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Restam apenas 45 milhões de sacas para os próximos 9 meses


Por José Roberto Marques da Costa

Os contratos futuros de café arábica fecharam em queda nesta sexta-feira em NY, acumulando perdas de mais de 3% ( 5,15 cents ) nos últimos dois pregões começando a sair depois de várias semanas da chamada  'zona de conforto' dos vendidos entre 150 cents a 155,00 cents. O mercado no curto prazo está sendo influenciado pelos gráficos técnicos fracos e principalmente pressionado pela valorização do dólar que nesta semana completou a oitava consecutiva, mas que está sendo limitado pela constante queda dos estoques de certificados da bolsa de NY chegando aos menores níveis em 24 anos.

Com volume baixo volume de 21.621 lotes, dezembro teve queda de 1,15 cents fechando a 148,65 cents no menor nível desde 16/08 ( 22 dias ), variando de 148,05 cents a 151,15 cents, rompendo o primeiro suporte em 148,47 cents, sem força para buscar o segundo em 147,13 cents. Em semana considerado curta com feriado na segunda-feira  nos EUA e na quinta-feira no Brasil, variou  7,05 cents de 147,95 cents a 155,00 cents e acumulando perda de 2,25 cents, fechando abaixo do piso técnico da semana em 149,14 cents.

O Bloomberg Dollar Spot Index, que acompanha a divisa americana frente às principais moedas, teve sua  oitava semana consecutiva de ganhos, a sequência mais longa em dados que remontam a 2005. O HSBC, prevê que o dólar continuará a se fortalecer no próximo ano diante de perspectivas piores para a economia global. Hedge funds como K2 Asset Management e a AVM Capital compartilham a visão do HSBC de que o rali do dólar ainda tem fôlego. Os juros futuros nos EUA precificam uma chance de cerca de 50% de mais uma alta de juros do Fed antes do final do ano.

De um lado, a valorização do global do dólar influencia negativamente a grande maioria das commodities com os investidores preocupados com "aversão a risco". O que está limitando as quedas e deixando incomodados os  vendidos está na queda rápida dos estoques de certificados chegando próximo de nível mais baixo dos últimos 24 anos considerado "bem perigoso"  que pode atrair os grandes investidores que podem reverter rapidamente a tendência. O relatório dos traders mostra que os grandes fundos estão começando a aumentar suas suas posições compradas 

Os estoques de certificados diminuíram nesta sexta-feira 8.288 sacas caindo para 450.135 sacas ( nível do dia 10 de novembro de 2022 ), cerca de 67.440 mil sacas a mais ante ao dia 03 de novembro ( 382.695 sacas ) do ano passado quando atingiu nível mais baixo nos últimos em 24 anos.  Depois de vários anos, teve um fato inédito com relação aos estoques, a queda dos estoques dos cafés hondurenhos superam a do Brasil nesta semana, caindo 7,4% ( 33.230 sacas ), sendo 19.690 sacas dos café velhos de Honduras e 12.43 sacas do Brasil, Honduras tem agora 309.149 sacas e Brasil 117.667 sacas e esperando para certificação 17.560 sacas de origem brasileira . A mais de 3 anos, os estoques de Honduras estavam em torno de 330 mil sacas, na semana caiu para 309.194 sacas e do Brasil  abaixou para 117.997 sacas, que representam 95% dos todos os estoques.

O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 05 de setembro, mostra  alta nas posições  compradas e queda nas posições vendidas dos grandes fundos , neste período a variação de dezembro passou de 153,10 cents a 153,45 cents, mostra que os fundos diminuíram em 2.021 suas posições líquidas vendidas ( 7,2% ),  os grandes fundos possuíam 25.869 posições líquidas vendidas, sendo 30.050 posições compradas e 55.919 posições vendidas, alta de 1.555 de posições compradas e queda de 466 posições vendidas.

Segundo os dados da Cecafé, os embarques de agosto totalizaram 3.659.032 sacas ( + 22,3% ), sendo 2.653.114 sacas de café arábica, 694.056 sacas de café robusta, ( alta de 37,4% ) e 311.862 sacas de café solúvel. Em relação a agosto de 2022, as exportações cresceram 32,4%, o destaque foi  o hecatombe de mais de 900% do café robusta, em agosto do ano passado com os ´numeros ficando abaixo de 70 mil sacas. Na atual safra 2023/2024 que começou em julho ( 70 dias ), as exportações de café do Brasil atingiram até dia 09 de setembro  cerca de 7,086 milhões de sacas, alta de 8% ante às 6,552 milhões no mesmo período da safra passada. Neste período foram embarcadas 5,191 milhões de café arábica, 1,263 milhões de sacas de conilon e 632 mil de sacas de café solúvel.  Até dia 8 de setembro, os embarques totalizaram 472.208 sacas ( + 27,1% ), sendo 370.325 sacas de café arábica, 73.844sacas de café robusta, e 29.844 sacas de café solúvel. 

