Rei do café compra controle da Ipanema para ser líder global
Fusão entre as áreas de café do grupo e da Ipanema somará 18,5 mil hectares de café cultivados
O grupo AFB&IOB, da holding mineira IOB, adquiriu o controle da Ipanema Agrícola, maior empresa de produção e comercialização de cafés especiais do Brasil. O AFB&IOB, de propriedade do casal paranaense Antônio Francisquini e Idalina Baptista, que se denomina o maior produtor de café do país, informou ao mercado que comprou as participações da Paraguaçu e da Santa Colomba, sócios brasileiros da Ipanema.
Com a aquisição, o grupo deterá 63% do capital da Ipanema. A Tchibo GMba, a maior torrefação da Alemanha e um dos maiores traders de café globais, tem os 37% restantes do capital.
Segundo comunicado da AFB&IOB, a transação cria o maior player de café do mundo. O grupo mineiro informa ter atualmente 15 mil hectares de café, com produção anual superior a 500 mil sacas de 60 kg, nos Estados de Minas Gerais, Bahia e Paraná. Já a Ipanema colhe 120 mil sacas ao ano em quatro fazendas no Estado de Minas Gerais
De acordo com o diretor da AFB&IOB, Sérgio Vieira, a fusão entre as áreas de café do grupo e da Ipanema somará 18,5 mil hectares de café cultivados.
A Tchibo entrou no capital da Ipanema em 2011 junto com a japonesa Mitsubishi. Em abril deste ano, os japoneses venderam sua participação para a alemã e para os sócios brasileiros Paraguaçu e Santa Colomba, que agora se desfizeram de suas fatias no negócio.
A filha do casal Francisquini, Marinês, que é diretora-geral das holdings, será presidente do conselho de administração da Ipanema. “Este é um momento muito oportuno para grandes parcerias no mercado mundial de café. Existe uma forte complementariedade entre os cafés especiais produzidos pela Ipanema e o nosso grande volume de produção das demais regiões em que atuamos, ampliando o potencial de exportação", descreveu em nota ao mercado.
A seus clientes e fornecedores, a SC Investimentos Agrícolas S.A., "Santa Colomba", informou que a transação já fazia parte do planejamento estratégico da companhia, que pretende direcionar os recursos da venda das ações da Ipanema para acelerar o projeto de irrigação do município de Cocos, na Bahia. A empresa produz algodão, cacau, grãos e produtos B2B. A Santa Colomba era acionista desde 2016.