Os " tubarões" continuam aumentando suas apostas otimistas no café arábica
Por José Roberto Marques da Costa
Os " tubarões" continuam aumentando suas apostas otimistas no café arábica, o relatório da CFTC divulgado ontem, referente a 09 de janeiro foi mais uma supressa mostrando leve queda de 418 lotes nas posições compradas e forte queda de 3.041 lotes nas posições vendidas dos grandes fundos, (menor desde 22 de junho de 2023) neste período a variação de dezembro passou de 190,15 cents a 184,10 cents, queda de 6,05 cents, com alta de 11,6% ( 2.623 lotes) nas posições líquidas compradas dos grande fundos. Segundo os números, os grandes fundos possuíam 25.179 posições líquidas compradas sendo 48.350 posições compradas e 23.171 posições vendidas. Os fundos de índice tiveram uma performance inversa aos grandes fundos, diminuíram em 4.810 lotes o saldo líquido compradas no período, passando de 64.032 lotes para 59.222 lotes.
Em mercado sobrevendido, NY volume de negócios atinge 42.415 lotes, 16.113 lotes a menos ante a ao pregão nervoso quinta-feira, março teve desvalorização de 4,05 cents fechando a 180,00 cents, variando de 179,00 cents ( mínima da semana ) a 186,85 cents ( 1,10 cents abaixo da máxima da semana 187,95 cents na quinta-feira ), rompendo o primeiro suporte do dia em 180,58 cents e não tendo força para chegar a primeira resistência em 187,68 cents. Em semana de sobe e desce acumulou perda de 2,80 cents. Os estoques de cafés certificados subiram 3.380 sacas para 261.446 sacas e nesta semana aumentaram 8.302 sacas
Nos últimos 11 pregões, março deve forte queda de 18,00 cents, saindo de 198,00 cents no dia 28 de dezembro para 180,00 cents que está deixando o mercado fortemente sobrevendido. Quando março rompe a resistência de 186,00 cents, os vendidos entram na ponta vendedora e levam abaixo ao suporte de 182,50 cents, abaixo de 180,00 cents aciona mais compras dos grande fundos Com vários fundamentos negativos para os vendidos, eles estão prorrogando e segurando abaixo de 186,00 cents o máximo que podem, sabendo que os grandes fundos de continuando aumentando suas posições compradas. A expressão mais popular " eles estão empurrando com a barriga"
Para Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria. os valores do café ainda tentam encontrar seu caminho em Nova York. Essa variação diária tão expressiva é fruto de movimentos especulativos, que por sua vez são apoiados por indefinições no mercado, De acordo com ele, as projeções para a safra de café no Brasil em 2024/25, que devem ser ventiladas a partir deste mês, podem dar um novo rumo aos preços futuros na bolsa. Agentes também podem mudar suas posições a partir da divulgação dos dados de exportação do Brasil referentes ao mês de dezembro. “Isso vai mexer com o mercado. O volume do arábica deve ser de pouco mais de 3 milhões de sacas, resultado que deixará os investidores preocupados”, avalia Bonfá.
A Cecafé deve divulgar na segunda-feira as exportações de café de dezembro com números indicando em 4,027 milhões de sacas queda de 7% ante a novembro. Os embarques de café arábica deve ficar em 2,885 milhões de sacas, queda de 11% ante a 3,245 milhões de sacas de novembro.
A volatilidade vai continuar no curto prazo, não há mudanças nos fundamentos, as condições climáticas devem influenciar ainda mais nos próximo meses com influencia do El Niño até junho gerando muita dúvida na produção brasileira deste ano. "As chuvas que chegaram às regiões produtoras de café do Brasil, são necessárias e muito bem-vindas, mas estragos e perdas para nossas safras 2024 e 2025 já aconteceram. As chuvas, se caírem em boa quantidade, evitarão perdas ainda maiores para nossos cafeicultores", diz Eduado Carvalhaes.
" O grande aquecimento dos oceanos observado desde o ano passado é resultado de mudanças climáticas. O El Niño sozinho não explica o que vivemos. E 2024 já começou fervendo. Infelizmente, com esse cenário, o Hemisfério Sul vai arder neste verão, que mal começou e a tendência é de que o calor vá piorar até março" afirma Regina Rodrigues, coordenadora do grupo que estuda o Atlântico e suas ondas de calor na Organização Meteorológica Mundial (OMM).
A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a NOAA, classifica 2023 como o ano mais quente em seu registro global de temperatura, que remonta a 1850. Existe uma chance de uma em três de que 2024 seja mais quente que 2023 e uma probabilidade de 99% de que 2024 esteja entre os cinco anos mais quentes registrados, afirma a agência. O calor latente do oceano superior, a quantidade de calor armazenada nos primeiros 2000 metros do oceano, atingiu um recorde em 2023. A extensão média anual do gelo marinho no Ártico esteve entre as 10 mais baixas desde 1979, e a extensão do gelo marinho da Antártica foi a mais baixa registrada. Houve 78 tempestades tropicais nomeadas em todo o mundo em 2023, abaixo da média, e 20 no Atlântico Norte, muito acima da média.
Para o analista da Consultoria SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o retorno das chuvas nas áreas produtoras café do Brasil acabou desencadeando um forte movimento de vendas em cima dos contratos futuros do arábica na Bolsa de Nova York. Março de 2024, que chegou a 203,50 cents na máxima do dia 19 de dezembro, flerta neste início de 2024 com a linha de 180 cents. É um recuo de mais de 20 cents em menos de um mês. O retorno da umidade na Região Sudeste do Brasil ao longo das últimas semanas de dezembro serviu de estímulo a uma correção na curva de preços. E a previsão de chuvas mais intensas e regulares ao longo de janeiro acaba reforçando o sentimento mais positivo em torno da próxima safra brasileira. E claro, induz um desmonte da proteção climática e acaba pressionando as cotações futuras do café.
