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NY pode começar a operar acima de 200 cents no curto prazo


Por José Roberto Marques da Costa

Em uma semana de volatilidade de 22,50 cents, os contratos futuros de café arábica fecharam nos maiores niveis desde 12 de junho em NY com "tubarões" começando a sentir  novamente " cheiro de sanque " fortemente influenciado com "aversão ao risco climático" devido as de calor ainda mais fortes nos próximo meses e forte queda dos estoques da bolsa  com a nova regra de certificação, que começou a ser aplicada nesta sexta-feira,  proibindo a reapresentação de estoques antigos, uma brecha usada por alguns vendedores para evitar penalidades por idade. Esta nova regra aumenta mais a pressão sobre os estoques dando um novo suporte aos contratos futuros de café arábica. 

Nos últimos dois dias foram agitados e nervosos em NY, com fortes volumes de negócios tendo uma média de 83.336 lotes e volatidade média de 11,30 cents, na quinta-feira o volume foi de 79.220 lotes e volatilidade de 12,35 cents. Ontem atingiu 87.492 lotes e volatilidade 10,30 cents, com março tendo leve queda de 0,35 cents fechando ao 184,35 cents, variando de 178,20 cents a 188,50 cents, maior nível desde 12 de junho deste ano, não tendo força para romper  o primeiro suporte em 176,87 cents e a primeira resistência em 189,22 cents. Na semana variou 22,50 cents, 166,00 cents na segunda a 188,50 cents ontem, acumulando alta de 15,30 cents;

O mercado começou a ficar preocupado no começo da semana com as notícias da NOAA sobre o "Super El  Niño" fazendo investidores cobrirem suas posições devido a " aversão ao risco climático " provancando uma alta de 6,00 cents fechando terça-fiera a 172,60 cents. Com a informação depois do fechamento do pregão da forte queda dos estoques de certificados na bolsa devido as nova regra da bolsa de NY, na quarta-feira os vendidos entraram pressionando tentando levar março abaixo de 170,00 cents, mas os grandes fundos defenderam suas posições compradas.

 Depois de mais de um ano, os "tubarões" começaram a sentir " cheiro de sanque " novamente,  entraram fortemente ponta compradora  rompendo facilmente o "divisor de água" em 175,00 cents, que o "vendidos estava defendendo a vários meses, acionado vários stops de compras, ultrapassando  o nível de 180,00 cents, a importante resistência técnica em 182,60 cents, levando março acima de 185,00 cents e fechando com alta de 12,00 cents, próximo a máxima do dia, deixando o mercado fortemente sobrecomprado.

No pregão de ontem, os "vendidos" entraram fortemente para tentar levar abaixo do "divisor de água" consequindo romper o nível de 180,00  cents chegando abaixo de 178,50 cents, novamente cem torno de 50 mil lotes comprados, os "tubarões" mostraram seu "poder econômico"  revertendo o pregão e levando acima de 188,00 cents. Diante desse comportamento amplamente comprado, esses grandes fundos tem como meta ultrapassar o 190,00 cents, com um objetivo maior de buscar os niveis do dia 16 de maio, acima 196,00 cents quando começou a despencar até chegar abaixo de 145,00 cents no dia 10 de outubro.

O El Niño neste final de novembro é um dos mais intensos dos últimos 50 anos com o Oceano Pacifico Equatorial atingindo anomalias de Super El Niño pela primeira vez desde o episódio do fenômeno registrado entre 2015 e 2016. O dado confirma a expectativa que se tinha desde o primeiro semestre de um forte evento do fenômeno no final de 2023. Tudo indica que são grandes as possibildades devido a "aversão ao risco climático", dos contratos futuros começarem a operar acima de 200,00 cents no curto prazo. Na seguna-feira, os suportes estão em 178,87 cents, 173,38 cents e 168,57 cents e as resistências em 189,17 cents, 193,98 cents e 199,47 cents 

Traders disseram para a Reuters, o forte aumento dos preços se deveu à redução dos estoques de café arábica certificado para o nível mais baixo desde fevereiro de 1.999.  "O saldo dos certificadas está muito apertado", disse um corretor com sede nos EUA, referindo-se aos investidores que tentam tirar vantagem dos vendedores a descoberto. 

