Clima, solo e variedades: como garantir uma safra de café de qualidade
Considerado um dos produtos mais importantes do agronegócio brasileiro, o café desempenha um papel fundamental na economia e na cultura do país. Mas até alcançar o tão esperado momento da colheita, os produtores precisam seguir alguns passos importantes para garantir uma safra farta e de alta qualidade.
Esse momento em que os produtores estão fazendo o plantio requer cuidados que vão impactar a qualidade e a produtividade do vegetal. O engenheiro agrônomo Elídio Torezani, diretor da Hydra Irrigações, afirma que uma série de fatores influencia o resultado, a começar pela escolha da variedade.
“O clima e o solo das regiões influenciam diretamente o plantio. O café arábica, por exemplo, prefere altitudes entre 600 a 1.200 metros e temperaturas mais amenas. Já o conilon se adapta a altitudes de até 500 metros e climas mais quentes”, declara.
O solo também é um ponto de atenção: precisa ter boas condições de drenagem, fértil e com máxima capacidade de retenção de água. Segundo o engenheiro, se os produtores rurais seguirem as melhores práticas de manejo, como irrigação adequada, adubação equilibrada e controle de pragas e doenças, a possibilidade de obter uma boa colheita é alta.
Ao realizar o plantio, é necessário analisar o solo para identificar as necessidades de correção e de adubação a fim de favorecer o bom desenvolvimento das plantas. Para Elídio, os cuidados para evitar danos às raízes e a irrigação logo após o plantio são estratégias importantes para promover a adaptação.
“A definição do espaçamento entre as plantas e entre as linhas de plantio também é determinante. Ela influenciará diretamente no desenvolvimento, na produtividade da lavoura e na facilidade de manejo”, explica o engenheiro.
Torezani recomenda que seja mantida a distância de 0,8 a 1 metro entre as plantas e 2,5 a 3 metros entre linhas para o café conilon. Já para o arábica, 0,7 a 1 metro entre plantas e de 2 a 3 metros entre linhas de plantio.
Esse quesito é uma interação entre potencial produtivo e a mecanização dos tratos da cultura. É preciso adequar o espaçamento entre linhas com os equipamentos existentes da propriedade.
Evitar erros críticos é fundamental para promover a produtividade da plantação e a rentabilidade do negócio. Portanto, outras práticas também são essenciais, como:
● Considerar as condições climáticas e o desenvolvimento das mudas;
● Monitorar a plantação de forma regular;
● Utilizar ferramentas tecnológicas para otimizar os recursos e processos;
● Buscar a orientação de profissionais experientes e qualificados;
Torezani reitera que, com planejamento, cuidado e dedicação, “os produtores continuam a escrever a história de sucesso da cafeicultura do Estado”.
O consultor lembra ainda que o Espírito Santo é o segundo produtor de café do Brasil e o primeiro de conilon, com uma área plantada de mais de 256 mil hectares.