Colheita chegando ao fim e volume colhido menor do que o projetado
Santos, sexta-feira, 4 de agosto de 2023
O mercado de café apresentou esta semana fortes oscilações na ICE Futures US em Nova Iorque e na ICE Europe, em Londres. Operadores, fundos e especuladores continuam acompanhando o andamento da colheita brasileira e apostando que ela terá tamanho suficiente para dar tranquilidade ao abastecimento mundial, em conjunto com uma grande safra brasileira em 2024.
Até agora, o que temos de concreto é que nossa colheita 2023 avança e se aproxima do final, com o relato, de cafeicultores e cooperativas, sobre um volume colhido menor do que o projetado antes do início dos trabalhos, e os armazéns estão com menos café do que o usual em final de colheita.
Estamos em pleno inverno no Brasil e são previstas temperaturas altas nos próximos dias. O El Nino está entrando, e meteorologistas preveem que será de média a forte intensidade. Os problemas climáticos se sucedem em todo o mundo, levando os cafeicultores a se preocuparem com as condições climáticas que enfrentarão até a entrada da próxima safra em 2024.
Esse cenário, em conjunto com a queda forte nos preços do café, leva os produtores a venderem sua produção apenas em volume suficiente para cumprirem com os compromissos mais próximos. Sabem que os estoques mundiais estão perigosamente baixos, e preferem ficar com o café produzido, aguardando um quadro mais claro do que acontecerá com a produção brasileira e mundial de café.
Esta sexta-feira foi de queda para os contratos de café nas bolsas de Nova Iorque e de Londres, mas, em uma semana de muita oscilação, o balanço semanal foi de alta nas duas bolsas.
Em Nova Iorque, os contratos para setembro próximo bateram hoje em US$ 1,6500 na máxima do dia e fecharam o pregão em baixa de 340 pontos, a US$ 1,6135 por libra peso. Ontem apresentaram queda de 220 pontos e anteontem subiram 240 pontos. Na terça perderam 10 pontos e na segunda-feira, abriram a semana em alta de 675 pontos. No cômputo semanal esses contratos apresentaram alta de 345 pontos. Fecharam a sexta-feira passada a US$ 1,5790 por libra peso. No balanço da semana passada caíram 395 pontos.
Na ICE Europe, em Londres, os contratos de café para setembro próximo recuaram hoje 33 dólares e encerraram a sexta-feira valendo 2 612 dólares por tonelada. Ontem caíram 29 dólares e anteontem subiram 39 dólares. Na terça-feira terminaram o dia com ganhos de 14 dólares, e na segunda fecharam em alta de 33 dólares. Na semana o ganho foi de 24 dólares por tonelada. No balanço da semana passada perderam 14 dólares por tonelada. Na semana anterior a passada, subiram 62 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE futures US permaneceram estáveis hoje. Fecharam a semana em 527.942 sacas. Há um ano eram de 665.933 sacas, quando já eram considerados muito baixos e preocupantes. Caíram neste período 137.991 sacas. Na semana, a queda foi de 810 sacas, reforçando as afirmações de baixa qualidade e falta de interesse nesses estoques finais. Na semana passada a queda foi de 7.118 sacas. No mês de julho a queda totalizou 16.163 sacas. No último mês de junho, a queda somou 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas. O ritmo de queda diminuiu, em razão dos estoques restantes serem de cafés da América Central, desmerecidos na qualidade, de algumas safras atrás, recertificados, e depositados na Europa.
O dólar fechou hoje em queda de 0,45 % a R$ 4,8760. Ontem terminou o dia em forte alta de 1,94 %, valendo R$ 4,8980. Na sexta-feira passada, fechou a R$ 4,7310. Na sexta-feira anterior fechou a semana a R$ 4,7800.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, na ICE em Nova Iorque, fecharam hoje a R$ 1 040,70. Ontem fecharam o dia a R$ 1 067,43. Na sexta-feira passada, fecharam a semana valendo R$ 988,16. Na sexta-feira anterior, encerraram a semana valendo R$ 1023,37. Duas semanas atrás, encerraram a sexta-feira a R$ 1 019,93.
Com o dólar em alta forte frente ao real nesta semana, os compradores no mercado físico brasileiro melhoraram as bases de preços no decorrer da semana, estimulando o fechamento de um volume de negócios maior do que na semana passada. Mesmo assim, o número de negócios fechados foi pequeno para esta época de entrada de nova safra. Hoje, com bolsas e dólar em queda, os negócios no físico brasileiro travaram.
Até dia 4, os embarques de julho estavam em 2.170.694 sacas de café arábica, 476.913 sacas de café conilon, mais 289.536 sacas de café solúvel, totalizando 2.937.143 sacas embarcadas, contra 2.582.036 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 4 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 2.750.281 sacas, contra 2.662.344 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Até dia 4, os embarques de agosto estavam em 120.058 sacas de café arábica, 31.866 sacas de café conilon, mais 2.070 sacas de café solúvel, totalizando 153.994 sacas embarcadas, contra 215.971 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 4 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 448.414 sacas, contra 299.048 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 28, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 4, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo 345 pontos ou US$ 4,56 (R$ 22,25) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 28 a R$ 988,16 por saca, e hoje sexta-feira, dia 4, a R$ 1040,70. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 340 pontos.