Além do dólar que deve continuar sendo valorizado nos próximos meses com tendência de voltar a operar acima dos R$ 5,00 no Brasil  no curto prazo, queda dos estoques de certificados do café arábica em NY e robusta em Londres que caíram para um mínimo recorde de 3.374 lotes nesta semana, mas recuperam para  a máximo de duas semanas na sexta-feira devido a forte exportação brasileira os últimos meses. O fundamento princial continuam na variável de oferta e consumo.

Praticamente a colheita terminda no Brasil, o mercado vai focar real safra brasileira deste ano e a possível safra do próximo ano. Sem os dados a vários anos dos estoques remanescente do maior produtor ( efeito Conab ) e do maior consumidor mundial desde março ( efeito CGA ), abre espaço para as especulações de mercado  com cada parte defendendo seus interesses.

Os traders e a USDA estimam que o Brasil produziu 66 milhões de sacas e os orgãos oficiais do governo em 55 milhões de sacas, na média em torno de 60 milhões de sacas. Com a mudança da estratégica dos compradores em ficar com os estoques mínimos ( reflexo está nos estoques certificados ) para consuno no curto prazo devido aos altos custos para manter, tudo indica que os estoques do EUA estão nos números mais baixo em décadas em torno de 5 milhões de sacas ( consumo para 2 meses de meio ). no mês de março  estavam em torno de 6,2 milhões de sacas.

Com base que os estoques remanescentes brasileiro praticamente zerados ( 30/06) devido a baixa produção dos últimos dois anos e mais a safra de 60 milhões de sacas deste ano, parece que as contas deveram ficar bem negativas. As exportações dos últimos 70 dias ficaram em 7,1 milhões de sacas e até o final de setembro devem chegar a 10 milhões de sacas e mais o consumo interno neste período de 5 milhões de sacas, restam apenas 45 milhões de sacas para os próximos 9 meses.

Segundo estimativas da USDA, as exportações do Brasil nesta safra devem ficar em 45,3 milhões de sacas, média mensal de 3,775 milhões de sacas, se a estimativa estiver correta, o Brasil deve exportar mais 34 milhões de sacas ( entre outubro de 2013 a junho de 2024 ) restando 11 milhões de sacas para o consumo interno. Voltando ao mundo real, as exportações nos próximos 9 meses devem ficar em 28 milhões de sacas devendo sobrar apenas 17 milhões para os consumo dos brasileiros( faz uma grande falta o levantamento dos estoques remanescentes ).              

Bem antes do final da colheita deste no Brasil, traders estimaram em safra de 70 milhões de sacas no próximo ano, nestas previsão deles, o efeito El Nino foi colocado fora, não haverá déficit hidríco e muito mesmo estressez climáticos. Outro detalhe importante não levado em consideração pelos traders pesquisado pela Reuters, depois de uma boa colheita, sempre se realiza uma poda da lavoura para manter a média de produção.

Esta semana, a Agnocafé fez um levantamente entre dezenas de propriedades sobre a poda na região de Garça, que tem altualmente 22 mil hectares de café, sendo 12 mil somente no município e que segundo informações produziu cerca de 700 mil sacas. Os números indicam que em média 30% dos cafezais serão podados e grande parte esqueletados. Acredito que está porcentagem deve se estender para as outras regiões brasileiras. Como a poda de 30% do café no Brazil, somado problemas climáticos nos próximos meses, o número de 70 milhões de sacas estimado pelos traders está hiper dimensionado.  

Nas próximas duas semanas não tem previsão de chuva nas principais regiões de café podendo ter algumas pacadas esporadicas. mas as temperauras a voltar a ter grandes variações de mais 25 graus em menos de 72 horas, saindo de 34 a 36 graus para 10 graus a 12 grau ( em pleno inverno ) provocando estressez nos cafeziais que pode influenciar na produtividade da próxima safra. A meteorologista Danielle Ferreira, do Inmet, explica que, após deixar o inverno com frio menos severo, o El Niño deve também deve deixar a primavera ainda mais quente. A estação começa no dia 23 de setembro e é conhecida pela elevação das temperaturas, antecipando o verão.

