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Expocaccer: trajetória de uma das cooperativas de café mais influentes do país


Nos bastidores da cafeicultura brasileira, uma história de visão, empreendedorismo e cooperação se desenhou nas últimas décadas, e ela tem como epicentro a Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa). A jornada rumo à criação da Expocaccer, hoje Expocacer, uma das cooperativas de café influentes do país, é contada pelos próprios protagonistas que a moldaram. O Conselho Nacional do Café conversou com Aguinaldo José de Lima, um dos precursores do Café do Cerrado, que deu detalhes sobre essa linda trajetória.

Foi na Acarpa que tudo começou. A associação foi o berço da ideia que desencadearia uma série de realizações notáveis. A partir de abril de 1990, a Acarpa foi o ponto de partida, com uma diretoria composta por nomes fortes que delinearam o caminho a seguir.

Aguinaldo fez questão de lembrar de alguns dos grandes pioneiros da cafeicultura na região. Dr. Mauricio Brandão, Dr. Vicente Arantes, Ana Arakaki, José Luis Alvares Garcia, José Eustaquio Botelho, Eneas Ferreira de Aguiar, Marcelo Queiroz, Flavio Queiroz, Wilson José de Oliveira, Francisco Mescua, João Piovesan, Petronio Pereira, Tadao Nobuyasu, Michio Shimada, Evandro Ribeiro, Sebastião Ribeiro, Carlos Behrend, José Carlos Grossi, Francisco Sérgio de Assis e muitos outros.

No ano de 1991, surgiu o primeiro Seminário do Café, evento que posteriormente se tornaria uma tradição, servindo como catalisador para futuros progressos.

Aguinaldo Lima lembrou que na época, o então prefeito Silas Brasileiro, hoje presidente do CNC, investiu alto para proporcionar as viagens dos primeiros palestrantes do Seminário, hoje na sua 31ª edição. Silas Brasileiro, ressaltou que “naquele momento ninguém acreditava no sucesso do evento. Mas tivemos a coragem de patrocinar o evento que aconteceu no Cine Patrocínio. E foi um sucesso, tanto que já estamos na 31ª edição”, contou.

Em 1992, dentro da Acarpa, surgiu a ideia que geraria uma revolução na cafeicultura local: a criação do Caccer, que teve sua base estabelecida em Carmo do Paranaíba. Foi lá que o embrião do que se tornaria uma federação.

A inovação não parou por aí. Em 1993, durante o Seminário do Café, o primeiro território demarcado para a produção de café no Brasil foi lançado – o Café do Cerrado. Nesse mesmo ano, foi criada a primeira marca do Café do Cerrado, consolidando a região como uma referência na produção de café de alta qualidade.

Um dos momentos marcantes dessa jornada ocorreu em 1993, quando a ideia da compra da cooperativa, até então apenas um armazém, começou a tomar forma. Foi o Wilson José de Oliveira que trouxe essa oportunidade à tona, quando um gerente chamado Virgílio ofereceu a aquisição do Armazém Noventa e Um, pertencente à Kim Café. Inicialmente hesitante, a ideia de transformar o armazém em “apartamentos” para armazenar café ganhou força.

Em um mês, mais de quatrocentas cotas para cerca de duzentos e quatorze cooperados foram vendidas, criando uma lista de espera com mais de trinta produtores interessados. O sucesso desse empreendimento impulsionou a criação da Coocacer (Cooperativa dos Cafeicultores de Patrocínio), que começou a operar o armazém.

No entanto, a administração compartilhada como um condomínio provou ser impraticável, levando à criação da Coocacer.

Já a Fundaccer, criada em 1995, veio para suprir ser o braço de pesquisa da Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Com ela, muitos avanços em conhecimento que colaboraram para o salto de produtividade na cafeicultura do Cerrado. Outro trabalho de grande impacto realizado pela Federação foi a luta pela conquista da indicação geográfica, protocolada em 1997 e concedida em 2005. Feito inédito na cafeicultura. Mas o ciclo virtuoso de sucesso não parou por aí. Em 1999, a Coocacer se fundiu com outra cooperativa chamada Expocaccer, dando origem ao nome que hoje é sinônimo de excelência na cafeicultura.

“Os pioneiros, Petrônio, Zé Luiz, e outros, desempenharam papéis fundamentais nessa transformação. A Acarpa, como berço desse movimento, desempenhou um papel fundamental, fornecendo a liderança necessária para concretizar esses sonhos ambiciosos”, ressaltou Aguinaldo Lima.

O Conselho Nacional do Café marcou presença no evento de 30 anos da Expocacer, na sexta-feira (01). A entidade viu nas ações planejadas para os próximos anos, a realidade de uma cafeicultura que se transformou na última década. A própria entidade apresentou sua visão de futuro. “Queremos ser protagonistas deste movimento fascinante rumo a uma cafeicultura de qualidade com impacto. E estamos aqui para fornecer conhecimento, suporte e novas ferramentas que ajudem os cafeicultores e o ecossistema do café a crescer de forma sustentável, colaborando com ideias regenerativas e diálogos transparentes”.

A história desses visionários da cafeicultura é uma inspiração para todos os envolvidos no setor. Ela destaca como a cooperação, a inovação e a visão podem transformar uma região em uma potência na produção de café, e como uma ideia inicial na Acarpa se tornou um marco na cafeicultura brasileira.

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    Safra 23/24 20% R$ 1990,00
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  • Guaxupé
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