Os contratos futuros de café arábica fecharam em queda em NY nesta sexta-feira com mais uma vitória dos vendidos que continuam mantendo dezembro a várias semanas na chamada "zona de conforto" entre 150,00 cents a 155,00 cents, operando nas duas extremidades não deixando romper 150,00 cents com medo da entrada de grandes investidores( tubarões) e ultrapassar 155,00 cents com medo de encontrar um canal técnico de alta acima de 160,00 cents. No resumo semanal, os vendidos ganharam dos comprados por 4X1.
Com volume de 28.364 lotes, dezembro teve queda de 2,60 cents fechando a 151,90 cents, variando de 151,60 cents a 156,35 cents, rompendo o primeiro suporte do dia em 152,40 cents, mas não tendo força para chegar ao segundo em 150,50 cents e a primeira resistência em 157,05 cents. Na semana variou 6,00 cents, de 151,60 cents a 157,60 cents e acumulou queda de 1,20 cents.
Com as informações da boa performance das exportações brasileiras em agosto podendo chegar a 3,8 milhões de sacas, na segunda-feira, o dezembro pode voltar a opera abaixo de 150,00 cents e buscar o segundo suporte correndo o risco de recompras dos "tubarões" devido aos fundamentos positivos de médio e longo prazo ( estoques críticos e efeito climático ). Os suportes estão em 150,25 cents, 148,60 cents e 145,55 cents e as resistências em 154,95 cents, 158,00 cents e 159,65 cents
Os estoques de certificados diminuíram nesta sexta-feira 1.355 sacas caindo para 483.383 sacas, queda acumulada na semana foi 29.370 sacas, cerca de 100 mil sacas a mais ante ao dia 02 de outubro do ano passado quando atingiu nível mais baixo nos últimos em 23 anos. Os maiores estoques são de Honduras com 328.839 sacas e do Brasil com 130.432 sacas, que representa 96,5%, no terceiro lugar aparece o Peru com 8.404 sacas...
Nesta semana, queda mais acentuada foi a 10.192 sacas de café brasileiro e depois de Honduras 1.315 sacas e as 17.863 sacas restante de outros 9 países produtores. Ampliando a variação para últimos 15 dias, os estoques brasileiros caíram 22.599 sacas e os hondurenhos tiveram queda de 7.309 sacas, mostrando que café hondurenho está sendo consumido apesar de ser café considerado velho (mais de 4 anos) pelo mercado, que comprova a forte escassez do café, a expressão correta seria “Quem não tem cão, caça como gato”.
O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 29 de agosto, mostra alta nas posições compradas e alta nas posições vendidas dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 150,05 cents a 153,10 cents, alta de 3,05 cents. Os fundos diminuíram em 3.426 suas posições líquidas vendidas ( 10,94% ). Segundo os números, levando-se em consideração apenas as posições futuras os grandes fundos possuíam 27.890 posições líquidas vendidas, sendo 28.495 posições compradas e 56.385 posições vendidas. Alta de 3.930 lotes da posição compradas e 502 lotes da posição vendidas.
Segundo os dados foram divulgados nesta sexta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a exportação total de café pelo Brasil (verde e processado) no mês de agosto de 2023 alcançou 3,449 milhões de sacas, o que corresponde a um aumento de 40% em comparação com igual mês de 2022 (2,463 milhões de sacas). No acumulado dos oito meses deste ano, o volume embarcado registrou queda de 9,6%, totalizando 21,661 milhões de sacas, em comparação com 23,953 milhões de sacas em igual período do ano passado.
Fazendo uma projeção dos números de ontem da Cecafé, as exportações brasileiras de café em agosto deve chegar a 3,8 milhões de sacas, alta de 27%, com destaque o aumento de mais de 40% do conilon que pode chegar a 730 mil sacas. Segundo os dados da Cecafé, até dia 1 de setembro, os embarques de agosto totalizaram 3.517.120 sacas ( + 19,7% ), sendo 2.549.245 sacas de café arábica (+ 17,5% ), 668.429 sacas de café conilon ( + 40,3% ), e 299.446 sacas de café solúvel ( 3,4% ). Os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 3.809.356 sacas ( + 38,5% ), sendo 2.730.844 sacas de arábica ( + 34,5% ), 730.827 sacas de conilon( + 68,6% ) e 347.685 sacas de solúvel ( + 21,3% ).
