O maior problema dos cafeicultores não está em NY, mas no clima no Brasil

Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros do café arábica na ICE fecharam em queda nesta sexta-feira dentro do intervalo de 160,00 cents a 165.00 cents com os participante acreditando que a safra brasileira vai resolver a escassez mundial de café arábica e robusta com o Brasil e Colômbia praticamente fora do mercado com volume nos armazéns muito baixo e exportadores usando praticamente todos  seus estoques para honrar compromissos. 

A preocupação está aumentando toda a semana no mercado é o clima nas regiões de café do Brasil nos próximos meses, que pode comprometer a próxima safra, chuva bem abaixo da média e temperauras bem acima da média. 

Em dia considerado tecnico e dólar tendo uma desvalorização global, o volume atingiu  43.683 lotes, setembro teve queda de 3,40 cents fechando a 161,35 cents, variando de 161,00 cents a 165,00 cents, rompendo o primeiro suporte do da em 163,07 cents e segundo em 161,38 cents. Na semana valoriza 3,30 cents, varaindo de 157,90 cents ( segunda-feira ) a 168,30 cents ( quinta-feira). Os estoques de certificados ficaram estáveis nesta sexta-feira em 527.942 sacas, menor nível em 8 meses e meio.   

O relatório da CFTC referente a 01 de agosto, mostra  queda das posições líquidas compradas e queda das posições vendidas dos grandes fundos , neste período a variação de julho passou de 161,85 cents a 164,75 cents, alta de 2,90 cents. Os dados mostram que os fundos diminuíram em 914 suas posições líquidas vendidas ( 6,1% ), os grandes fundos possuíam 13.956 posições líquidas vendidas, sendo 23.610 posições compradas e 37.566 posições vendidas). No relatório anterior, referente a 25 de julho, eles tinham 14.870 posições líquidas compradas sendo 23.788 posições compradas e 38.658 posições vendidas.

Segundo diretor da cooperativa do Sul de Minas, a colheita está terminando na grande maioria das fazendas na área de atuação, rendimento abaixo do esperado e os cafezais estão desfoliado, acima do normal da época depois das panhas e que mais está preocupando é a variação climática durante o dia, das 10 horas as 16 horas muito calor e depois a temperatura começa a despencar. " Neste semana tive fiquei convencido que a atual safra vai decepcionar muitos produtores que esperavam uma safra maior do que do ano passado, tudo indica que vai ser levemente acima de 2022", disse ele.

Segundo Eduardo Carvalhaes," o que temos de concreto é que nossa colheita 2023 avança e se aproxima do final, com o relato, de cafeicultores e cooperativas, sobre um volume colhido menor do que o projetado antes do início dos trabalhos, e os armazéns estão com menos café do que o usual em final de colheita. Estamos em pleno inverno no Brasil e são previstas temperaturas altas nos próximos dias. O El Nino está entrando, e meteorologistas preveem que será de média a forte intensidade. Os problemas climáticos se sucedem em todo o mundo, levando os cafeicultores a se preocuparem com as condições climáticas que enfrentarão até a entrada da próxima safra em 2024" .

Segundo a Boomberg, os exportadores brasileiros estão correndo para enviar café para a Europa, já que a escassez global elevou os preços em Londres. A escassez global fez com que os preços do robusta subissem para perto do nível mais alto em 15 anos, com o comando dos futuros premium de setembro sobre novembro subindo para um recorde. Os estoques que respaldam os contratos de câmbio caíram mais de 30% desde julho, com os traders recorrendo à ICE Futures Europe para atender à demanda.

A demanda tem sido gigantesca”, disse gerente da Tristão com o Brasil exportando cerca de 475 mil sacas de café robusta em julho, mais que o dobro do volume enviado no mês anterior, segundo dados preliminares do Cecafé. Segundo a Cecafé, em julho teve alta de 11,12% sendo embarcadas 2,937 milhões de sacas, 350 mil de café solúvel ( históricamente cerca de 12% do volume) e os embarques de café arábica deve ter ficado em 2,112 milhões de sacas. 

Depois de uma longa conversa com um dos melhores especialistas em clima do Brasil no mês de maio, o site Agnocafé vem alertando a todos que a maior precupação no segundo semestre deste ano não está na performance dos contratos em NY e geadas, mas no clima nas regiões de café do Brasil no segundo semestre devido ao efeito El Niño, com chuvas bem abaixo da média e temperaturas bem extremas.

 As últimas informações sobre o clima ns regiões de café do Brasil indica temperaturas podem chegar a 12 graus acima da média histórica para o mês de agosto e sem chuvas  nos próximos 30 dias e com possibilidade de chuvas na segunda semana de setembro.   

O calor retornou para as principais regiões do Brasi nos últimos dias. Como é esperado para a estação seca de inverno, pouquíssima chuva está sendo registrada e todos os estados do país estão registrando temperaturas acima da média. Nesta quinta-feira (2), diversos regiões de café registraram temperaturas próximas dos 32 graus.

Um dos resultados destas condições é uma baixíssima umidade relativa no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que localmente está chegando a valores próximos de 15%, situação que pode causar complicações de saúde especialmente na população mais vulnerável. Infelizmente, as previsões indicam que nos próximos 15 dias a situação não deve melhorar. O tempo continua seco e as temperaturas continuam elevadas, com anomalias que podem chegar a 12 graus acima da média.

Julho foi o mês mais quente da história da Terra, sendo marcado por mortes e incêndios florestais no Hemisfério Norte, e com frio abaixo do previsto e chuva concentrada em algumas regiões do Brasil. O cenário é reflexo do El Niño, que segue atuante em agosto. A previsão para este mês é de calor acima da média e de muita chuva no Sul do país.

Os Meteorologistas indicam que o calor seguirá predominando em todo o Brasil em agosto, com termômetros acima da média para o mês.  A influência do El Niño trará fortes ondas de calor principalmente para Minas Gerais.

Mercado interno praticamente sem negócios nesta semana

 O  indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em R$ 885,00, queda de 1,66% ( - R$ 15,00 ) nesta Sexta-feira ( 04/08 ) e café livre a R$ 865,00. No mês fica estável, durante o ano 2023 teve queda de R$ 120,00 e em dólar fica em US$ 181,50. Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 930,00, cereja a R$ 920,00, café certificado a R$ 900,00. O indicador para café com 10% a R$ 895,00, 20% a R$ 875,00, com 25% a R$ 865,00 com 30% a R$  855,00. 

 O indicador de café arábica do Cepea/Esalq, referente a sexta-feira, 04 de agosto ficou em R$ 843,26, queda de 1,56% (-  R$ 12,98 ). No mês, fica com alta de 1% ( + R$ 8,35 ), no ano a queda chega a R$ 209,02 e em dólar fica em US$ 173,19.  O indicador de café conilon  ficou em R$ 658,64, alta de 0,69% ( + R$ 4,52 ). No mês a fica em alta de 2,55% ( + R$ 16,37 ) e no ano o acumulado fica com queda de R$ 26,61. Em dólar fica em US$ 135,27.

Ótimo final de semana

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