Cooperativas de café avançam e mostram a força do associativismo
O Conselho Nacional do Café (CNC) destaca nesta semana no balanço semanal, algumas ações de cooperativas associadas à entidade, que estão fazendo toda a diferença no cenário mundial. São programas, projetos e números que surpreendem não só pela grandeza, mas pelo foco no atendimento ao ESG.
Protocolo Gerações da Cooxupé registra primeira exportação de café com destino para Alemanha
O café produzido por cooperados, dentro do Protocolo Gerações da Cooxupé, já ganhou o mundo. Desde já, a primeira exportação dos grãos verdes gerados através do novo compromisso de sustentabilidade da cooperativa foi para a empresa Hamburg Coffee Group, da Alemanha.
De acordo com o CEO da companhia alemã, Bent Dietrich, ao fazer parceria com a Cooxupé, eles podem contar com uma cooperativa confiável para café rastreável e sustentável. Além de causar um impacto significativo.
“O café Gerações está perfeitamente alinhado com a nossa abordagem de longo prazo no negócio cafeeiro. Precisamos promover uma indústria que atraia a próxima geração. Temos orgulho de sermos os primeiros compradores do café Gerações e do significado que isso carrega, pois podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos produtores que fornecem o café dentro da plataforma do Protocolo Gerações, o que nos incentiva a ter um compromisso de longo prazo com o cultivo do café no Brasil e com esses cafeicultores”, afirma Dietrich.
Além disso, o CEO lembra que a Cooxupé é a maior cooperativa de café do Brasil. Enquanto o Hamburg Coffee Group está entre os maiores importadores de café verde.
“Só faz sentido que nossa parceria continue crescendo. Nosso posicionamento no setor é bastante único, considerando nosso tamanho e nosso compromisso de permanecermos independentes. Para nós, sustentabilidade significa trabalhar com fornecedores locais e melhorar o padrão de vida dos nossos parceiros em todo o mundo”, acrescenta.
De antemão, Dietrich ainda detalha que é de extrema importância para sua empresa manter relações comerciais com uma cooperativa que mantém seu próprio protocolo de sustentabilidade.
“Entre qualidade, rastreabilidade e fatores sociais e econômicos, a capacidade de contar com os nossos parceiros de origem é crucial. A confiança e o relacionamento que compartilhamos com a Cooxupé são essenciais para atendermos a essas demandas e desenvolvermos nossos próprios protocolos internos para o fortalecimento de cadeias de abastecimento sustentáveis”, conclui o CEO.
Antes de mais nada, o embarque para a Alemanha da primeira exportação do café Gerações aconteceu no final de agosto. Segundo o superintendente comercial da Cooxupé, Luiz Fernando Reis, falar sobre o protocolo é sempre motivo de muito orgulho.
“É um projeto que foi construído já há algum tempo e é para atender uma demanda que recebemos do consumidor. Pois ele quer saber como o café que consome é produzido e por quem é produzido. Para nós da cooperativa, já tendo a sustentabilidade na nossa essência, o mais importante era fazer a conexão entre o produtor, que já promove as boas práticas agrícolas, e o consumidor”, informa.
Já o gerente ESG da cooperativa, Alexandre Vieira Costa Monteiro, adiciona que o Protocolo Gerações foi concebido com o objetivo de incluir os produtores nas boas práticas agrícolas. Isso através do suporte disponível que a Cooxupé proporciona ao cooperado, com assistência técnica, financeira, de mercado e fornecimento de insumos.
“Toda essa estrutura de apoio nos permite desenvolver um protocolo com mais de 100 requisitos e preparar o produtor para alcançar a sustentabilidade. Além disso, é um programa inclusivo, que tem o objetivo de colocar todos os nossos cooperados no caminho da produção sustentável”, finaliza.
Assim, o Protocolo Gerações, criado pela Cooxupé, define diretrizes e níveis para que a cooperativa e seus cooperados estejam integrados a uma nova realidade. Na qual a longevidade e a qualidade do grão estão ligadas a um sistema de produção economicamente sustentável. Ou seja, em harmonia com o meio ambiente e com os produtores, suas famílias e seus funcionários.
