais, sobretudo jovens, para atuar com tecnologia, até o fim deste ano, segundo levantamento da Federação da Agricultura do Espírito Santo (Faes).
Entre as profissões requisitadas estão Agronomia com especialização em agricultura de precisão, marketing digital e biotecnologia, operador de drone, técnico em agronegócio digital, designer de máquinas agrícolas.
A evolução das colheitadeiras de café foi um dos exemplos do avanço tecnológico dado pelo presidente da Faes, Júlio Rocha. “As primeiras máquinas não tinham a tecnologia dessas últimas e teve acidente, mutilação e morte. Mesmo as atuais precisam de profissionais treinados para operar”.
Cátia Aparecida Simon é produtora rural, professora, mestra em produção vegetal e doutora em microbiologia agrícola. Ela observa que a relação do produtor com os próprios produtos mudou.
Aquele que antes trabalhava para vender o produto como commodity (matéria-prima), hoje já trabalha para ver o seu nome no produto final, agregando valor a esse produto, o que se tornou possível por meio da informação.
“Hoje a gente tem o produtor como empresário. A fazenda é uma empresa rural. Está faltando profissionais que tenham habilidades com novas tecnologias e está faltando mão de obra para o básico.”
O diretor-geral da Nater Coop, Marcelino Bellardt, explicou que o conhecimento em tecnologia e ciência de dados é extremamente importante para todas as áreas.
“A gente busca essas habilidades em grande parte dos profissionais como agrônomo, técnico agrícola, veterinário, consultor de vendas, analista administrativo. Esse profissional precisa saber trabalhar com sensores, sistemas de monitoramento, internet das coisas.”
Bellardt lembrou que há muitas vagas para trabalhar em home office, sem precisar sair da cidade. "Produtores estão fazendo monitoramento da colheita e de animais com chip. Saca de café roubada em Castelo foi encontrada em Itabapoana porque estava com chip”. Julio Rocha, presidente da Faes.
Oportunidades
Entre as oportunidades para trabalhar no campo, com tecnologia, estão:
1 Agrônomo especialista em agricultura de precisão
- Trabalha com mapeamento digital de área para diagnosticar doenças, avaliar nutrição da planta, por exemplo.
2 Agrônomo especialista em marketing digital
- Uma das dificuldades da área de marketing do agronegócio é encontrar profissionais que realmente conheçam os produtos.
- Essa situação pode levar a vários erros, por exemplo, ao fazer uma postagem sobre café conilon, o profissional usa a imagem da planta do café arábica por não saber diferenciar uma da outra. Para evitar esse tipo de situação, procura-se agrônomo especialista em marketing.
3 Agrônomo especialista em biotecnologia
- O profissional desenvolve mecanismos para melhorar o desenvolvimento da planta.
4 Operador de drone
- As fazendas têm utilizado cada vez mais o drone para pulverização de insumos agrícolas, com alta precisão, garantindo menos desperdício, maior objetividade e economia.
5 Técnico em agronegócio digital
- Auxilia o produtor rural na escolha e implantação de técnicas para melhorar produtividade, qualidade e sustentabilidade.
6 Designer de máquinas agrícolas
- Com o desenvolvimento de novas máquinas para atender as necessidades do agronegócio, esse profissional se torna cada vez mais necessário.
7 Cientista de dados agrícolas
- Esse profissional extrai informações a partir de dados armazenados e consegue oferecer ao produtor informações diferenciadas para tomadas de decisões estratégicas.
8 Engenheiro de automação agrícola
- Ele planeja, projeta, faz a gestão e executa projetos de automação agrícola.