O analista salienta que o mercado de café já dava sinais de que estava ‘esticado’ demais ao final do ano passado, além de mostrar inconsistências, com vencimentos mais distantes mais baratos que a posição spot, essa bastante inflada. “O mercado parecia que estava apenas esperando algum gatilho para corrigir os exageros de alta. A melhora no clima do Brasil e a alta nos estoques certificados na bolsa de NY, mesmo que modesta, serviram de justificativa acionar as ordens de venda e promover o recuo nas cotações”, assinalou Barabach.
A chegada do ciclo de colheita do café deixou os cafeicultores de Honduras sem mão-de-obra e como era de se esperar, são as famílias que têm lavouras de café que estão fazendo o processo, e estão priorizando os locais onde há mais produto diante da escassez de pessoas para realizar a atividade. "A maioria dos produtores está extremamente preocupada porque a mão-de-obra era completamente escassa na zona rural e isso se deve à emigração tanto local como fora do país", disse o chefe da Unidade Ambiental Municipal da Câmara Municipal de Santa Bárbara, Carlos Mancía , acrescentando que 250 lempiras (10 dólares) pagas aos diaristas não atrai um grande número de trabalhadores. "É preocupante porque para muitos cafeicultores, 40 ou 50% da sua colheita caiu com as chuvas", disse ele.
Em meio ao processo de falência que o Mercon Coffee Group pediu em 07 de dezembro de 2023 em um tribunal federal de Nova Iorque, os bens de sua subsidiária na Nicarágua, Cisa Exportadora, foram apreendidos pelo regime de Daniel Ortega, que reivindica o pagamento de uma suposta dívida de 30 milhões de dólares em impostos que a empresa nega. Além disso, o embargo dificulta o processo de limpeza das finanças da Mercon e contraria a suspensão de cobranças que garante a esse grupo ter entrado com o pedido do Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos. Desde o último dia 31 de dezembro, policiais assumiram benefícios, escritórios e demais dependências da Cisa Exportadora e na terça-feira, 09 de janeiro de 2024, durante entrevista coletiva realizada em Nova Iorque, um advogado do Mercon Coffee Group confirmou a apreensão e disse que os representantes da empresa “negam essa afirmação e mantêm diálogo” com as autoridades fiscais.
Os preços do café vietnamita subiram esta semana acompanhando os preços mais altos em Londres devido aos estoques limitados, uma vez que os agricultores evitaram vender em meio a interrupções no transporte devido às tensões no Mar Vermelho, disseram traders na quinta-feira. Os agricultores nas terras altas centrais, a maior área de cultivo de café do Vietnã, vendiam entre US$ 2,85 a US$ 2,94 por kg ( R$ 830,00 a R$ 855,00 )
"É muito difícil comprar (grãos) agora, embora todos estejam correndo para comprar", disse um trader baseado no cinturão do café. “Os preços sobem todos os dias e a perturbação não será resolvida tão cedo. Os agricultores estão a vender, mas não a granel.” O café robusta para março ganhou US$ 164 em uma semana, a US$ 2.950 por tonelada na quarta-feira, devido ao conflito no Mar Vermelho, que interrompeu as rotas marítimas nas últimas semanas.
Outro trader disse que alguns estavam especulando com grãos, causando uma escassez ainda maior de grãos no mercado. “Os torrefadores na UE têm agora de pagar o frete adicional causado por este evento inesperado, enquanto os exportadores daqui têm dificuldade em enviar grãos para a UE”, acrescentou o segundo comerciante. Na Indonésia, os prêmios dos grãos de café de Sumatra caíram para US$ 550-600 em relação ao contrato janeiro-fevereiro, ante o prêmio de US$ 600 da semana passada. “Os preços locais se ajustaram aos preços de Londres, que subiram nos últimos dias”, disse um trader.
Nesta semana o mercado interno paralizado em todas as principais praças de café com vendedores fortemente retraídos. " Está semana foi um das piores das últimas décadas na comercialização no Cerrado Mineiro ", diz corretor de Patrocínio. No Sul de Minas negócios dois negócios, a Minasul vendeu 1.127 sacas de moka a R$ 1.060,00 e 1.270 sacas duro/riado/rio a R$ 900,00.
O indicador de café do arábica da safra 22/23 da Agnocafé com 15% cata em R$ 1.020,00, queda de 1,92% ( - R$ 20,00 ) nesta sexta-feira ( 12/01 ) e café livre a R$ 1.000,00. No mês teve queda de R$ 30,00, durante o ano 2024 teve queda de R$ 30,00 e em dólar fica em US$ 210,00. Café moka R$ 1.080,00, peneira 17/18 pronto para embarque R$ 1.090,00, cereja a R$ 1.060,00, café certificado a R$ 1.050,00. O indicador para café com 10% a R$ 1.030,00, 20% a R$ 1.010,00, com 25% a R$ 1.000,00 com 30% a R$ 990,00. Para os café de baixa qualidade Duro/riado R$ 930,00, duro/riado/rio, R$ 900,00, rio a R$ 850,00 com 15%. Café duro para consumo a R$ 840,00 repasse de beneficiamento a R$ 870,00 e riado a R$ 810,00 e escolha fica em R$ 10,20 o quilo de aproveitamento.