A Federação Nacional do Cafeicutores da Colômbia ainda na informou a produção e exportação de café do país no mês de agosto, segundo informações não oficiais, deve ficar abaixo do produzindo no mês de julho de 957 mil sacas e exportção abaixo de 850 mil sacas, mas a grande novidade a notícia de que a FNC  e o governo vão financiar a diversificação para outras culturas nas prinipais regiões de café, um posiconamento inédito. dinheiro do café para substituir com feijão e milho as plantações de café. 

Com a greve que convocam para o próximo dia 25 de Setembro, os cafeicultores da Colômbia procuram ratificar as petições que deram a conhecer no dia 17 de Agosto numa manifestação que garantiram não ter sido ouvida pelo Governo Nacional nem pela Federação Nacional dos Cafeicultores, apontaram que estão insatisfeitos com a pouca gestão que tem sido feita em torno dos fatores que estão a conduzir a uma crise que se espera para o setor.

As bases cafeeiras e os dirigentes sindicais do departamento da Huíla, anunciaram que não irão aderir à greve nacional do café levando em consideração a crise que este setor enfrenta devido a aspectos como o preço do produto no exterior, bem como o Fenômeno El Niño, entre outros. As manifestações que o sindicato realizará na referida data ocorreriam em meio às recentes tensões que surgiram entre os cafeicultores e o governo nacional.

O líder cafeeiro também enfatizou a falta de apoio governamental em áreas críticas, incluindo a falta de apoio ao Fundo de Estabilização dos Preços do Café, os altos custos dos insumos agrícolas e a disponibilidade insuficiente de crédito do Banco. Estes desafios intensificaram as tensões entre os cafeicultores e o governo, à medida que os produtores percebem que não estão a ser implementadas medidas suficientes para responder às suas necessidades prementes.

Os preços domésticos do café no Vietnã pouco mudaram na quinta-feira em relação à semana anterior, e as negociações deverão permanecer moderadas até a próxima colheita, em outubro, disseram traders. Os agricultores nas terras altas centrais, a maior área de cultivo de café do Vietnã, venderam grãos por 2,70-2,74 dólares) por kg, um pouco acima da semana passada.

“Os estoques também estão acabando. Estamos no último mês da safra, então o comércio está fraco”, disse um trader baseado no cinturão cafeeiro. “O café provavelmente chegará a partir de novembro se tudo correr bem.”  Traders no Vietnã ofereceram 5% de robusta preta e quebrada grau 2 com um desconto de US$ 30 a US$ 70 por tonelada em relação ao contrato de janeiro. Enquanto isso, os grãos de café robusta Sumatra da Indonésia foram oferecidos com um prêmio de US$ 500 em relação ao contrato de novembro esta semana, inalterado em relação à semana anterior.

A Indonésia espera que a sua estação chuvosa comece em Novembro, um mês mais tarde do que o habitual, após uma estação seca mais longa causada pelo padrão climático El Niño, informou a sua agência meteorológica (BMKG) na sexta-feira.  Prevê-se que a estação seca na Indonésia seja a mais severa desde 2019, atingindo o pico este mês e em Outubro, trazendo uma ameaça às colheitas e um risco de incêndios florestais.

Ótimo Final de Semana

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Contrato Cotação Variação
Março 318,50 + 2,05
Maio 314,70 + 1,70
Julho 309,30 + 1,35
Contrato Cotação Variação
Março 4.973 + 17
Maio 4.887 + 10
Julho 4.800 + 5
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Contrato Cotação Variação
Dólar 6,0410 - 1,11
Euro 6,2220 - 1,23
Ptax 6,0896 - 0,69
  • Varginha
    Descrição Valor
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    Safra 23/24 20% R$ 2330,00
    Peneira14/15/16 R$ 2520,00
    Duro/riado/rio R$ 2160,00
  • Três Pontas
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    Miúdo 14/15/16 R$ 2390,00
    Safra 23/24 15% R$ 2340,00
    Certificado 15% R$ 2380,00
    600 defeitos R$ 2250,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2360,00
    Safra 23/24 15% R$ 2340,00
    Safra 23/24 20% R$ 2330,00
    Duro/Riado 15% R$ 2200,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2340,00
    Safra 23/24 25% R$ 2320,00
    Rio com 20% R$ 1980,00
    Peneira 17/18 R$ 2600,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 2330,00
    Safra 23/24 30% R$ 2310,00
    Duro/Riado 20% R$ 2180,00
    Escolha kg/apro R$ 30,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2340,00
    Safra 23/24 25% R$ 2320,00
    Duro/riado 25% R$ 2100,00
    600 defeitos R$ 2250,00
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    Agnocafé 23/24 R$ 2340,00
    Cepea Arábica R$ 1265,21
    Cepea Conilon R$ 1875,46
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1900,00
    Conilon T. 7 R$ 1890,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1880,00