 Nos últimos 30 dias, os torrefadores consumiram 583 containers de café dos estoques de certificados na bolsa de NY, cerca de 165.071 sacas, queda expressiva de mais de 37%, completando mais de 51 dias consecutivo que queda, somente um dia deve alta.  Nesta sexta-feira, os estoques ficaram estáveis em 224.066 sacas, no menor nível desde fevereiro de 1.999, durante a semana teve maior queda diária deste 16 de setembro do ano passado, 33.764 sacas na quarta-feira e 35.734 sacas na quinta-feira. Dos cafés estocados na bolsa, 86,5% são de cafés hondurenhos ( 160.249 ) e brasileiros ( 33.572 sacas ) e esperando certificações são 26.985 sacas.

O relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 28 de novembro mostra alta nas posições  compradas e alta nas posições vendidas dos grandes fundos, neste período a variação de dezembro passou de 168,60 cents a 173,10 cents, alta de 4,50 cents. Os dados mostram alta de 7,6% ( 951 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos. Eles possuíam 13.450 posições líquidas compradas sendo 42.751 posições compradas e 29.301 posições vendidas, alta de 2.573 de posições compradas e alta de 1.323 de posições vendidas 

A exportação total de café pelo Brasil (verde e processado) em novembro passado alcançou 4,026 milhões de sacas, o que corresponde queda de 6,1% ante a outubro ( 4,288 milhões de sacas ) e alta de 8% em comparação com igual mês de 2022 (3,727 milhões de sacas) . Em termos de receita cambial, houve diminuição de 16,1% entre os dois períodos, de US$ 948,096 milhões para US$ 795,283 milhões. No acumulado dos 11 meses deste ano, o volume embarcado registrou aumento de 1,5%, totalizando 33,073 milhões de sacas, em comparação com 32,692 milhões de sacas em igual período do ano passado. Já a receita cambial recuou 17,1% entre os dois períodos, de US$ 8,747 bilhões em 2022, para US$ 7,252 bilhões este ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

 Segundo pesquisadores do Cepea, as ondas de calor, tempestades com queda de granizo e fortes ventanias estão resultando em abortamento de uma parte das primeiras floradas e dos chumbinhos da temporada 2024/25. Apesar de a queda dos chumbinhos acontecer todo ano nas lavouras, tendo em vista a fisiologia da planta, agentes consultados pelo Cepea apontaram que o pegamento das flores está aquém do esperado, e que boa parte dos chumbinhos está caindo de forma um pouco acima do normal. Além disso, há uma alta infestação de cochonilha nas lavouras de robusta de Rondônia e de bicho-mineiro em áreas de arábica do Cerrado Mineiro.

Segundo Ricardo Schneider,  presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG) os investidores estão atentos ao impacto do clima para a produtividade dos cafezais no Brasil.  Ainda que as ondas de calor tenham dado trégua no país nos últimos dias, as suas consequências foram observadas em algumas regiões.“Existe um temor de que as altas temperaturas possam afetar a produtividade do café no próximo ano. E não é só o calor, há relatos de grãos caindo da árvore também pela chuva forte e vento"  disse ele “A temperatura média subiu 1,5 grau em outubro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O café é uma planta resiliente, mas acima de 35 graus ela para de fazer fotossíntese. Com isso, há um aspecto fundamental e técnico para novas valorizações do café”, prevê Schneider.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu suas previsões de chuvas em dezembro aos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste e Sul, ao mesmo tempo em que fez leve revisão para baixo em sua estimativa mensal para a carga nacional de energia. Em boletim nesta sexta-feira, o operador estimou que as hidrelétricas no Sudeste/Centro-Oeste receberão chuvas equivalentes a 79% da média histórica em dezembro, ante 91% previstos na semana anterior.

A produção de café no Brasil foi projetada nesta terça-feira (28 ) em 74,24 milhões de sacas na temporada 2024/25, superando a melhor marca anterior registrada em 2020/21, disse a empresa de consultoria e gestão de riscos hEDGEpoint Global Markets. A empresa afirmou que a produção de café arábica no próximo ano deverá atingir 48,31 milhões de sacas. A produção de robusta/conilon foi projetada para 25,93 milhões de sacas. A analista do hEDGEpoint Natalia Gandolphi disse que a produção de robusta no Brasil aumentará acentuadamente com o bom desenvolvimento dos cafezais no Estado do Espírito Santo, apesar de um recente período de seca. Ela afirmou que as recentes temperaturas extremamente altas tiveram apenas um impacto limitado sobre a produção de arábica.