Portanto, o compromisso inclui as diferentes realidades e variações de cada produtor, como tamanho de produção, recursos, entre outros fatores. Para garantir transparência nos processos, entretanto, o Gerações traz quatro níveis diferentes de sustentabilidade.
Em conclusão, o protocolo foi desenvolvido em parceria com a SCS Global Service. Em outras palavras, um órgão com 40 anos de experiência em certificação ambiental, de sustentabilidade e de qualidade de alimentos.
Expocacer celebra a marca de 1 milhão de sacas recebidas, enquanto a safra continua a surpreender
A Expocacer (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado), que vem se destacando pelas iniciativas vanguardistas para uma cafeicultura sustentável, superou em setembro deste ano a marca de 1 milhão de sacas de café recebidas nos seus armazéns, antes mesmo do fim da safra. Isso representa 77% de toda a safra registrada em 2022. A expectativa é que este número atinja um patamar ainda maior. Para a cooperativa, o marco é resultado do incansável trabalho dos cooperados, a resiliência extraordinária da região do Cerrado Mineiro, que abraça o café como sua paixão.
“Para nós, essa conquista representa muito mais do que números. Cada safra é única e traz consigo narrativas inspiradoras, dedicação incansável e a força de uma comunidade apaixonada pelo que faz”, afirma Simão Pedro de Lima, diretor superintendente da Expocacer.
“A cooperativa é uma participante ativa nessa jornada, compartilhando com o mundo não apenas um produto, mas também o amor pela cafeicultura de vanguarda. Cada grão de café que passa pelas instalações da Expocacer é mais do que uma mercadoria; é um símbolo de famílias dedicadas e uma comunidade fortalecida. É o esforço diário e apaixonado dos produtores locais que impulsiona a região, e essa paixão inspiradora confere a autenticidade e a qualidade dos cafés produzidos no Cerrado Mineiro”, novamente manifesta o superintendente Simão Pedro de Lima.
“Os bons resultados vêm em um período marcante para Expocacer, que acaba de completar 30 anos de atividade. A cooperativa, que exporta para mais de 30 países nos 5 continentes, espera embarcar mais de 600 mil sacas até o final desta safra”, acrescenta o diretor superintendente. O Cerrado Mineiro representa de 10% a 15% da produção brasileira de café e 30% do que é produzido no estado de Minas Gerais.
Cafeicultura Sustentável: Cooabriel lança Programa de Formação para Cooperados
Tendo como eixos centrais o cooperativismo e a cafeicultura, a Cooabriel está lançando um programa de formação para seus cooperados, para o qual uma turma piloto já está sendo formada. A aula inaugural acontecerá no início do mês de outubro e será ministrada pelo Secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
A primeira turma do programa deverá contar com a participação de cerca de 20 produtores. O curso que será ministrado foi intitulado “Cafeicultura Sustentável” e acontecerá através de módulos on-line e ao vivo, além de contar com um encontro presencial, ao final do curso. As aulas terão como facilitadores de aprendizagem, profissionais de áreas relacionadas aos temas, que atuam na própria cooperativa.
Através dessa iniciativa, a Cooabriel busca promover e ampliar o conhecimento dos cooperados sobre temas fundamentais para a atividade cafeeira, como os principais manejos e uso de tecnologias na produção; comportamentos do mercado, gestão de custos da propriedade e aspectos relacionados à qualidade do café e à sustentabilidade.
Podem participar do curso, cooperados da Cooabriel, que estejam com sua situação associativa em dia com a cooperativa. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser realizadas até o dia 30 de setembro.
O Conselho Nacional do Café expressa seu reconhecimento e admiração pelas notáveis iniciativas das cooperativas destacadas nesta matéria. Ações como as mencionadas são exemplos inspiradores de como a cafeicultura pode ser conduzida de maneira sustentável, responsável e inovadora por parte dos seus presidentes, diretoria, colaboradores e, claro, seus cooperados.
Essas cooperativas, ao implementarem práticas responsáveis e sustentáveis, não apenas elevam a qualidade do café brasileiro no mercado nacional e internacional, mas também contribuem para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades envolvidas. O CNC parabeniza e incentiva essas cooperativas a continuarem sendo exemplos brilhantes de boas práticas na cafeicultura.