Um estudo realizado pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados do Ministério da Economia, indica que o café, produto mais exportado pelo Brasil, é comprado por um valor até 8 vezes mais caro. Em 2022, por exemplo, o valor do quilograma exportado alcançou US$ 4,1, enquanto o do importado chegou a US$ 11,9, uma relação três vezes maior; em 2021, o Brasil exportou a US$ 2,67 e importou a US$ 11,49. De acordo com o levantamento, na relação comercial com outros países, com a Suíça, por exemplo, as exportações brasileiras de café em 2022 somaram US$ 10 milhões, enquanto as importações totalizaram US$ 74 milhões. Este quadro resultou em um déficit comercial com a Suíça de US$ 64 milhões.
Segundo Eduardo Carvalhaes é muito difícil saber o que acontece em um movimento de curto prazo como este, mas os problemas climáticos têm afetado muito a produção do robusta em todo o mundo, principalmente na Indonésia e Vietnã. “No Brasil estamos terminando de colher a safra, que foi boa, mas não excepcional. Nossos embarques estão crescendo, mas com essa insegurança climática e com os estoques certificados na Bolsa de Londres sendo os menores desde 2016, os traders vão se posicionando no curto prazo e dando essa alta de hoje”, disse.
Robusta sobe US$ 45 na semana com preocupação com a oferta e clima
Com volume de 13.180 lotes em Londres, os contratos futuros de café robusta fecharam em leve queda nesta sexta-feira, novembro caiu US$ 7 fechando a US$ 2.482/t, varaindo de US$ 2.475/t a US$ 2.515/t, na semana acumula alta de US$ 45 a tonelada. Os preços do café no Vietnã subiram esta semana, acompanhando os ganhos nos futuros de Londres devido a preocupações com a oferta, disseram traders. "A oferta de café do Vietnã permanece escassa, já que o tempo seco afeta a colheita", afirmou o ING em nota, acrescentando que o atual padrão climático El-Nino, geralmente associado a tempo seco na Ásia, com potencial para restringir a oferta de grãos de café robusta.
As exportações de café do Vietnã diminuíra 4,9% nos primeiros oito meses de 2023 em relação ao ano anterior, para 20 milhões de sacas , queda de 980 mil sacas. Os embarques em agosto devem ficar em 1,5 milhões de sacas. As exportações da Indonésia caíram 10,3% em julho ante a julho de 2022.
Para Leonardo Rosesetti, analista da StoneX, alguns fundamentos que atuaram de maneira mais altista em função da preocupação com a oferta. " Os preços no mercado físico do Vietnã têm avançado nesses últimos dias. O período de entressafra no país ainda gera uma oferta mais apertada nesse momento, e o mercado deve passar cada vez mais a estar atento aos efeitos do El Niño no Sudeste Asiático. Para setembro as previsões já têm apontado para um clima bastante seco, o que preocupa pro início da próxima safra.
Aquecimento do Pacífico é o maior desde o Super El Niño de 2015
A MetSul Meteorologia alerta que o fenômeno El Niño ganha força e deve atingir o patamar de intensidade forte no decorrer desta primavera. A possibilidade de alcançar o nível de Super El Niño, embora menor, ainda não está descartada. Os efeitos do fenômeno serão mais sentidos a partir de agora no Sul do Brasil. De acordo com as projeções, este evento de El Niño deve ter seu pico de intensidade no último trimestre deste ano, entre a primavera e o começo do verão. O quase certo, na avaliação da MetSul, é que o evento conseguirá atingir o patamar de forte.
Um cenário de Super El Niño com anomalias acima de +2ºC por várias semanas seguidas ainda não pode ser descartado. Vários modelos seguem indicando que as anomalias podem superar +2,0ºC no Pacífico Central e a média dos modelos de clima dinâmicos está justamente ao redor deste patamar para o final deste ano. A perspectiva é que este evento de El Niño persista durante o verão. Projeções de modelos de clima apontam que ao menos até o outono de 2024 o Pacífico deve permanecer na fase quente, influenciando o clima ainda nos primeiros meses do próximo ano. A probabilidade de o El Niño seguir no começo de 2024 é altíssima.
O fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico trará ao longo dos próximos meses chuva acima a muito acima da média com enchentes, temporais frequentes e ainda temperatura acima das médias históricas no Sul do Brasil. No Norte do país, ao contrário, a tendência é de seca. Os sinais do El Niño no Centro-Oeste e no Sudeste são mistos com tendência maior para temperatura acima da média.