A colheita de café do Brasil no ano que vem foi estimada entre 69 milhões e 71 milhões de sacas , crescimento de até 6,5% na comparação com a de 2023, estimou nesta quinta-feira (30) a consultoria Safras & Mercado. A produção de grãos arábica do maior produtor e exportador global foi estimada entre 46 milhões e 47 milhões de sacas, ante 43,5 milhões em 2023/24, segundo a Safras. Já a colheita de café canéfora (robusta/conilon) foi prevista entre 23 milhões e 24 milhões de sacas, ante 23,15 milhões de sacas em 2023/24.Com isso, há potencial para uma safra total de café similar ao recorde de 2020, muito por conta da melhora na produção de conilon no comparativo entre os dois períodos, disse o consultor de Safras, Gil Barabach. “As boas floradas e as chuvas ao longo da primavera geram bastante otimismo em torno da safra brasileira 2023/24”, afirmou ele, em nota.

O governo federal da Colômbia fala abertamente sobre a possibilidade de desenvolver café robusta em algumas regiões do país, uma mudança de política num país que é reconhecido mundialmente pela produção de café suave da variedade arábica. Nos 840 mil hectares de café que a Colômbia possui, serão produzidas cerca de 11,1 milhões de sacas no ano cafeeiro, segundo projeções da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia. O governo propôs aos cafeicultores a meta de aumentar a área plantada para um milhão de hectares.

"Estamos pensando no robusta, por exemplo, para o Pacífico, na questão da transformação territorial e da política antidrogas, também temos algumas iniciativas robusta na planície, temos que especificá-lo, sentar com o setor privado, com o produtores, com os territórios e poder começar. Já iniciamos algumas primeiras alianças robusta com algumas empresas que já vêm apresentando resultados, então essa é uma linha que pode nos ajudar também a ganhar terreno em matéria de substituição de importações de café", explicou a ministra da Agricultura, Jhenifer Mojica.

Outras opiniões

Segundo Eduardo Carvalhaes, " os fundamentos do mercado de café não mudaram, continuam os mesmos: Baixos estoques remanescentes de outras safras, tanto nos países consumidores, como nos países produtores; aproximação do inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce; o forte El Niño que estamos enfrentando, trazendo incertezas - que cresceram enormemente com a última severa e longa onda de calor sobre os cafezais brasileiros – a respeito do volume de perdas para a próxima safra brasileira 2024, bem como para nossa produção de café em 2025. Ondas de calor ainda mais fortes no próximo verão, estão no radar de especialistas".

 Para Vicente Zotti, sócio-diretor da Pine Agronegócios, uma “queda de braço” entre os fundos de investimento ajuda a entender as oscilações frequentes do café na bolsa. “Há uma disputa de forças entre os fundos para definir a direção dos preços em Nova York. Por um lado, há aqueles que seguem acrescentando um prêmio de risco para as lavouras, com as instabilidades do clima. Na outra ponta, alguns minimizam os impactos do clima para a safra, além do foco na demanda, que está baixa”.

Zotti reconhece que a situação atual das lavouras do Brasil não é boa neste momento, e os relatos de abortamento nas plantas fazem os fundos se protegerem, aumentando a posição comprada na bolsa. Com isso, ele acredita que os preços podem testar o patamar de 190,00 cents por libra-peso, mas sem forças no entanto para permanecer nessa faixa.

No entanto, para o analista da Pine, apesar do clima adverso em algumas áreas, não é possível afirmar que haverá uma quebra na safra do ano que vem ou até mesmo cravar um recorde. “Na região da Mogiana, por exemplo, a safra está no processo de pegamento, sendo impossível quantificar o tamanho da produção. Só teremos uma clareza maior sobre o potencial de produção em janeiro. Se as perspectivas de chuvas abaixo da média se confirmarem até lá, podemos ter problemas no enchimento de grãos”, ressalta.

