Pesquisa busca destacar evolução de subsistência ao longo da cadeia do café
Karl Weinhold, autor do livro Cheap Coffee, está há mais de dois anos desenvolvendo sua pesquisa de doutorado na Universidade de Lisboa (Portugal), abordando a economia do comércio de café.
"A minha pesquisa tenta explicar a evolução dos meios de subsistência (através dos preços) em diferentes pontos ao longo da cadeia do café e avaliar as fontes e manifestações da assimetria de poder”, disse Weinhold recentemente ao DCN. “Nesse processo, tenho examinado profundamente as origens dos preços, os indicadores, as bolsas de derivativos e os conceitos teóricos de preços e valores. Passei muito tempo pensando em como interpretar os preços e sua adequação", disse.
Assim, Karl trouxe de volta seu canal no YouTube para compartilhar algumas dessas reflexões com o público em geral, oferecendo uma perspectiva única que combina pesquisa acadêmica com sua experiência vivida como profissional do café trabalhando em vários pontos da cadeia de valor. (Wienhold fundou o coletivo de cafeicultores Cedro Alto na Colômbia antes de retornar à academia.)
Karl publicou até agora dois dos quatro episódios da sua última minissérie sobre o café, sendo que o primeiro aborda a questão: “De onde vem o 'preço de mercado'?” e a segunda abordando a questão: “Como funcionam as trocas de café?”
Quando questionado sobre para quem esses vídeos foram projetados, Weinhold disse ao DCN que eles podem ser do interesse de qualquer pessoa que esteja sujeita às principais instituições de preços que “nos dizem o que algo 'vale'”.
"Espero que isto possa inspirar as pessoas a estarem conscientes de onde vêm os preços, quem beneficia deles, como os preços justos são justificados e questionar os paradigmas dominantes que só existem nas nossas mentes como um coletivo”, disse Wienhold. “O status quo só parece inabalável porque existe um consenso de que é válido, e esse consenso se reproduz todas as manhãs quando as pessoas acordam e continuam a acreditar nele. Tudo isso pode mudar amanhã, se quisermos.”