Segundo as informações do Analista de Inteligência de Mercado de Café da StoneX, Leonardo Rossetti, ao longo do dia podem ter tido realizações de lucro durante os momentos de quedas mais intensas, mas o mercado seguindo mais comprado. Os fatores que impulsionaram os preços na sessão anterior continuaram a manter os preços em patamares elevados. 

Ainda de acordo com o analista, os agentes estão bem atentos às atualizações das previsões climáticas para os próximos dias. “Os volumes maiores e mais regulares em dezembro, que os relatórios climáticos estão mostrando,  vão continuar aparecendo nas previsões. Isso tende a definir o tom que o mercado vai abrir na segunda-feira”, destacou

Mercado interno

O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata fica em  R$ 1.000,00, queda de 1% ( - R$ 10,00 ) nesta sexta-feira ( 01/12 ) e café livre a R$ 970,00. No mês fica com queda de R$ 10,00, durante o ano 2023 teve queda de R$ 75,00 e em dólar fica em US$ 204,87.

Peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.050,00, cereja a R$ 1.030,00, café certificado a R$ 1.020,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.010,00, 20% a R$ 990,00, com 25% a R$ 980,00 com 30% a R$ 970,00. 

 Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 910,00, duro/riado/rio, R$ 890,00, rio a R$ 850,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 840,00 repasse de beneficiamento a R$ 870,00  e riado a R$ 810,00 e escolha fica em R$ 11,50 o quilo de aproveitamento 

Ótimo final de semana

Comentarios

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Data: 02/12/2023 09:52 Nome do Usuário: Francisco
Comentário: Vamos exagerar! Se o Brasil tiver 2,2 milhões de ha em produção e o restante em formação e com podas, teria q produzir 30 sacas por há pra chegar em 66 milhões de sacas. Será?
Data: 02/12/2023 09:46 Nome do Usuário: Francisco
Comentário: Aqui no sul d minas café descarregava chumbinho em janeiro, agora estão caindo no final de novembro. E ainda falam em safra recorde.
Contrato Cotação Variação
Março 319,00 + 2,55
Maio 315,45 + 2,45
Julho 309,30 + 2,35
Contrato Cotação Variação
Março 4.982 + 26
Maio 4.895 + 18
Julho 4.808 + 13
Contrato Cotação Variação
Março 397,60 + 0,30
Maio 392,90 0
Julho 382,90 0
Contrato Cotação Variação
Dólar 6,1160 + 0,11
Euro 6,3010 + 0,03
Ptax 6,1321 0
  • Varginha
    Descrição Valor
    Safra 23/24 20% R$ 2350,00
    Moka R$ 2480,00
    Peneira14/15/16 R$ 2540,00
    Duro/riado/rio R$ 2180,00
  • Três Pontas
    Descrição Valor
    Miúdo 14/15/16 R$ 2410,00
    Safra 23/24 15% R$ 2360,00
    Certificado 15% R$ 2400,00
    600 defeitos R$ 2300,00
  • Franca
    Descrição Valor
    Cereja 20% R$ 2380,00
    Safra 23/24 15% R$ 2360,00
    Safra 23/24 20% R$ 2350,00
    Duro/Riado 15% R$ 2220,00
  • Patrocínio
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2360,00
    Safra 23/24 25% R$ 2340,00
    Peneira 17/18 R$ 2600,00
    Rio com 20% R$ 2000,00
  • Garça
    Descrição Valor
    Escolha kg/apro R$ 30,00
    Safra 23/24 20% R$ 2350,00
    Safra 23/24 30% R$ 2330,00
    Duro/Riado 20% R$ 2200,00
  • Guaxupé
    Descrição Valor
    Safra 23/24 15% R$ 2360,00
    Safra 23/24 25% R$ 2340,00
    Duro/riado 25% R$ 2120,00
    600 defeitos R$ 2250,00
  • Indicadores
    Descrição Valor
    Cepea Arábica R$ 1234,26
    Cepea Conilon R$ 1872,98
    Conilon/Vietnã R$ 1724,00
    Agnocafé 23/24 R$ 2360,00
  • Linhares
    Descrição Valor
    Conilon T. 6 R$ 1900,00
    Conilon T. 7 R$ 1890,00
    Conilon T. 7/8 R$ 1880,00